domingo, 31 de agosto de 2014

Pintura brasileira

O lago, de Antonio Parreiras (1860-1937) 

Lula e o segundo mandato de Dilma


O que se viu no primeiro governo do ex-presidente foi a manutenção da política macroeconômica que vinha sendo adotada.

No primeiro programa de propaganda eleitoral do PT, há uma parte em que Lula reconhece tacitamente que Dilma tem pouco a mostrar. E tenta convencer o eleitor a lhe dar outra chance: “...Eu quero falar especialmente para você, que está em dúvida se deve votar ou não na Dilma. Eu lhe peço, vote sem nenhum receio. Fique certo de que você não vai se arrepender.”

O que desperta interesse é a argumentação utilizada. Lula começa por alegar: “O meu segundo mandato foi melhor do que o primeiro. Com Dilma, tenho certeza de que vai ser assim também. No meu segundo mandato, eu tive mais segurança, mais experiência e mais apoio para acelerar projetos que estavam em andamento e para lançar muita coisa nova.”. E, em seguida, pergunta: “Já imaginou o prejuízo que o país teria sofrido se eu não tivesse um segundo mandato? Se outro qualquer tivesse chegado querendo inventar a roda e parado quase tudo?”

Chama a atenção que, a essa altura dos acontecimentos, Lula ainda queira fazer crer que seu segundo mandato foi melhor do que o primeiro. Do ponto de vista do desempenho da política econômica, o primeiro mandato de Lula foi muito melhor do que o segundo.
Lula pode até ter preferido seu segundo mandato, mas foi exatamente nesse período que a política econômica petista começou a descarrilar. O que o país tem presenciado, desde então, é o inexorável desenrolar do desastre, como num grande acidente ferroviário filmado em câmara lenta. E Lula ainda acha que Dilma merece outra chance.

Na bucha

Se pudesse recomendar um livro à presidente Dilma, qual seria?
-“Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie

(escritor José Roberto Torero, na seção Inquérito do jornal Rascunho)