terça-feira, 17 de março de 2015

Limitar gastos, e não ampliar financiamentos

As manifestações em vias públicas dos movimentos que apoiam Dilma e defendem a Petrobras (!?) na sexta-feira apresentaram como mote em todo o Brasil: “Reforma política”. Espécie de poção mágica para colocar as coisas no lugar num país devastado pela imoralidade. Estancar-se-ia com a reforma a cleptomania generalizada, que atinge todas as instâncias do poder público constituído.

A reforma é vendida como inibidor de mazelas (roubalheiras), conforme ficou explicitado pelos líderes sindicais e movimentos sociais que desfilavam e discursavam pacificamente na sexta. (Alguém acredita que o mesmo pacifismo acontecerá hoje?)

Com a reforma inespecífica estampada nas faixas, os pontos básicos se firmam no “financiamento público” e nas “listas partidárias”. Entende-se, assim, que os mesmos atores que ocupam o cenário hoje terão melhores condições de exercer mandatos amanhã, com ética, probidade e vacinados contra tentações de corrupção, loteamento, desfrute, negociatas que ocorrem por todo lado.

Imagina-se que aves de rapina, apaziguadas pela fartura de financiamentos públicos e protegidas em “listas fechadas”, portanto com reeleição garantida, deixariam de devastar os cofres públicos antes, durante e depois da campanha. Livrar-se-iam de nepotismos e práticas para as quais o “sistema atual, além de tentá-los, os constrange ao crime”. Delirante. Como se fosse obrigação roubar.

É possível alguém acreditar nisso?

O som dessa proposta, colocada na rua por um carregador de bandeira que pode dedicar sua sexta-feira inteira, e em pleno horário de trabalho, para pedir “reforma política”, destoa. É uma proposta anêmica. Falta-lhe cimentação como a um castelo de areia.

Fica de costas à realidade. Já existe financiamento público para os partidos, R$ 700 milhões são depositados em fundos partidários a cada ano. Muitos dos quais são denunciados impiedosamente por uso ilícito.

Quer dizer que R$ 2,8 bilhões ao longo de uma legislatura batem nos cofres dos partidos para fazer o que quiserem. Precisa de mais?

Aos parlamentares federais ainda é dada uma verba de R$ 150 mil a cada mês para distribuir em salários e pagar despesas (normalmente recheadas de notas burlescamente frias). Entre uma eleição e outra, a atividade do parlamentar dispõe de R$ 7,2 milhões em verbas de apoio e ainda, se quiser, com a parcela do fundo partidário.

Não bastasse, recebe R$ 35 mil por mês de subsídio salarial. Não podemos esquecer que ainda tem direito a R$ 15 milhões anuais em emendas a distribuir para suas bases, municípios e entidades.

Mais que falta de meios para se reeleger, resta entender como um ocupante de mandato não se reelege.

A decisão de campanhas caras, cujos limites são ampliados a cada legislatura por decisão soberana dos partidos, serve para a elitização delas e para afastar os candidatos sem caixa.

Propositadamente caras, servem de pano para sobras de campanhas infinitamente maiores e perpetuadas ao longo do mandato. O financiamento público manterá a prática de caixa 2 dos mesmos atores.

A evolução patrimonial estratosférica de certos parlamentares e seus laranjas, parentes e afilhados deveria, sim, ser fiscalizada impiedosamente, já que o corporativismo do sistema eterniza a prática.

Tem também gastos de produção de horário eleitoral com requinte hollywoodiano. Nunca se conseguiu limitar a cenários fechados, reservados apenas ao candidato. Esse gasto inútil se deve à decisão daqueles que agora reclamam financiamento público que cairá apenas no esfolado contribuinte trabalhador.

A reforma política neste momento mais provavelmente levaria a engordar os gordos.

Numa economia destruída pela burocracia arcaica, pelo tributarismo feudal, pelos maiores juros do planeta, por uma legislação trabalhista da Idade Média, outras reformas são prioritárias.

As comissões de ética, a fiscalização eficiente, a limitação de gastos (que depende apenas de acordo entre partidos) são suficientes e podem ser imediatas sem jogar a culpa no sistema.

A equação se fecha limitando gastos, não ampliando financiamentos. O que precisa ser ampliado é a ética e o decoro, mais probidade e justiça.

Vittorio Medioli

A mais maldita das heranças do PT

Mais brutal para o Partido dos Trabalhadores pode ser não a multidão que ocupou as ruas em 15 de março, mas aquela que já não sairia de casa para defendê-lo em dia nenhum


O maior risco para o PT, para além do governo e do atual mandato, talvez não seja a multidão que ocupou as ruas do Brasil, mas a que não estava lá. São os que não estavam nem no dia 13 de março, quando movimentos como CUT, UNE e MST organizaram uma manifestação que, apesar de críticas a medidas de ajuste fiscal tomadas pelo governo, defendia a presidente Dilma Rousseff. Nem estavam no já histórico domingo, 15 de março, quando centenas de milhares de pessoas aderiram aos protestos, em várias capitais e cidades do país, em manifestações contra Dilma Rousseff articuladas nas redes sociais da internet, com bandeiras que defendiam o fim da corrupção, o impeachment da presidente e até uma aterradora, ainda que minoritária, defesa da volta da ditadura. São os que já não sairiam de casa em dia nenhum empunhando uma bandeira do PT, mas que também não atenderiam ao chamado das forças de 15 de março, os que apontam que o partido perdeu a capacidade de representar um projeto de esquerda – e gente de esquerda. É essa herança do PT que o Brasil, muito mais do que o partido, precisará compreender. E é com ela que teremos de lidar durante muito mais tempo do que o desse mandato.

Fico perplexa quando lideranças petistas, e mesmo Lula, perguntam-se, ainda que retoricamente, por que perderam as ruas. Ora, perderam porque o PT gira em falso. O partido das ruas perdeu as ruas – menos porque foi expulso, mais porque se esqueceu de caminhar por elas. Ou, pior, acreditou que não precisava mais.

Tenho dúvidas sobre a tecla tão batida por esses dias do Brasil polarizado. Como se o país estivesse dividido em dois polos opostos e claros. Ou, como querem alguns, uma disputa de ricos contra pobres. Ou, como querem outros, entre os cidadãos contra a corrupção e os beneficiados pela corrupção. Ou entre os a favor e os contra o governo. Acho que a narrativa da polarização serve muito bem a alguns interesses, mas pode ser falha para a interpretação da atual realidade do país. Se fosse simples assim, mesmo com a tese do impeachment nas ruas, ainda assim seria mais fácil para o PT.

E agora, o que acontece?

Dilma Renuncia jurista impeachment nao pode militar nao Janio quadros voltando
O Brasil, diante da surpresa de todos, foi para as ruas em todo o país, em massa, convocado pelo novo poder das redes sociais. As duas cidades símbolo: Brasília, a capital política, e São Paulo, centro nevrálgico do poder econômico e financeiro, deram vida às duas maiores manifestações de sua história.

Nas mais de 200 cidades onde os brasileiros sem outra bandeira além das cores do Brasil, ouviu-se um único grito: “Fora Dilma”, “fora PT”, representado graficamente por um caixão. Junto com esses dois gritos, o de “corrupção nunca mais” e uma defesa clara da democracia.

Cabe perguntar: E agora, o que acontece?

Milhares de cartazes cheios de criatividade, muitos escritos à mão, revelavam a insatisfação de um país que sente que sua vida piora a cada dia. “Que nos devolvam o Brasil”, rezava outro cartaz e, ao seu lado: “Dilma, a paciência acabou”. Outros destacavam: “Não somos a elite. Não somos de direita. Somos o Brasil”.

É verdade. A idiossincrasia das manifestações, em todas as cidades, desmentiu as aves de mau agouro da véspera. O Brasil os desmentiu redondamente. Diziam que era o país do “caviar”, o dos ricos, o que sairia à rua para exigir a cabeça de Dilma. Não foi. Foi o Brasil plural, foi o Brasil mestiço, o que saiu à rua sem ideologias nem classes. Desfilaram juntas famílias inteiras com seus filhos; casais de namorados de mãos dadas, idosos, muitos jovens e até grávidas felizes. Trabalhadores lado a lado com empresários.

Temia-se que, como em 2013, grupos violentos tentariam abortar as manifestações. Não apareceram. Não houve incidentes. Mais ainda, os brasileiros revelaram o melhor de sua alma: seu espírito festivo, sua criatividade, sua paixão por estar juntos, seu pluralismo e a defesa de um valor que não estão dispostos a renunciar: a democracia.

Foi o Brasil no qual as crianças tiravam fotos com os policiais militares armados até os dentes. Foi o Brasil que às portas do Congresso Nacional, em Brasília, entregavam flores brancas às forças da ordem.

Garantia-se que tinham saído à rua grupos que exigem a volta dos militares. Não foram. Só dois ou três cartazes sobre isso foram anulados pelos milhares de caráter democrático.

Houve até quem apostasse que os convocados pelas redes sociais acabariam na rua enfrentando os que pediam o impeachment de Dilma, os que eram contra e os que defenderiam o governo. Que as manifestações reforçariam a polaridade de um país dividido em dois. Enganaram-se.

Dilma Rousseff já deu a entender que não se afastará

Foi um Brasil unido nas mesmas reivindicações. À súplica da presidenta Rousseff em seu primeiro discurso dias atrás depois de sua reeleição, de que “tivessem paciência” diante da crise que seria passageira, os manifestantes lhe responderam que já estava esgotada. Saiu à rua esse Brasil em que, a pouco mais de dois meses de sua reeleição, apenas 7% aprova seu governo nas pesquisas.

Foi o Brasil que desfilou com suas caras pintadas de verde e amarelo e que gritava: “Nossa bandeira não é vermelha”. E não houve nos desfiles em todo o país uma só bandeira de partido.

Diante disso, e diante de um governo atônito que na véspera tinha minimizado o protesto por não contar com mais apoio do que o das redes sociais, cabe a pergunta: E agora, Dilma?

Dilma Rousseff está com medo

Numa das suas falas de hoje, Dilma Rousseff, com a voz embargada, disse o seguinte sobre as manifestações de ontem: "Quando eu vi centenas de milhares de cidadãos se manifestando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade, valeu a pena lutar pela democracia. Este país está mais forte que nunca."

Dilma Rousseff não lutou pela liberdade. Dilma Rousseff não lutou pela democracia. Dilma Rousseff lutava por um tipo de opressão tão horrível quanto o da ditadura militar. Dilma Rousseff lutava pela instauração de um regime comunista no Brasil, onde as manifestações seriam reprimidas com violência. Como na Cuba que ainda admira.

A sua voz embargada é, sobretudo, sinal de medo. Dilma Rousseff está com medo. Renuncie, Dilma Rousseff, o país não pode ter uma presidente que tem medo de ser pega pela polícia.

Uma grande lição de Brasil

Ao contrário do que supõe o ex-presidente Lula, que imagina um país dividido entre “nós” e “eles”, o Brasil não é binário. Não somos ricos ou pobres, brancos ou negros, burgueses ou trabalhadores, bons ou maus, reacionários ou esclarecidos, de direita ou de esquerda; somos tudo isso, e mais todas as variações possíveis. Por isso as manifestações de ontem foram tão interessantes de se ver, e tão diferentes das Diretas Já, em que todos, absolutamente todos, queríamos a mesma coisa.

Foi muito mais fácil ir às Diretas Já. Não havia pluralidade alguma lá; não havia muito o que pensar. Artistas e políticos estavam do mesmo lado, faziam comícios com os quais concordávamos 100%. Havia uma palavra de ordem única, que estava presa na gargante de todos. Nossos amigos pensavam da mesma forma, e não vivíamos a amargura de nos vermos divididos dentro de uma mesma tribo.

Não tivemos qualquer dúvida em relação às Diretas Já; tivemos todas as dúvidas em relação às manifestações de ontem. Faria sentido nos manifestarmos contra o governo sendo contra o impeachment? Não correríamos o risco de virar massa de manobra de políticos mal intencionados? Não seria perigoso ir a uma manifestação onde poderiam aparecer elementos ultraconservadores?

Sem uma pauta fechada e sem lideranças políticas para dar o tom, cada um foi com a sua cabeça, as suas dúvidas e as suas próprias ideias.

Às manifestações compareceram, essencialmente, os que estão contra o governo. Mas há mil razões para se estar contra este governo, e mil formas de se manifestar isso. Foram para as ruas as pessoas que quiseram apenas mandar um recado à classe política, uma espécie de "Veja lá!", e as que desejam ardentemente o impeachment da presidente; foram as que não aguentam mais a corrupção, as que se cansaram da violência, as que não suportam mais impostos tão altos. Foram as que estão contra o Judiciário e as que querem uma ampla reforma ética para moralizar o país. Foram até algumas que se cansaram da democracia e que querem a volta dos militares. Houve de tudo, e recortes isolados permitem qualquer leitura.

Mas as manifestações foram, acima de tudo, uma grande lição de Brasil. Ela será bem aproveitada se soubermos olhar com sabedoria para este espelho múltiplo e plural — e, sobretudo, se os nossos governantes não se blindarem do que lhes disseram as ruas desqualificando os manifestantes como burgueses brancos elitistas manipulados pela mídia golpista.


Leia mais o artigo de Cora Rónai

Basta !!!!! (Ou o desabafo indignado de um ex-petista)

Basta!!!! Chega!!! Estamos de saco cheio!!!
Charge O Tempo 16/3

Confesso e não me arrependo: fui ontem à avenida Presidente Wilson, em Santos, protestar contra os bandoleiros do PT.

E gostei de gritar na rua: “Ah, eu vim aqui de graça.” Chorei ao cantar o Hino Nacional na praça da Independência.

Lamento, mas o PT (Podridão Total) está apenas colhendo hoje o que semeou em seus 30 anos de flatulência ideológica: o ódio e a luta de classes. Stalin, Mao e Pol Pot não teriam tanta competência.

Durante esse tempo, eles dividiram os brasileiros entre “nós” e ”eles”, entre “fiéis” e “infiéis” - os malucões do Estado Islâmico deveriam pagar direitos autorais ao PT - e amigos e inimigos.

Como milhares de brasileiros, torci por um partido dos trabalhadores nos idos dos anos 80: um partido socialista, humanitário e libertário.

Em 1988, descobri a verdadeira cara do PT stalinista que se recusou a assinar e aprovar a Constituição Democrática e Cidadã.

Não contente com isso, o PT foi contra o Plano Real, a estabilização econômica e o início da inclusão social no governo Fernando Henrique. O que valia era o projeto de poder dos “petelhos”. Os brasileiros que se fornicassem.

Em 2003, vimos o que aconteceu: o PT se transformou no partido da nomenklatura estatal e sindical, o aparelho do Estado foi tomado de assalto pelos “petelhos” e a corrupção foi “democratizada” e “socializada” entre a “cumpanherada.”

O mensalão e o petrolão estão aí para provar tudo isso.

Não adianta acusar a “elite branca e golpista” que tomou ontem a avenida Paulista. Afinal, quando os corintianos tomam essa avenida para comemorar as vitórias do Timão são também essa tal “zelite branca e golpista”?

Bom, milhares de brasileiros indignados deram, no domingo, o cartão vermelho para Lula, a veneranda presidente e seus bandoleiros.

Basta!!!! Chega!!! Estamos de saco cheio!!!

Tadeu Afonso

Ainda falta muito


Quando conseguiremos arrastar multidões apaixonadas para as ruas para exigir educação pública de qualidade, um sistema de saúde digno, mais segurança?
Luiz Ruffato

O que o seu mestre mandar

Dilma não tem outro caminho a não ser o apontado por Lula. Reclame à vontade. Diga que continuará governando de olho em sua biografia. Não tem jeito

A presidente Dilma Rousseff tem duas opções: achar que o pior já passou, e que o tempo se encarregará de arrefecer a rejeição da maioria dos brasileiros ao seu governo, a se levar em conta não só as multidões que ocuparam, ontem, as ruas, mas também pesquisas de opinião pública prestes a sair do forno.

Ou então adotar medidas que convençam o distinto público de que ela está disposta de fato a mudar. Como e mudar para quê, não sei.

Lula se queixa abertamente do que aponta como indisposição de Dilma para conversar, e até mesmo para ouvir conselhos. Engrossou com ela a semana passada durante reunião no Palácio da Alvorada.

Quem estava por lá jura que Lula bateu forte com a mão na mesa e levantou a voz com Dilma, cobrando dela que reformasse o quanto antes o ministério medíocre que montou. Dilma também gritou.


Se dependesse de Lula, Dilma reservaria a Aloízio Mercadante (PT-SP) apenas a chefia da Casa Civil da presidência, sem que se metesse com a coordenação política do governo.

Dilma mandaria embora da coordenação política o ministro Pepe Vargas (PT-RS), das Relações Institucionais, considerado por Lula como fraco. E o substituiria pelo ministro Jaques Wagner (PT-BA), da Defesa.

Não ficaria só nisso. Dilma seduziria o PMDB com a oferta de mais um ou dois ministérios, de modo a que se tornasse mais difícil para ele abandoná-la.

E restabeleceria relações com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Renan, mais do que Eduardo, aumentou a distância de Dilma. E ela não pode se dar a esse luxo.

A equipe de comunicação do governo deveria ser totalmente revista, segundo Lula. É com o marqueteiro João Santana que Dilma ainda troca ideias. Pois ela tem cultivado o isolamento.

Para refletir, informam alguns dos seus porta-vozes. Por desconfiança com os que a assediam, admite gente ligada a Lula. Um dos ministros do governo afirma que Dilma parece perdida. Ou está mesmo.

É tudo o que não é possível, observa Lula.

Dilma deveria ser humilde a ponto de fazer um pronunciamento à Nação pedindo desculpas pelos erros que cometeu. E explicando com mais clareza e sem truques o ajuste fiscal que está sendo obrigada a promover.

João Santana dará um jeito de ser um pronunciamento melhor do que o mais recente, recepcionado por um panelaço.

Quanto ao resto...

Dilma não poderia cair na tentação de amenizar o arrocho fiscal para satisfazer as tendências mais à esquerda do PT e de outros partidos.

E que continuasse circulando pelo país, de preferência em áreas capazes de tratá-la bem, à espera dos resultados da política econômica do ministro Joaquim Levy, da Fazenda.

Por fim, se Dilma fosse de rezar, que rezasse.

Em momentos de aperto severo, Lula reza. Desculpa-se por ter escolhido Dilma para sucedê-lo, mas argumenta que não tinha outro nome.

Antonio Palocci e José Dirceu, nomes naturais, haviam se danado com o mensalão.

Arrepende-se de não ter acertado com ela sua volta como candidato a presidente da República no ano passado. Imaginou que Dilma deixaria a cadeira para ele. Enganou-se.

Como se vê, a receita de Lula para que Dilma se recupere é a mais convencional possível. Aplicado a ele talvez desse certo, mas por ser Lula quem é.

Dilma não tem outro caminho a não ser o apontado por Lula. Reclame à vontade. Diga que continuará governando de olho em sua biografia. Não tem jeito. Fará o que seu mestre mandar. O contrário seria o imponderável.

Tem que recomeçar

elvis

Uma das características principais da política é a sua capacidade de recomposição e regeneração. Alianças podem ser recompostas. Novas alianças podem ser concretizadas. Relacionamentos podem ser recuperar. Tudo a partir da atenção ao bem comum e à existência de uma séria disposição para o diálogo, inerente à democracia. A política permite muitos recomeços. A crise política aponta para a necessidade urgente de um recomeço e uma recomposição da coalizão tendo o ajuste fiscal como eixo central. Porém, teremos de ter mais crises para que se faça a luz do entendimento.
Murillo de Aragão