terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A tirania pior

A cidadania democrática permite a cada um ser como quiser, mas sempre a partir da aceitação da lei civil comum, contra a qual não valem direitos religiosos, nacionais ou de qualquer outro cunho. Santayana (George Santayana, 1863 -1952) nos avisou de que “não há tirania pior que a de uma consciência retrógrada ou fanática que oprime um mundo que não entende o nome de outro mundo que é inexistente"

'Pátria Educadora' durou menos de duas semanas


A medida já foi explicada pelo ministro da Educação, Cid Gomes. Segundo ele a atividade fim permanece assegurada. No entanto, convenhamos, é difícil justificar que sob a égide do lema “Brasil, Pátria Educadora”, o governo promova um corte de R$ 7 bilhões no orçamento da pasta da Educação para o ano de 2015.

A aplicação de cortes no orçamento da União é medida de racionalidade administrativa. Nada a obstar quanto a isso. Contudo, não parece oportuno que esses cortes afetem logo o ministério sobre o qual recaem as maiores responsabilidades financeiras para o custeio da educação nacional.

Por outro lado, é uma pena que a centralização de recursos fiscais em Brasília prossiga sem sequer uma pausa para reflexão: isso serve ao país? não seria preferível ampliar a autonomia dos Estados e municípios?

Percival Puggina

Riqueza de 1% deve ultrapassar a dos outros 99%


Renda anual individual de parcela mais rica da sociedade pode chegar a R$ 7 milhões
A partir do ano que vem, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, segundo um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam.

A riqueza desse 1% da população subiu de 44% do total de recursos mundiais em 2009 para 48% no ano passado, segundo o grupo. Em 2016, esse patamar pode superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido.

Leia mais: Fortuna de super-ricos é 'incontrolável', diz pesquisador

O relatório, divulgado às vésperas da edição de 2015 do Forum Econômico Mundial de Davos, sustenta que a "explosão da desigualdade" está dificultando a luta contra a pobreza global.

"A escala da desigualdade global é chocante", disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima.

"Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado."

A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais.

Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população.

Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tinham um patrimônio individual de US$ 3.851 (cerca de R$ 10.000) em 2014.

Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, o patrimônio era de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões).

Leia mais em BBC Brasil

Dilma usa Indonésia para desviar atenção

É difícil, mesmo sendo espiritualista, defender traficantes. Sei que não temos o direito de tirar a vida de um semelhante, mas esses “semelhantes” que facilitam drogas em porta de escolas para jovens de 15 anos, com o intuito de viciá-los, torná-los clientes e até empregados, merecem alguma consideração? Esses “semelhantes”, que matam com a maior frieza, rindo, merecem alguma consideração?

Por que não “retorná-los” para o lugar de onde vieram, no baixo astral, para ver se lá os ensinam? Aqui, no mundo físico, os que arrecadam impostos e nos governam têm outras “prioridades” administrativas, sobejamente conhecidas, expostas diariamente nos sites e blogs e que não incluem educação e saúde.

E então, como e onde traficantes deverão ser redimidos? Aqui no Brasil, como todos sabem, se forem soltos, podem acabar sendo ministros, nem que seja para Assuntos Aleatórios.

Tiraram até do armário o assessor “tok tok” Marco Aurélio Garcia para armar outro imbróglio tipo Honduras. Pelo jeito, o governo Dilma precisa de uma muleta para desviar a opinião pública do desastre do seu péssimo governo. E há os que se prestam a servir de muleta.

Quem sabe propomos a invasão da Indonésia para acabar com esses “malfeitores” e mudarmos suas leis (como quisemos fazer com Honduras), uma vez que tiveram a ousadia de fuzilar um traficante (coitadinho) brasileiro? Ainda bem que Fidel Castro nunca fuzilou ninguém, pois se o tivesse feito, teria a veemente crítica do atual governo brasileiro.

Nossos navios de guerra, para levarem novos pracinhas, precisam apenas que os EUA nos emprestem alguns rebocadores que os arrastem até lá, pois as embarcações foram criteriosamente sucateadas.

Por isso, até agora estou na dúvida se as condolências enviadas pela nossa diplomacia no caso Charlie Hebdo (França) foram destinadas às famílias dos jornalistas assassinados ou para as famílias dos terroristas também assassinados.

É hora de corte


O que vamos comer amanhã?

América Latina desperdiça 15% dos alimentos que produz
Todos os dias, o mundo joga no lixo entre 1/4 e 1/3 da comida que produz. Enquanto isso, 870 milhões de pessoas – mais de quatro vezes a população brasileira – acorda e vai dormir sem saber o que e quando vai comer.

Levando-se em conta que a população global chegará a 9 bilhões em 2050, como garantir comida a tanta gente, e ainda por cima a preços acessíveis? “É impossível vencer o problema da insegurança alimentar se não investirmos na América Latina para promover exportações e ajudar a alimentar o mundo”, comenta o gerente regional de agricultura do Banco Mundial, Laurent Msellati.

Quando fala em investimentos, ele não se refere só às técnicas para aumentar a produtividade, mas também ao conhecimento para enfrentar os principais riscos como secas, cheias e outros fenômenos climáticos extremos (e cada vez mais frequentes), pragas e até os altos e baixos da economia global.

Tudo isso é importante sobretudo para o maior produtor de alimentos da região, o Brasil, que em breve vai concluir seu primeiro diagnóstico das políticas e programas de gestão de risco do setor agropecuário.

O documento, a ser entregue ao Governo em março de 2015, apresenta recomendações e prioridades para uma melhor gestão dos riscos de um setor cuja safra foi de 194,5 milhões de toneladas em 2014, 3,3% maior do que a de 2013, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Técnicos do Banco Mundial, do Ministério da Agricultura (MAPA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) analisaram 7.000 questionários respondidos em todo o Brasil. Os riscos relacionados com a infraestrutura e logística do setor agropecuário, além das secas cada vez mais graves em todo o país, são as maiores preocupações dos atores do setor.

E, para o diagnóstico não se limitar as percepções do setor, foram feitas consultas com especialistas de Universidades e do setor público e privado em gestão dos diferentes riscos, comparando os resultados do questionário com os resultados de estudos científicos e avaliações de impacto.

“Conhecer os riscos à agricultura é importante para garantir o acesso à alimentação da população mais vulnerável e evitar que a economia seja impactada. Só no estado de São Paulo (que tem a maior participação na produção agrícola do país), uma queda de 10% na produção custaria mais de 4 bilhões de reais (cerca de 1,5 bilhões de dólares) em receitas fiscais”, explica Msellati.

Em compensação, se começar a agir rapidamente para prevenir riscos, o país tem muito a ganhar: um dólar investido em mitigação de riscos como desastres naturais economiza sete em ações de resposta.

Leia mais o artigo de Mariana Kaipper Ceratti