terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O mesmo de sempre


Frases cretinas


A pedido do presidente Lula, eu vou procurar o Pezão para ter diálogo. Já bebi cachaça na casa do Pezão, não nos importaremos em beber de novo. 
Quaquá, líder regional do PT e prefeito de Maricá, conhecido por seu etilismo convicto


PT mudou de rumo e o sonho já acabou


O PT que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em outubro deste ano é outro, com formação e até bandeiras distintas daquele Partido dos Trabalhadores surgido na década de 80 com a pretensão de transformar a política brasileira. As mudanças, adotadas principalmente após o partido se tornar governo, geraram reflexos. Depois de a sigla colher os frutos de se manter no poder central por mais de 12 anos, o atual momento não é tão positivo para os petistas, mesmo após o êxito nas urnas. As consequências negativas dos “erros” estão sendo sentidas agora, quando a sigla enfrenta novas denúncias e manifestações antipetistas pelo país.

Se a população tem feito críticas à administração petista – movimento que cresceu depois das denúncias do mensalão e da corrupção na Petrobras –, fundadores da legenda, que acabaram se desfiliando após as falhas cometidas, não evitam mais os ataques. E mesmo quem continua na sigla já admite a necessidade de mudar.

Desde a criação da legenda, em 1980, alguns idealizadores do PT se desfiliaram e decidiram se afastar da política partidária, enquanto outros fundaram legendas nas quais viriam a ser candidatos. Apesar de alguns nomes, como o do ex-presidente Lula, continuarem no comando partidário, fundadores tidos como mais “radicais” e defensores de políticas mais à esquerda e próximas do “socialismo” optaram por deixar o PT.

Esse fato, segundo analistas, é o principal responsável pela mudança de rumo. “O quadro do partido não é possível de se reverter. Se não se propõe a superar o capitalismo, como pretendia inicialmente, é porque não é socialista. Isso o torna igual a outras siglas”, avalia o cientista político da Unesp Antonio Carlos Mazzeo.

Um dos exemplos de políticos que optaram por se desfiliar é o candidato derrotado à Presidência Eduardo Jorge (PV). “Saí basicamente porque acho que o PT ainda tem um déficit de aceitação da democracia. Continua com um pensamento hegemonista de controle da sociedade, herdado da ditadura”, diz.


Crítica semelhante é feita pelo senador Cristovam Buarque (PDT). Ele diz que sua saída ocorreu após o partido “perder o vigor transformador”. “Dizia que o PT ia levar dez anos para retomar esse vigor. Agora já acho que vai levar muito mais tempo. O PT corre o risco de se tornar um partido inexpressivo. Enquanto continuar como governo, não há chance de recuperar sua utopia”, acredita.

Paisagens Brasileiras

Hipólito Boaventura Caron, "Paisagem com casa em vilarejo"

Reforma eleitoral e política


Convoco o caro leitor
A uma reflexão
Sobre o que vem ocorrendo
Com nossa grande Nação
Percebo algo escuro
No seu caminho futuro
Com tanta corrupção.
Não sou nenhum futurista
Nem sou tão pouco vidente
Também sei que não sou profeta
Coisa de antigamente
Na lógica do sertanejo
Daqui pra frente o que vejo
É fruto não dá semente.
Com tanta desilusão
Parecendo num abismo
Resolvi raciocinar
Com cautela e com civismo
– Tem que haver uma brecha
Uma luz ou uma fresta
Pro fim do continuísmo.
Não é mais possível assim
Os anos passam e nada
A esperança padece
Sempre na encruzilhada
Futuro só tem pra poucos
Os imbecis e os loucos
Fazendo disso piada.
Uma saída surgiu
Na minha imaginação
Novo projeto de lei
Nesta Constituição
Para mudar o sistema
E nos tirar a algema
Dessa forma de eleição.
A nova regra é bem simples
Basta um pouquinho de jeito
Um tempo de dose anos
Com determinação e respeito
Com precisão sem demora
Basta começar agora
E o sucesso tá feito.
Mantendo a mesma estrutura
Dos Poderes Eletivos
Que já estão implantados
Por nossos executivos
Vamos tratar cada um
De forma simples e comum
Também os Legislativos.
O Poder Legislativo
Formado por quatro postos
A seguir descriminadas
Hierarquicamente expostos
Primeiro o Vereador
Que vai mostrar seu valor
Seu tino, seus dons e seus gostos.
Mandato de quatro anos
O vereador eleito
Exercerá seu trabalho
Com coragem e com respeito
E sem remuneração
Em forma de doação
Pra conseguir novo pleito.
Depois de vereador,
Base de todo processo
A ele será permitido
Pra garantir o progresso
Andar pelos dois caminhos
Mostrando aos seus vizinhos
O segredo do sucesso.
O segundo será deputado
Deputado estadual
Que para ser candidato
Além do potencial
Referência e valor
Será ex-vereador
Agora remunerado.
Seguindo o raciocínio
A terceira posição
Será do que vai pra Brasília
Com fé e disposição
Em seu estado eleito
Irá cumprir o seu pleito
E a Constituição.
Pra cada um dos mandatos
Só se elegerá uma vez
Depois da missão cumprida
Tem que mudar sem talvez
Podendo ser candidato
Exercer novo mandato
Superior ao da vez.
Por fim no Legislativo
Teremos o Senador
Que por esta lei sugerida
Foi também Vereador
Deputado Estadual
Deputado Federal
E já mostrou seu valor.
O mandato do Senador
Devido à experiência
Terá o seu tempo dobrado
Com toda transparência
Será o fiel da balança
Trazendo mais esperança,
Distancia da aparência!
O fato preponderante
É que o legislador
Chegará a vinte anos
Depois será professor
Mostrando cidadania
Trazendo mais alegria
Para o povão sofredor.
Já para o executivo
O mesmo raciocínio
Depois de vereador
E seguindo o seu destino
Poderá ser Prefeito
Agindo com o direito,
Com consciência e tino.
Concluindo o seu mandato
Com arte e sabedoria
Ficará credenciado
Para nova romaria
Se Governador for eleito
Cumprirá o novo pleito
Dado pela maioria.
Por fim será Presidente
Depois de ter sido Prefeito
E também Governador
Com retidão e respeito
Mostrando experiência
No concreto e na ciência
Será certamente eleito.
Ao Presidente também
Pra esta lei ser cumprida
Terá seu mandato dobrado
Dedicando sua vida
Seu saber e seu pensar
Para o País compensar
Da atenção recebida.
Com isso a nossa política
Será democratizada
Existindo dois caminhos
Seguindo a mesma pisada
A hierarquia cumprida
A nossa gente sofrida
Deixar de ser humilhada.
Haverá uma exceção
Para o político de fé
Se for capaz e decente
Sendo homem ou mulher
Poderá mudar de trilha
Seguindo a mesma cartilha
Sempre de cabeça em pé.
Um exemplo desta parte
Eu vou explicar agora
Poderá um Deputado
Sem problema sem demora
Ser candidato a Prefeito
E se nas urnas eleito
Assumir na mesma hora.
Isto é, pelo contrário.
Pode ser feito também
Prefeito ou Governador
Se desta forma convém
Sair do Executivo
Passar pro Legislativo
Obedecendo ao porém:
Só pode mudar de lado
Mantendo aquela regra
Da hierarquia cumprida
Assim na lei e na integra
Com isso teremos a certeza
Que esta simples proeza
Implantada nos alegra.
Desta forma acabará
A má fé e o nepotismo
Existente nos Poderes
Com arrogância e cinismo
E criará para o povo
Um cheiro do bom e do novo
Indispensável civismo.
Não sei se me fiz entender
Com esta dissertação
Pois escrever em cordel
Com métrica e atenção
Não sei se passei de fato
Os versos as rimas o tato
Da minha imaginação.
Em síntese só quis dizer
Que cada posto político
Poderá ser ocupado
Com senso claro e crítico
Somente uma única vez
Por um mesmo freguês
Raciocínio analítico.
Com isso, qualquer cidadão,
Que for sereno e capaz
Para a carreira política
Terá que ter algo mais
Ter firmeza e pé no chão
Sabedoria e retidão
Ser coerente e aldáz.
Com dose anos se sabe
Que para ser Presidente
Os candidatos possíveis
No seu passado recente
Já foram um Vereador,
Prefeito e Governador
De algum Estado contente.
Também qualquer Senador
Para ocupar o seu cargo
Já foi um Vereador
Que tem um sabor amargo
Pois é sem remuneração
A principal condição
E nobreza deste encargo.
Continuando a norma
Para qualquer Senador
Conseguir a posição
Depois de Vereador
Terá que ser Deputado
E às leis se dedicado
Com afeição e amor.
Quatro anos na Assembleia
Do estado escolhido
Depois vai para o Congresso
Pelo povo aferido
E quatro anos depois
Feito feijão com arroz
Terá o dever cumprido.
Teremos dias melhores
Garanto isso também
Não haverá mais carona,
Paraquedas pra ninguém
A Pátria sem Salvador
Só político de valor
Para nos fazer o bem.
Políticos de coronéis,
Feudos e religião
Lobistas, sonegadores
Aprenderão à lição.
Partidos de aluguel
Não terão mais o papel
De saquear a Nação.
Francisco de Salles Araújo (Chico Salles), cordel “Reforma Eleitoral e Política”

'Não há só uma esquerda na América Latina'


No fim do seu mandato, o presidente José Mujica diz ter uma visão flexível da nova geração da esquerda latino-americana. "A esquerda que está se formando tem suas peculiaridades. Não há uma só esquerda na América Latina, há muitas. Não se pode cair nessa redução", disse, em entrevista exclusiva à BBC.

"Agora há uma moda. Quando a direita não gosta de alguma coisa, diz: 'isso é tudo populismo'. E a esquerda diz: 'isso é tudo neoliberalismo'. Não é assim. Há o capitalismo e há o liberalismo. E dentro da esquerda nem tudo é populismo. A coisa é mais complexa. Não gosto dessa argumentação em branco e preto, porque é infantil."

Caem a tolerância política e apoio ao sistema


Sensação de insegurança faz com que pessoas se tornem menos tolerantes a quem pensa diferente delas, diz pesquisadora
A tolerância a opiniões diferentes e o apoio ao sistema político democrático no Brasil estão em seus valores mais baixos desde 2006, de acordo com um novo levantamento.

O estudo 2014 Americas Barometer é o resultado de entrevistas com 50 mil pessoas em 28 países do continente americano entre janeiro e outubro de 2014 – 1.500 delas no Brasil. Os pesquisadores usaram o mesmo questionário com perguntas sobre como as pessoas avaliavam a segurança em seus bairros, seus governos municipais, a economia, a polícia e o sistema judiciário em seus países.

A pesquisa é realizada há dez anos pelo Projeto de Opinião Pública Latino-Americana (LAPOP, na sigla em inglês), um instituto de pesquisa baseado na Vanderbilt University, em Nashville, nos Estados Unidos. O projeto tem o apoio da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Em 2014, o Brasil aparece como um dos países das Américas onde a população se sente mais insegura e onde está mais insatisfeita com os serviços públicos. A combinação destes dois elementos pode ter contribuído para uma queda no apoio ao sistema político e na tolerância política no país, segundo a cientista política e diretora do LAPOP, Elizabeth Zechmeister.

"Quando as pessoas se sentem muito inseguras no dia a dia, elas tendem a se direcionar – em suas atitudes, valores e comportamentos – de maneiras que podem ser preocupantes para uma democracia liberal forte", disse à BBC Brasil.

"Elas podem se tornar menos tolerantes em relação às pessoas com quem têm diferenças ideológicas. Isso aparece volta e meia nas minhas pesquisas. Ameaças à segurança tendem a diminuir a tolerância."