O destino driblou as eleições brasileiras e a esperanças de
muitos, mais do que se imagina. A morte do candidato Eduardo Campos enlutou
politicamente uma região inteira – só em Pernambuco tinha uma aprovação recorde
superior a 90%. Não era pouca coisa a que se destinava em sua corrida
presidencial.
Articulador nato e perito em compor aliados, Campos foi o
diferencial na campanha, que agora volta ao cotidiano exaustivo do dilema entre
PT e PSDB. O brasileiro perdeu uma grande chance, por culpa de um
acidente aéreo, de contar com uma grande influência, mesmo perdendo as
eleições, para agitar uma renovação política indispensável, quando é grande o
desinteresse popular pelos rumos políticos.
Resta-nos retomar a bandalha politiqueira, que já era
grande, monstruosa, com a incógnita da performance de Marina Silva. A saída de
cena de Campos deixou o cenário eleitoral mais pobre do que parecia.
Infelizmente o país ainda terá de conviver com essa miserabilidade política por
mais tempo. Miserabilidade que já se vê com canalhas costumeiros se aproveitando do momento para crescer diante da morte do candidato. Um sinal de quanto há de podridão, crescida nos últimos anos, na política brasileira.
Agora o eleitor vai tentar acertar, quase às cegas, em meio ao analfabetismo eleitoral e a sujeira politiqueira,
os caminhos de renovação. Que o destino, desta vez, ajude.