Acontece que esse apoio custa caro a Biden, dentro dos Estados Unidos e principalmente fora. E ele está a menos de um ano de tentar se reeleger. Será uma parada dura derrotar Donald Trump pela segunda vez. Daí porque tem de agradar todos os lados.
Então, um dia ele exalta o direito de Israel à defesa e diz que a guerra só terminará quando o Hamas for destruído; e no outro se opõe a ataques aéreos a hospitais e defende a criação de um Estado palestino. Israel entende a conduta de Biden e vai em frente.
O Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) alertou que a Faixa de Gaza enfrenta agora uma “enorme” lacuna alimentar e uma fome generalizada. Quase toda a população do enclave palestino necessita “desesperadamente” de assistência alimentar.
Disse na quinta-feira Cindy McCain, a diretora executiva do PMA, que “apenas uma fração” da ajuda humanitária necessária chega ao território através das fronteiras:
““Com o inverno a aproximar-se rapidamente, os abrigos inseguros e superlotados e a falta de água potável, os civis enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome. A única esperança é abrir outra porta de entrada em Gaza.”
A escassez de combustível também prejudica a distribuição de água, alimentos e remédios. A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) revelou que hoje não haverá entregas de ajuda a partir da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
Todas as comunicações caíram em Gaza na noite da quinta-feira. Quando isso ocorre é um mal sinal para os palestinos. Ou os bombardeios se intensificam ou Israel lhes reserva uma surpresa. Deixou de ser surpresa perto da meia-noite.
Anunciou o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant:
“Concluímos a retomada e limpeza da parte ocidental da Cidade de Gaza e estamos agora a passar para a próxima fase da ofensiva”.
Ao que acrescentou o chefe do Estado-Maior do exército, general Herzi Halevi:
“Estamos perto de destruir o sistema militar que existia no norte da Faixa de Gaza. Vamos completar isto.”
O hospital indonésio no norte de Gaza foi completamente fechado, e 45 pacientes que precisam de cirurgia deixados na área da recepção. O hospital está sitiado por tanques israelenses, informa a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino.
Continua o cerco israelense ao hospital de al-Shifa. Houve relatos de tiroteio no hospital. As Forças de Defesa de Israel IDF acusaram o Hamas de usar o hospital como centro de comando e controle à medida que as tropas avançam e aumenta a raiva global.