segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Construindo uma nação

Os países são expressões geográficas, os Estados são formas de equilíbrio político e uma Pátria, mais que isso, é um sincronismo de espíritos e de corações, uma comunhão de esperanças. Esta magistral definição, de José Ingenieros, em seu belo ensaio moral sobre a mediocridade humana, nos faz pensar sobre o estágio civilizatório do Brasil, neste momento em que Dilma Rousseff tenta se segurar na cadeira do Planalto, Eduardo Cunha promete se agarrar à cadeira da presidência da Câmara Federal e Ricardo Lewandovski espera, sentado em sua cadeira de presidente da alta mais Corte do país, a denúncia envolvendo políticos.

A rigor, podemos dizer que as instituições estão funcionando. Mas isso basta para nos transformar em uma Nação? Ou continuamos sendo ainda uma terra bárbara? O Brasil está longe de ascender ao estágio civilizatório de uma Pátria, expressa pelos valores da solidariedade, da igualdade, da unidade em torno da utopia coletiva voltada para a realização de grandes coisas. Um olhar para qualquer espaço da vida política e institucional, flagra a torpeza de atitudes, a retórica dos interesses pessoais, os espaços públicos climatizados com os vapores do servilismo, as filas do fisiologismo e a administração pública povoada de proxenetas, que usam os desvãos do poder para engrossar um gigantesco PIB informal.

Democracia Brasil (Foto: Arquivo Google)

Não é a toa que nas terras de Curitiba, um juiz, todo vestido de preto, rodeado de jovens procuradores atolados numa montanha de pastas, dá-se ao trabalho cirúrgico de descobrir cancros e tumores que ameaçam, como metástase, se espalhar pelo corpo nacional. A legião de Sérgio Moro mais parece uma legião imbuída de “uma missão divina”, inteiramente voltada para desvendar o estado invisível escondido no território nacional.

E o que faz, nesse momento, o Congresso Nacional? De um lado, o Senado procura acenar a bandeira de seu presidente, chamada de Agenda Brasil, cujo lema é este: salvemos o Brasil enquanto há tempo. De outro, a Câmara, comandada por Eduardo Cunha, vota matérias polêmicas – como diminuição da idade penal, correção do FGTS, vinculação de salários de diversas carreiras do Estado ao salário dos funcionários do STF - sem considerar a gravidade do momento nacional e a extrema necessidade de o país abrir rígido ciclo de contenção de despesas. Os dois presidentes, ambos do mesmo partido, o PMDB, parecem puxadores de um cabo de guerra, cada qual se esforçando bravamente para trazer o cabo para o seu lado.

E onde está o tão proclamado projeto de reforma política? Aprovado na Câmara, tramita pelo Senado. Mas, é bem provável que esbarremos, no fim da linha, com o famoso dito: a montanha pariu um rato. O que veremos? Pouco: financiamento misto de campanha nos moldes atuais, com pequenas restrições; fim das coligações proporcionais; custo limitado de campanhas e regras de organização partidárias. Não serão suficientes para mudar, em profundidade, os costumes políticos. Continuaremos a ver a política sob as mazelas históricas: o grupismo, o familismo, o mandonismo dos caciques regionais, a retaliação dos espaços da ad­ministração pública. A cláusula de barreira, proibindo a formação de partidos minúsculos, poderia efetivamente conferir densidade dou­trinária aos cinco, seis ou oito grandes partidos que restariam? Sim. Mas deverá ser deixada de lado.

Tomemos o caso da representação política. Diz-se que o Congres­so Nacional é o retrato apurado da comunidade nacional. Se os par­lamentares tomam decisões erradas ou não dignificam o mandato, a culpa acaba sendo atribuída ao povo, que não sabe votar. Não é bem assim. O que tem ocorrido é um deslizamento da democracia dire­ta, a que é exercida pelo povo quando elege os representantes, pela democracia mediada por interesses nem sempre consoantes com a vontade do eleitor. Os governos acabam sendo produto de acordos, barganhas e intermediações, deixando de refletir os resultados das urnas.

Não é sem razão, pois, que se acusa a democracia brasileira de es­tar esvaziada de conteúdo social. Os melhores quadros do Congresso Nacional acabam sendo reféns do mandonismo do governo. Imagi­nem-se os quadros menos qualificados, os chamados parlamentares do baixo clero. Acabam aguardando a vez na porta da esperança, onde mendigam verbas para sustentar o prestígio regional.

Uma verdadeira reforma política deveria abarcar todos esses aspectos. Restrita, a reforma será inconse­quente. Pois não adiantará reformar aspectos pontuais do sistema, sem alterações de fundo no sistema econômico com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais. Reformar a cultura política significa, pois, refor­mar o cidadão. Cidadãos exigentes, cultos e preparados produzem o oxigênio para a gestão racional da democracia.

Felizmente esse novo cidadão começa a adensar as ruas. As mobilizações sociais dos últimos tempos constituem a tão ansiada luz no fim do túnel. Essa é a boa novidade que se pinça do monturo de coisas podres, deterioradas, estragadas que alimentam os urubus da política.

O que faz a grandeza de uma Nação? O historiador Edward Gibbon, em Declínio e Queda do Império Romano, sintetiza: a imaginação dos pensadores; os benefícios das leis, da política, do comércio, das manufaturas, das artes e das ciências; e a capacidade operativa de homens comuns, famílias, e cidades dedicadas aos ofícios mecânicos, ao cultivo da terra, ao uso do fogo e dos metais, enfim, à prática dos mais variados e utilitários serviços cotidianos.

Arrematemos a resposta. A grandeza de uma Nação é resultado direto da cidadania. Quanto mais se eleva a auto-estima dos cidadãos, pela via da educação política e consciência cívica, mais forte será a Nação. O Brasil está sendo passado a limpo. Com o apoio das ruas. É assim que se constrói uma Nação.

Todas as crises ao mesmo tempo

Durou pouco o alívio de Dilma Rousseff, como o que ocorreu na semana passada quando foi presenteada pela denúncia do ainda presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de seu envolvimento no festival de propinas da Petrobrás. Denunciado pelo MPF de haver recebido sucessivas contribuições em dinheiro como suspeita de suborno para facilitar negociações ocorridas na estatal, precisamente investigadas pela PF e pelo MPF, o presidente da Câmara foi alvejado com um tiro que o fez sair da trincheira por ele construída para desestabilizar o governo Dilma. Pelo menos momentaneamente. Eduardo Cunha, que tem fôlego de sete gatos (sem trocadilhos), reagiu como todos os envolvidos sempre reagem, negando conhecer os demais acusados e eventuais delatores. Nesse teatro, ele ainda recebeu a solidariedade de seus pares no PMDB e no Legislativo. Em São Paulo, foi homenageado pelo grupo liderado pelo presidente da Força Sindical, o deputado Paulinho da Força, em bem organizada manifestação popular que entoou o grito já gasto de “Eduardo Cunha, herói do povo brasileiro”. Meu Deus, onde chegamos.


Poucos acreditam em Eduardo Cunha, mas ninguém duvida de como é trabalhoso tê-lo como inimigo, no comando de uma Câmara que é um ajuntamento e de uma oposição errante, sem projetos para mudar o país.

Ainda que por pouco tempo, como se prevê e desejam, ele pode remontar um cenário indesejado pelo PT, que é a inclusão na agenda da Câmara do processo de impeachment da presidente. É quase o clamor das ruas, motivado pelo desemprego, pela inflação, pela notória redução da atividade econômica e o agravamento desse conjunto de tropeços. A desidratação do poder político do Palácio do Planalto retira da presidente ferramentas importantes com cujo auxílio poderia resistir ao turbilhão de dificuldades que sua equipe econômica e seus ainda parceiros políticos tentam ajudá-la a contornar. Em suma, os estoques de resistência e de reação estão no nível morto. Salva a presidente, ainda, a estabilidade institucional que lhe dá a Constituição e que marca o impeachment como uma afronta a lei.

As ruas acusam o governo de ser incompetente, incapaz de produzir soluções, de não oferecer alternativas para a recessão que se alastra e nos pune, mas também não geram, com os protestos que empreendem, agendas transformadoras. Fora Dilma para milhares. Fica Dilma para outros milhares, em menor dimensão, mas fora o ajuste fiscal. Mais escolas, mais saúde, mais segurança, mais mobilidade, mas menos impostos, menos tarifas, menos juros, menos inflação. A conta não fecha. De tanto prometer e não entregar, de tanto propor e não realizar, o governo está no cume do desgaste possível. E infelizmente não sinaliza com melhoras. E quando sinaliza, não convence.

Alguma semelhança?

Onde quer que o Estado assuma o controle detalhado das atividades econômicas de seus cidadãos, ou seja, onde quer que reine o planejamento econômico central detalhado, lá os cidadãos comuns estão com algemas políticas, têm um baixo padrão de vida e pouco poder para controlar o seu próprio destino
Rose e Milton Friedman
 

A ideia do jeitinho

Os assaltantes dos cofres públicos nacionais vão se movimentando intensamente, utilizando discurso conhecido como “peneira no Sol”. O discurso é apenas para constar. Todos eles sabem que a maioria da população tem consciência de que são bandidos, e que a formalidade por eles empregada é digna de baixo meretrício de beira de estrada. É só olhar a cara de José Sarney, Edison Lobão, Lula da Silva, o Lularápio e outros.


Mas ainda existe quem acredite que o país tem jeito (fazer o quê?). Mesmo ouvindo discursos da presidAnta, que garante existir “um animal oculto por trás de cada criança” (o qual, invariavelmente, é um cachorro), e que numa situação onde não existe meta é possível atingir a meta e dobrá-la.

Foi esta retardada quem esteve na Europa, em 2009, oferecendo conselhos a chanceler Angela Merkel para melhorar a economia alemã. Ela deveria isso sim ter levado um volume da obra de Palmério Dória (“Honoráveis Bandidos”), traduzido para o alemão, mostrando que entre os seus conselheiros está o ex-presidente José Sarney, “Ratão do Banhado”, magnificamente retratado, ali, como ladrão desmoralizado.

Mas o PT, através de sua liderança maior, o cachaceiro desqualificado, já está tomando providências: numa reunião recente no valhacouto que lhes serve de abrigo, as ratazanas petistas discutiram com profundidade quem irá se arriscar a colocar um guizo no pescoço de Zé Dirceu. A notícia foi dada no jornal O Globo.

Lularápio quer que seu ex-braço direito, o ex-“capitão do time”, se desligue da legenda. O calhorda mor acredita que, com tal gesto, o PT voltará a enganar como antes. Como se não tivesse passado pelo mensalão, petrolão e roubalheiras que ainda serão apuradas. Sem contar os 11 caminhões de mudança que levou ao deixar a Presidência e os dois caminhões frigoríficos com as bebidas que roubou do Palácio da Alvorada.

O ex-presidente, que age de forma canalha desde a mais tenra idade (quem quiser saber mais, leia o livro de José Nêumanne Pinto, “O Que Sei de Lula”), não economiza em patifaria, pois sabe que na vida o que mais importa são as aparências. O problema é que seu partido, apesar de muito tentar, não conseguiu censurar a internet, através do tal “marco regulatório da mídia”.


Hoje, graça à rede mundial de computadores, sabe-se bem quem é este mistificador e saqueador do patrimônio público. A nossa esperança é o juiz Sérgio Moro. Quando estiver bem documentado e respaldado, o juiz federal paranaense irá, sem nenhuma dúvida, colocar este pilantra no xilindró.

O grande problema é que somos grande massa de analfabetos, manipulados pelas emissoras de televisão (capitaneadas pela Rede Globo), sem qualquer noção de cidadania ou de direitos. A única coisa que se cumpre à risca aqui são as imposições, os deveres, porque existem mecanismos bem azeitados na cobrança de impostos dos quais o desprotegido assalariado não consegue fugir.

Não temos escolas, saúde, transporte público, sistema de segurança, a cantilena é enorme e sempre repetida. Mas temos ladrões em pencas, carregando todo o dinheiro que deveria prover tais benefícios. O Brasil precisa mudar sua legislação penal e construir presídios. A elaboração de novas leis se mostra como fator impositivo, nos menores detalhes. Por que um gatuno como Paulo Maluf, por exemplo, não é preso?

Vejam só como o discurso “peneira no Sol” é vergonhoso: Lularápio quer afastar seu ex-cúmplice, tão somente porque pretende se salvar. Mas não sabe ainda o que virá pela frente, com telefonemas seus interceptados, delações premiadas e outros instrumentos que lhe porão a nu. O Brasil é essa tristeza, apesar de todo o seu potencial econômico. Quando será que irão colocar o safardana Lularápio na prisão?

Pesadelo

Estava sentado ouvindo o pronunciamento dela no ato de posse perante o parlamento: “Um dos grandes debates do nosso tempo é sobre quanto do seu dinheiro deve ser gasto pelo Estado e com quanto você deve ficar para gastar com sua família. Não nos esqueçamos nunca desta verdade fundamental: o Estado não tem outra fonte de recursos além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais ele só pode fazê-lo tomando emprestado sua poupança ou lhe cobrando mais tributos. E não adianta pensar que outro alguém irá pagar. Esse ‘alguém’ é você! Não existe essa coisa de ‘dinheiro público’. Existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos.”

“A prosperidade não virá por inventarmos mais e mais programas generosos de gastos públicos. Você não enriquece por pedir outro talão de cheques ao banco. E nenhuma nação jamais se tornou próspera por tributar seus cidadãos além de sua capacidade de pagar. Nós temos o dever de garantir que cada centavo arrecadado com a tributação seja gasto bem e sabiamente, pois nosso partido é dedicado à boa economia doméstica. Proteger a carteira dos cidadãos, proteger os serviços públicos, essas são as nossas duas tarefas básicas e ambas devem ser conciliadas. Como seria prazeroso e popular dizer ‘gaste mais nisso, gaste mais naquilo’. Todos nós temos causas favoritas. Eu pelo menos tenho. Mas alguém tem que fazer cuidadosamente as contas. Toda empresa tem que fazê-lo, toda dona de casa tem que fazê-lo, todo governo deve fazê-lo. O meu irá fazê-lo”.

Dei um salto e, entusiasmado, pus-me a aplaudi-la. Estávamos perante uma governante firme e sábia. Mas, aí, acordei e me dei conta que estivera no parlamento britânico ouvindo o discurso de Margaret Thatcher... Reza a história que a famosa ex-primeira-ministra inglesa salvou as finanças e a economia do Reino Unido, além de dado uma tunda histórica nos movimentos sociais e sindicatos trabalhistas.

Ela foi o reverso da nossa presidente, com décadas de antecedência e, por isso, estamos nessa miserável situação, numa crise de confiança arrastada e irremediável, perdidos no imprudente presidencialismo de coalizão, em que a base de sustentação do governo o desestabiliza progressivamente, base essa construída com espeque na corrupção.

Em termos populares, a situação do governo é a seguinte: “Se correr, o bicho pega; se ficar o bicho come”. Noutros termos, elegantemente gregos, vivemos um dilema, ainda sem saída, que se arrasta há 10 meses. As crises — a etimologia é também grega — exigem soluções efetivas e ágeis. Não vale aqui choramingar e dizer que devíamos ter adotado o parlamentarismo, em que basta derrubar o gabinete para resolver o dilema do governante inepto.

Sequer da renúncia podemos cogitar. Ela é tão prepotente e de poucas luzes, que só pensa em si: “Aguento pressões!”; “Sou forte!”; “Tenho legitimidade!”. Antes não tivesse, estaríamos livres das pragas que ela semeou pelos brasis afora. O vice-presidente, em ato de autocrítica, reconheceu a gravidade da situação e apelou para que alguém apareça e nos una, ou seja, una as forças políticas da nação para resolver a grave crise criada pelo governo do PT. O pior, é que ela acha ser essa pessoa. Ela é justamente quem a todos desune.

Quem é essa pessoa? É a pergunta que todos nós nos fazemos. Um governo de salvação nacional exige a saída de Dilma, que nunca teve estofo para governar a nação. Se não há um salvador da pátria, que pelo menos se tire do governo quem a está levando para o buraco.

A crise continua e continuará enquanto Dilma insistir em governar. Se foi ela, com suas políticas malucas, na Petrobras, segurando preços; na Eletrobrás, desmanchando o sistema de distribuição; e na economia, gastando mundos e fundos para incentivar o consumismo e aumentar a dívida pública, como é que pode ser a pessoa indicada para unir todos e desfazer os malfeitos?

Ao cabo, a agenda proposta por Renan é retórica, cortina de fumaça, aparente pacto de governabilidade e improvável retomada da economia. É um erro brutal tentar salvar o que não deve ser salvo, como disse FHC. O Brasil precisa de um choque de liberalismo. Ora, com Dilma e o PT, inexistem condições objetivas e confiança para retomar o crescimento.

Dois ciclos estão encerrados: o do recente crescimento mundial, de capitais fartos e vendas maciças de commodities, que catapultou os últimos 12 anos de lulopetismo e ele próprio, primário e populista. Estamos vendo passar o enterro. Falta fazer a cova e providenciar o sepultamento da era Lula.

A ditadura de Vargas (15 anos) e a militar (21 anos) colapsaram rapidamente. O lulopetismo não deve, não pode, perdurar por mais 3 anos e meio, sob pena de destruir a nação, a menos que ela se torne uma rainha da Inglaterra (reina, mas não governa), panorama impensável, levando-se em conta a personalidade da nossa presidente.

E na festa do peão em Barretos...

O governo petista acabou

O governo petista acabou! Como um doente terminal, pode durar meses ou anos, com todos os sofrimentos daí resultantes. Impeachment ou renúncia teriam a imensa vantagem de dar um basta a essa situação, com a segunda alternativa sendo muito melhor que a primeira, por ser mais rápida e menos traumática. Aguardar as eleições de 2018 pode significar que o novo governo que assumir terá de reestruturar totalmente um País exaurido.

Charge O Tempo 24/08

O discurso petista de que qualquer abreviamento do mandato da atual presidente seria um golpe nada mais é que um mero instrumento demagógico. Impeachment é um instrumento previsto constitucionalmente e utilizado quando do governo Collor, forçando-o à renúncia. A transição não foi traumática, o então vice-presidente Itamar Franco fez um governo exemplar, de união nacional, e foi o responsável pelo Plano Real. O mesmo pode repetir-se agora com o vice-presidente Michel Temer, a quem não faltam condições para tal mudança.

Aliás, o PT parece não ter memória, pois chegou a apregoar o impeachment do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Não era golpe! No que diz respeito às convicções democráticas, o PT e seu governo têm dado sinais indeléveis de seu pouco apreço pelas instituições republicanas, defendendo os governos bolivarianos e o socialismo do século 21 em nossos países vizinhos. A democracia desmorona a golpes de facões chavistas na Venezuela e nosso governo não cessa de defender sua “democracia”.

Mais recentemente, o presidente da CUT, Vagner Freitas, declarou, dentro do Palácio do Planalto, que ele e seus comparsas pegariam em armas para defender o atual governo. Como assim, pregando a violência no palácio e chamando isso de defesa da democracia? A situação não deixa de ser hilária. O PT não defende o Estatuto do Desarmamento? Terão os sindicalistas da CUT armas? Onde as obtiveram?

O ex-presidente Lula tentou logo depois fazer um remendo, dizendo que a verdadeira arma seria a “educação”. Conversa fiada. Repete o comportamento que o caracterizou no governo: atiça o fogo e logo diz atuar como bombeiro.
Acontece, porém, que o País mudou. Nas manifestações nacionais do dia 16 um boneco inflável de Lula como presidiário virou meme nas redes sociais e apareceu nos jornais e na mídia em geral. Um símbolo, nesse dia, ruiu. É toda uma época que chega ao seu término.

O boneco estampava o número do PT e um artigo do Código Penal, em clara demonstração de que seu nome já está associado à corrupção, à Lava Jato e à prisão. Perdeu o efeito teflon, ou talvez tenhamos agora um outro tipo de teflon, o negativo, tudo passando a colar nele e na sua sucessora. Os acordos negociados com o presidente do Senado não tiveram nenhum efeito popular senão o de colar o senador Renan Calheiros às figuras de Dilma e Lula. O acordão não funcionou para esse importante setor da opinião pública.

As manifestações, ao contrário das anteriores, focaram no afastamento da presidente, insistindo no impeachment ou em eventual renúncia. Sua imagem não apresenta nenhuma melhora. Ao contrário, piora. Os protestos estão apontando para o fim do ciclo petista, procurando abreviá-lo.

Note-se que essas manifestações foram maiores e mais importantes do que se previa – supostamente uma baixa adesão. Foram maiores que as de abril reuniram acima de 1 milhão de pessoas, apesar de jornalistas e “analistas” simpáticos ao PT procurarem camuflar esse fato. Globo e G1 fizeram um cálculo, segundo as Polícias Miliares (PMs), de 879 mil participantes, não contando os manifestantes do Rio e do Recife, sem estimativas das respectivas PMs.

Ora, o Rio congregou pelo menos 100 mil pessoas e o Recife, 50 mil, o que dá um total superior a 1 milhão. Esses números só perdem para as manifestações de março. As imagens cariocas foram impressionantes.

Ademais, trata-se de um processo que começou em março, seguiu em abril e chegou a agosto com novas manifestações já sendo previstas. Tivemos três enormes manifestações em cinco meses, algo inédito na História do nosso país. Por último, esta última manifestação teve foco, centrado nas figuras de Dilma e Lula, com a bandeira explícita do impeachment.

Exemplo público a ser seguido concretizou-se no aparecimento de camisas e faixas em apoio ao juiz Sergio Moro. Ele representa atualmente um ideal de Justiça, algo digno de ser imitado. A Nação não mais tolera metamorfoses ambulantes, quer correção na vida pública e esperança de um País justo, no qual um novo futuro possa ser vislumbrado.

Do ponto de vista político, essas manifestações de apoio a Moro significam uma forte sustentação à Operação Lava Jato contra qualquer tipo de pizza. A sociedade está atenta aos seus desdobramentos e, certamente, não aceitará nada que possa prejudicá-la. Os culpados deverão ser punidos, tanto no setor empresarial quanto no político. Se isso não ocorrer, as manifestações poderão ganhar ainda mais fôlego. Um recado foi enviado!

Apostar numa melhora da situação econômica significa voltar a ouvir os cantos de sereias que nos guiaram desde a saída de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda. Os “mágicos” economistas petistas levaram o País a esse buraco, os ditos desenvolvimentistas incrustados no governo e no partido. A inflação deve alcançar dois dígitos (ou perto disso) no final do ano, o desemprego está aumentando, o PIB é estimado em 2% negativo neste ano e deve permanecer negativo no próximo, o poder de compra da classe média e dos trabalhadores em geral está caindo, e assim por diante.

O Natal e o ano-novo não serão de festa do ponto de vista social. A quebra de expectativas e a desesperança só tendem a piorar. E será nesse cenário que o clima de insatisfação política se vai expandir.

Prazo de validade do governo Dilma já se esgotou

A manipulação e a deformação de termos e definições têm sido uma prática adotada por intelectualóides que ainda apóiam o governo. O termo “golpe”, cuja definição clara não oferece cores políticas, vem sendo utilizado aos “baldes” por aqueles que, dizendo-se democratas, tentam colar a expressão aos que classificam da “direita”, sempre formada por antidemocratas, militaristas, revanchistas e que não sabem assimilar derrotas.

Distorcendo aqui e pedalando ali, lá vão eles “pichando” os outros de golpistas.

Vencer uma eleição prometendo e depois não cumprindo, fazer campanha com recursos oriundos de “assaltos” aos cofres públicos, não oferecer a possibilidade de verificar-se a seriedade das urnas e seus resultados, negociar a máquina pública para manter base de apoio, tudo isso não é golpe? Afinal, quem está dando o golpe no país?

Os golpes aplicados em governos anteriores hoje servem de justificativas e “direitos adquiridos” para que o PT também possa praticá-los.

As passeatas pagas, financiadas e organizadas pelos pelegos petistas, utilizando-se de brasileiros miseráveis, sob todos os aspectos, são o “gran finale” da farsa, da ópera do malandro, do ladrão, do pilantra e do cafajeste. Na rua defendendo a democracia? Nem sabem o que é isso. São contra as propostas de do governo e contra Levy, mas a favor de Dilma.

Com uma rejeição jamais vista e com um apoio insignificante, se essa caricatura de governante acabar seu mandato, terminará também com o país! Dilma foi eleita com votos, sim. Mas o prazo de validade de sua eleição já terminou, com votos ou não. O resto é patifaria, molecagem e coisa de bandido. E lugar de bandido é na cadei
a.

La nave va

O governo disse, após as manifestações, que o grande problema do Brasil é a intolerância. Discordo: acho que é a corrupção. Milhares de pessoas que foram às ruas acham o mesmo. A resposta do governo não me surpreende. É tão previsível que poderia reduzi-la a um programa de computador, quem sabe uma fórmula matemática. Sempre acusa, nunca erra, nunca se desculpa. Prefere o papel de vítima da intolerância do que assumir suas responsabilidades no buraco em que meteu o Brasil.

De fato, a tolerância, essa que o governo usa como cortina de fumaça, é uma qualidade vital. Bertrand Russel dizia que, além de respeito aos fatos, é preciso aprender a ouvir coisas que não gostamos de ouvir.

A memória me ajuda a exercitar a tolerância. Quando o presidente da CUT disse que resistiria com armas na mão ao impeachment de Dilma, consegui sorrir.

Lembrei-me de um episódio em 1964. Éramos cinco jornalistas morando num conjugado do 200 da Barata Ribeiro. Um de nós foi buscar as armas que o Almirante Aragão distribuiria para resistir ao que, na época, era um verdadeiro golpe.

Aragão comandava os fuzileiros navais, tinha armas verdadeiras. Quando lançou a ordem de entregar as armas, ela foi se deformando e chegou lá na porta como um aponte as armas. Pessoinha, José Pessoa, esse era o seu nome, voltou com olhos arregalados e de mãos vazias.

Dos cinco daquela época, morreram três, sobramos Moacir Japiassu e eu. Vivo, Pessoinha também riria das armas do presidente da CUT. E muito mais do desfecho: em vez de armas, o presidente da CUT ofereceu churrasco e cerveja.

As crises trazem muita ansiedade, sobretudo em nossa época. Toda hora ir ao computador à espera de algo que você não sabe bem o que é, algo que impulsione uma saída.

Com as memórias de muitos anos de manifestação de rua, fui ver de perto, depois assisti com tranquilidade às análises, coberturas de tevê, enfim todas as possíveis interpretações. Uma das coisas que me pareceram meio cômicas foi a obsessão com os números. Era uma manifestação oceânica, grande para qualquer democracia ocidental e mesmo para a Índia. Mas era preciso esquadrinhar a Avenida Paulista em busca de um número.

Como disse Bertrand Russel, é preciso respeitar os fatos. Os números devem ser levados em conta, mas não são a única variável. As manifestações revelaram um foco: o impeachment. E marcaram uma aliança entre os manifestantes e a Operação Lava-Jato. E se fixaram na rejeição de Dilma, Lula e o PT.

As coisas ficaram mais claras. E manifestações nunca se esgotam nelas mesmas. Elas são transmitidas para milhões de pessoas que não foram às ruas. Por causa disso, independentemente de pequenas diferenças numéricas, as manifestações produzem um enorme efeito num índice que não para de crescer: o da rejeição a Dilma.

Agarrados a números como um contador atarefado, muitos não sentiram a dimensão do protesto, a proeza de unir um movimento nacional em torno de uma só aspiração. Se isso não tem foco, recomendo levar a lente para um especialista. Ao contrário das manifestações do século passado, nas de agora agora são famílias inteiras que vão para as ruas. Não houve ocorrências policiais ao longo de todo o país. Não havia comícios, mas microfones abertos.

Outro dia, num encontro do PT, um dos oradores pediu a volta dos black blocks. Onde estão eles que não nos ajudam? Nas vésperas da manifestação, o presidente da CUT vem com essa história de armas, transfiguradas em chope e churrasco.

É verdade que surgiram ao longo do Brasil algumas faixas pedindo intervenção militar. Mas quem acredita mesmo que situação histórica se resolve num conflito das Forças Armadas com os sindicalistas armados de Vagner Freitas? É preciso muito chope para considerar esta hipótese.

Manifestações nem sempre têm o condão de resolver sozinhas as crises. Elas as dramatizam e empurram os atores para assumirem seu papel em cena. Na verdade, embora a palavra de ordem fosse impeachment, vi mais esperança no curso da Operação Lava-Jato do que no processo político.

O que ficou claro no domingo é que as multidões não aceitam sabotagens à Operação Lava-Jato. Esperam que se desdobre, pois veem nela o elemento mais dinâmico nessa pasmaceira. De um lado um governo que não governa, apenas tenta sobreviver; de outro a necessidade de abrir uma brecha no impasse político, premissa para se recuperar a economia.

Impossível não perceber o movimento da multidão: seus clamores não foram ouvidos pelos políticos, ela se volta para a polícia. E está funcionando. É algo que funciona, e a própria oposição decidiu se opor. Sei que esta frase pode parecer arriscada mas é a conclusão que tirei nas ruas: la nave va.
Fernando Gabeira

'A praça pública é maior que as urnas'

Na atualidade a palavra impeachment tornou-se o veredito das multidões que encheram as ruas do Brasil no histórico dia 16 de agosto. Foi o maior julgamento popular de um presidente da República, no caso, da presidente Dilma Rousseff.

O movimento, como os dois anteriores foi espontâneo, consciente, apartidário, ordeiro, pacífico, com objetivo claro e definido: Fora Dilma. Fora Lula. Fora PT. Grandes faixas com a palavra impeachment exibiram a tônica do “plebiscito”, pedindo a saída da governante que quebrou o País e jogou a conta nas costas do povo depois de tê-lo enganado nas eleições com mentiras.

Emblematicamente, em Brasília, o gigantesco balão com a cara de Lula da Silva, vestido de presidiário e com o número dos Irmãos Metralha no peito, indicava que o presidente de fato já não passa de um Pixuleco das falcatruas.

Neste cenário soou falso o discurso do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, que do alto do seu pomposo e inútil cargo acusou o povo de intolerante e pediu otimismo. O ministro esqueceu que as pessoas costumam ir aos supermercados onde a realidade da inflação e da queda de renda é inequívoca.

Edinho Silva também mandou recado para a oposição, que nunca existiu, declarando numa linguagem lulesca: “Só esperamos que, quando os interesses são do País, que, em vez de ficarmos cultivando questões partidárias, a gente possa enxergar aquilo que é do interesse nacional”.

Portanto, o ministro pede aos outros o que nunca foi feito por seu partido, o PT e, ao mesmo tempo, não tem noção de um fato básico: Não tem governo que resiste quando a economia vai mal. Tampouco, Edinho Silva leu “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, onde está escrito: “Os homens esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio”. Mas ler, ainda mais “O Príncipe”, seria pedir demais ao ministro.

Sobre a oposição, que na linguagem petista significa PSDB, o PT pode ficar sossegado. O ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, sempre foi o maior defensor de Lula e do PT, no que foi seguido por seus correligionários. Aguentou oito anos ouvindo “Fora FHC” e, depois de ter entregado ao recém-eleito presidente Lula um governo sem inflação, seus melhores quadros e políticas sociais que o PT imitou, ouviu por mais 12 anos indo para 13 que sua herança era maldita. E tem mais: em agosto de 1999, Lula da Silva disse: “Renúncia é um gesto de grandeza e FHC não tem essa grandeza”. O pedido de renúncia depois pareceu pouco e o PT passou também a encampar uma campanha pelo impeachment de Fernando Henrique Cardoso. Naquela ocasião não era golpe.

Agora foi dito que FHC unificou o PSDB em torno do pedido de renúncia da Presidente. Um mimo dado a Rousseff, que jamais irá renunciar. E assim, entre impeachment, novas eleições ou cassação de Rousseff, o PSDB aceitou, por enquanto, que pedir a impossível renúncia da presidente é melhor. E se Eduardo Cunha, a única oposição real pedir o impeachment, os tucanos aprovam. Pelo menos é o que é dito agora. Se bem que os tucanos já estão com a bandeja pronta para entregar a cabeça de Cunha depois que o Procurador-geral, Rodrigo Janot, o denunciou.
Enquanto isso, a classe dirigente petista conta com Renan Calheiros para salvar a pele da presidente e, é claro, a sua própria, no tapetão institucional. Também aumentam as performances da presidente diante de públicos selecionados que a aplaudem. E não poderia faltar um contra-ataque dos ditos movimentos sociais sustentados pelo governo e que foram realizados dia 20 deste a favor de Rousseff e, paradoxalmente, contra o ajuste fiscal e a Agenda Brasil.

Os “exércitos” de Stédile, Boulos e da CUT, com exceção de São Paulo onde houve mais gente, nas demais capitais não passaram de grupelhos do pixuleco. Mesmo porque, os manifestantes chapa-branca fazem parte dos 8% que apoiam Rousseff contra os 70,1% da população, uma quantidade descomunal de coxinhas, de conservadores da classe média de direita e, como disse Lula da Silva, de nazistas.

O PT, que também participou do impeachment do ex-presidente Collor, hoje chama de golpistas os que querem se ver livre do pior governo presidencial de nossa história. Isso lembra uma entrevista de Ulysses Guimarães antes da queda de Collor.


Disse o deputado, que a praça pública era maior que as ruas e que Collor não era mais presidente. Teria este se tornado um fantasma, mas um fantasma que provocava inflação, desemprego, queda da bolsa e que devia ser exorcizado. O cidadão havia votado em Collor, mas acordara e estava nas ruas. Na Câmara, se não votassem o impeachment seriam considerados cúmplices.

Agora não temos governo, mas um fantasma que provoca um cortejo de desgraças para o País. Os cidadãos acordaram. É hora do Congresso relembrar que a praça pública é maior que as urnas. Caso contrário, os parlamentares serão cúmplices.

Janot e o diabo

Entre comemorações e temores diante da denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a já esfacelada base governista será colocada novamente à prova. E falhará.
Na mira da próxima leva de processos que tem que chegar ao Supremo até o dia 31 estão 12 senadores e 21 deputados da chamada base – se é que isso ainda existe -, além de 13 ex-deputados. Com eles, Dilma Rousseff poderá ser arrastada para mais uma temporada no inferno em que ela reside desde que invocou o diabo para se reeleger.

Depois de quase dez dias de alívio, graças ao neoadesismo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a dívida de Dilma com Belzebu só cresceu.

Conseguiu estender o prazo no TCU para explicar pedaladas e outros atletismos nas contas de 2014. Beneficiou-se de bondades no TSE e até acendeu cachimbo da paz com empresários, o que custará ao país uma nova rodada de crédito seletivo para os mesmos de sempre.

Aconselhada a baixar o tom e tentar esconder sua indisfarçável soberba, Dilma escalou interlocutores para propor bandeira branca frente à avalanche de bandeiras verde-amarelas que pediam impedimento ou renúncia dela. E fingiu que acreditou no êxito das bandeiras vermelhas da última quinta-feira.
Mas até Dilma deve saber que é um respiro breve. Para ela e para o padrinho Lula.

Cada político denunciado – e é bom lembrar que a maioria deles será do PP, partido que não tem qualquer compromisso ideológico com o projeto petista – vai cobrar caríssimo pelo silêncio. Ainda assim, eles só ficarão mudos diante de garantias que vão muito além de um cargo aqui, outro acolá, como é de praxe. Exigências que do auge de sua impopularidade a presidente não tem como viabilizar.

A Lava-Jato é um trator que o país acredita que não será freado por um ou outro acordo. Nos processos de primeira instância, a operação deteve gente graúda que se julgava intocável. Investigou, julgou e condenou.

Os números do núcleo Paraná são impressionantes: 716 procedimentos instaurados, 356 buscas e apreensões e 105 mandados de prisão cumpridos. Mais de 140 pessoas arroladas em 31 acusações penais, apuração de propinas de mais de R$ 6 bilhões, já tendo bloqueado R$ 2,4 bilhões e recuperado R$ 870 milhões. No site criado para dar transparência às ações do MP, informa-se que as condenações já somam mais de 225 anos de prisão.

Agora é a vez daqueles que têm foro privilegiado. É aqui que a desconfiança aumenta. Não é baixo o zum-zum de que a PGR faria parte de um acordão. Em troca da garantia de recondução ao cargo, Rodrigo Janot aliviaria Renan e outros fiéis.

O procurador-geral da República pode – e deveria fazê-lo - enterrar esse tipo de intriga na quarta-feira, 26, ao ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, casa que tem 13 dos seus 81 integrantes na mira da PGR, um deles, Fernando Collor de Mello (PTB-AL), já denunciado.

Terá a chance de provar que nem todos se submetem ao tridente de Lula, Dilma, Renan e Cia. Do contrário, o diabo vencerá. Mais uma vez.
Mary Zaidan