domingo, 3 de julho de 2016
Corrupção campeã
Odebrecht, Oi, Sete Brasil, e agora o Grupo J&F, dono da JBS – Friboi, o maior frigorífico do mundo. Diferentes nos negócios, elas têm tudo em comum. Escolhidas a dedo dentro da política megalomaníaca de campeãs nacionais, todas foram anabolizadas por generosos empréstimos do BNDES nos governos Lula e Dilma. E, sem exceção, estão arroladas e enroladas na roubalheira de dinheiro público apurada pela Lava-Jato e suas sucursais.
Tanto políticos quanto empresas remetem suas culpas a um sistema que os obrigaria a corromper e ser corrompido. E o fazem sem qualquer escrúpulo.
Empresários descolados e multimilionários afirmam, em juízo, que se não topassem pagar as cotas-corrupção estariam fora do jogo e que outros o fariam. Na outra ponta, o PT quer fazer crer que perdeu a sua pureza para o mundo dos maus. E que, se errou, o fez em nome do povo. Não se contentou em ter institucionalizado a bandidagem, quis dar a ela ares Robin-Hoodianos.
Para virar gigante, a Friboi recebeu mais de R$ 8 bilhões do BNDES entre 2006 e 2014 e, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), teria lesado o banco em R$ 847 milhões. Regalias, empréstimos e renovações sem contrapartidas.
Novato no grupo de denunciados, a J&F detém 80,9% da Eldorado Brasil Celulose, um dos alvos da Sépsis, nova etapa da Lava-Jato, deflagrada na sexta-feira. De acordo com a denúncia, a empresa teria pagado propina para a ala nobre do PMDB para obter recursos do fundo de investimentos FI-FGTS. Chama atenção o fato de os outros 19,1% das ações da Eldorado estarem nas mãos dos também encrencados fundos de pensão Petros e Funcep, usados e abusados pelo governo petista.
Pelo menos parte da conduta criminosa dessas campeãs é conhecida. A Sete Brasil pintou e bordou e deixou um buraco de quase R$ 20 bilhões, a Oi acaba de pedir recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior de que se tem notícia na história no país, e a Odebrecht, junto com outras seis grandes empreiteiras, está afundada na pilhagem da Petrobras.
Menina dos olhos de Lula, a Sete Brasil nasceu para ser grande. Construiria 29 sondas até 2020 para explorar petróleo em mar profundo. Só junto ao BNDES, obteve R$ 10 bilhões. Não entregou sonda alguma. Financiou companhas do PT e de aliados, enriqueceu outros e deixou a conta para ser paga pelos impostos dos brasileiros.
O processo da Oi seguiu na mesma batida. Apareceu parcialmente no Mensalão, nos negócios com Portugal, e, ao lado de Lula, na Lava-Jato.
Em benefício da operadora, Lula descriou e criou leis, entregando a ela a telefonia fixa de mais da metade dos municípios do país, a maioria deles no Norte e Nordeste. Com investimentos Oi, o filho Lulinha enricou. Virou empresário da área de games, que, mesmo com prejuízos anuais, continuou recebendo aportes da operadora. Isso sem falar dos mimos, como a antena particular instalada a poucos metros do sítio de Lula em Atibaia, que o ex afirma que não é seu.
A intimidade de Lula com a Odebrecht completa as ligações espúrias entre o governo do PT e as empresas eleitas para brilhar que, em contrapartida, lustravam o brilho da estrela.
A fórmula se repetiu nos governos do PT por mais de uma década, com maior ou menor sofisticação.
Empresas premiadas com contratos e financiamentos públicos superfaturavam e devolviam a dádiva. Legalmente, por meio de doações eleitorais, declaradas e assinadas, ou diretamente para o bolso de uns e outros, por meio de pagamentos em papel-moeda - malas de dinheiro -, ou em contas externas em paraísos fiscais, offshores, trusts.
A política de eleger empresas campeãs nada rendeu ao país e deixou dívidas gigantescas – calcula-se mais de R$ 50 bilhões só ao BNDES. Mas consolidou o PT na liderança do ranking da corrupção – pódio que custa caríssimo ao Brasil.
Tanto políticos quanto empresas remetem suas culpas a um sistema que os obrigaria a corromper e ser corrompido. E o fazem sem qualquer escrúpulo.
Empresários descolados e multimilionários afirmam, em juízo, que se não topassem pagar as cotas-corrupção estariam fora do jogo e que outros o fariam. Na outra ponta, o PT quer fazer crer que perdeu a sua pureza para o mundo dos maus. E que, se errou, o fez em nome do povo. Não se contentou em ter institucionalizado a bandidagem, quis dar a ela ares Robin-Hoodianos.
Novato no grupo de denunciados, a J&F detém 80,9% da Eldorado Brasil Celulose, um dos alvos da Sépsis, nova etapa da Lava-Jato, deflagrada na sexta-feira. De acordo com a denúncia, a empresa teria pagado propina para a ala nobre do PMDB para obter recursos do fundo de investimentos FI-FGTS. Chama atenção o fato de os outros 19,1% das ações da Eldorado estarem nas mãos dos também encrencados fundos de pensão Petros e Funcep, usados e abusados pelo governo petista.
Pelo menos parte da conduta criminosa dessas campeãs é conhecida. A Sete Brasil pintou e bordou e deixou um buraco de quase R$ 20 bilhões, a Oi acaba de pedir recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior de que se tem notícia na história no país, e a Odebrecht, junto com outras seis grandes empreiteiras, está afundada na pilhagem da Petrobras.
Menina dos olhos de Lula, a Sete Brasil nasceu para ser grande. Construiria 29 sondas até 2020 para explorar petróleo em mar profundo. Só junto ao BNDES, obteve R$ 10 bilhões. Não entregou sonda alguma. Financiou companhas do PT e de aliados, enriqueceu outros e deixou a conta para ser paga pelos impostos dos brasileiros.
O processo da Oi seguiu na mesma batida. Apareceu parcialmente no Mensalão, nos negócios com Portugal, e, ao lado de Lula, na Lava-Jato.
Em benefício da operadora, Lula descriou e criou leis, entregando a ela a telefonia fixa de mais da metade dos municípios do país, a maioria deles no Norte e Nordeste. Com investimentos Oi, o filho Lulinha enricou. Virou empresário da área de games, que, mesmo com prejuízos anuais, continuou recebendo aportes da operadora. Isso sem falar dos mimos, como a antena particular instalada a poucos metros do sítio de Lula em Atibaia, que o ex afirma que não é seu.
A intimidade de Lula com a Odebrecht completa as ligações espúrias entre o governo do PT e as empresas eleitas para brilhar que, em contrapartida, lustravam o brilho da estrela.
A fórmula se repetiu nos governos do PT por mais de uma década, com maior ou menor sofisticação.
Empresas premiadas com contratos e financiamentos públicos superfaturavam e devolviam a dádiva. Legalmente, por meio de doações eleitorais, declaradas e assinadas, ou diretamente para o bolso de uns e outros, por meio de pagamentos em papel-moeda - malas de dinheiro -, ou em contas externas em paraísos fiscais, offshores, trusts.
A política de eleger empresas campeãs nada rendeu ao país e deixou dívidas gigantescas – calcula-se mais de R$ 50 bilhões só ao BNDES. Mas consolidou o PT na liderança do ranking da corrupção – pódio que custa caríssimo ao Brasil.
Dois pra lá, dois pra cá
Certos intérpretes da História brasileira entendem que nossa democracia é “jovem”. Remonta, quando muito, ao fim dos governos militares, nos anos 1980. Os petistas tendem a vê-la como fruto da própria fundação do partido, no final dos anos 70. Seja como for, a invocação de nossa “juventude” democrática sempre aparece como justificativa das mazelas políticas do País.
Outros intérpretes preferem enfatizar os avanços ocorridos em nossa vida democrática desde o retorno ao regime civil. Estes entendem que já temos no País uma democracia em avançado estágio de consolidação, graças a um sem-número de aprimoramentos.
Da primeira tese podemos inferir sem temor a erro que a formação do nosso regime democrático pode ser compreendida sem recurso à História. O que aconteceu antes dos anos 80 não importa. A ideia de que a democracia resulta de um demorado processo de construção institucional não passa de especulação. No tocante ao sufrágio, por exemplo, instituímos o voto feminino em 1933, antes de vários países europeus; na primeira metade dos anos 80, 60% da população já estava habilitada a votar. Mas tais precedentes seriam insignificantes. Voltar à Independência e ao Império, então, nem falar. Ou seja, a democracia teria surgido da noite para o dia, prontinha. Das trevas medievais teríamos passado direto às luzes democráticas que hoje bem ou mal possuímos.
Os que veem nossas instituições já na reta de chegada, em franco processo de consolidação, têm argumentos mais interessantes. Destacam, com toda a razão, que o regime como tal não sofreu rupturas, nem sequer ameaças sérias, desde seu restabelecimento em 1985. As eleições foram realizadas segundo as regras e os prazos previstos. Finda a guerra fria e a radicalização ideológica do pré-1964, neutralizada a propensão intervencionista então existente entre os militares e controlada a inflação – sem esquecer outras reformas relevantes, como a do sistema financeiro, efetivada nos anos 90 –, o tradicional pessimismo sobre as instituições ter-se-ia tornado simplesmente descabido. Quer dizer, se a primeira tese peca por falta, a segunda peca por um enorme excesso.
A esta altura da discussão, não podemos prescindir de um ligeiro excurso conceitual. A que conceito de democracia nos estamos referindo? Segundo um entendimento muito difundido, democrático é o país onde só acontecem coisas boas. Pobreza não existe e a desigualdade é apenas residual. A riqueza nacional é suficiente para assegurar o bem-estar e a felicidade de todos os cidadãos. Numa sociedade tão pouco conflituosa, os processos políticos, quase desnecessários, são tocados por indivíduos probos, altruístas e de alto discernimento. Claro, assim concebida, a democracia é apenas um sonho. Não aparece em nenhum mapa. Pode ser uma bela imagem no plano onírico, mas nada tem que ver com a reflexão proposta neste artigo.
A noção de democracia hoje quase universalmente aceita é a de um regime político historicamente existente. Como tal, podemos decompô-la em dois elementos. Trata-se, por um lado, de um sistema político em que as autoridades públicas são escolhidas mediante eleições limpas e livres, nas quais a maior parte da população adulta esteja apta a participar. Segundo, uma vez investidas em suas posições governativas, as referidas autoridades exercem suas funções sob restrições e pressões incessantes, ou seja, sujeitas a um processo de contínua fiscalização e, no limite, à possibilidade de serem afastadas.
Quanto ao primeiro requisito – como passageiramente já indiquei –, creio haver no Brasil um consenso bastante razoável. Em si mesmo, o ato de votar não é objeto de maiores restrições, mas a engrenagem da representação política – especialmente o sistema eleitoral e a organização partidária - tem sido questionada, e não sem razão. Por exemplo: os 20 e tantos partidos atualmente representados na Câmara dos Deputados evidenciam a saudável presença do leque de legítimos interesses e opiniões existentes na sociedade, ou, ao contrário, uma farsa monumental, uma pseudorrepresentação de tais interesses e opiniões?
Mas nem precisamos ir tão longe. Em nosso sistema, as autoridades realmente governam sob uma contínua e eficaz fiscalização? As restrições aqui consideradas são, desde logo, as insculpidas na Constituição e nas leis, cuja titularidade cabe em primeiro lugar ao Judiciário e à Procuradoria-Geral da República. Em que pese a atuação altiva e enérgica do juiz Sergio Moro, não há dúvida de que o Brasil é ainda regido por duas Justiças, uma para os poderosos e outra para os batedores de carteira. A diferença entre ambas é que a segunda funciona. Essa realidade é de tempos em tempos reconhecida até por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). E esse ponto, de permanente importância, precisa ser complementado por outro de natureza conjuntural. Oito dos 11 ministros ora em atividade no STF foram nomeados por Lula e Dilma Rousseff. Só os muito crédulos atribuem pouca importância a esse fato.
O enunciado “governar sob restrições incessantes e eficazes” traz evidentemente à baila a questão da transparência e de seu correlato, a accountability, ou seja, a possibilidade de responsabilizar autoridades que eventualmente atuem em desacordo com suas atribuições. Mas o BNDES, por exemplo, só agora, sob a presidência da doutora Maria Silvia Bastos, está cumprindo sua inequívoca obrigação de facultar o acesso da Justiça aos registros de suas operações. Como é público e notório, tais informações foram sonegadas durante um longo período. Trata-se de uma singularidade, um caso isolado, ou de uma síndrome totalmente antagônica ao que se deve esperar numa democracia, ainda mais considerando o volume de recursos movimentado pelo banco e a catadupa de subsídios por ele concedidos a empreendimentos privados?
Bolívar Lamounier
Outros intérpretes preferem enfatizar os avanços ocorridos em nossa vida democrática desde o retorno ao regime civil. Estes entendem que já temos no País uma democracia em avançado estágio de consolidação, graças a um sem-número de aprimoramentos.
Da primeira tese podemos inferir sem temor a erro que a formação do nosso regime democrático pode ser compreendida sem recurso à História. O que aconteceu antes dos anos 80 não importa. A ideia de que a democracia resulta de um demorado processo de construção institucional não passa de especulação. No tocante ao sufrágio, por exemplo, instituímos o voto feminino em 1933, antes de vários países europeus; na primeira metade dos anos 80, 60% da população já estava habilitada a votar. Mas tais precedentes seriam insignificantes. Voltar à Independência e ao Império, então, nem falar. Ou seja, a democracia teria surgido da noite para o dia, prontinha. Das trevas medievais teríamos passado direto às luzes democráticas que hoje bem ou mal possuímos.
Os que veem nossas instituições já na reta de chegada, em franco processo de consolidação, têm argumentos mais interessantes. Destacam, com toda a razão, que o regime como tal não sofreu rupturas, nem sequer ameaças sérias, desde seu restabelecimento em 1985. As eleições foram realizadas segundo as regras e os prazos previstos. Finda a guerra fria e a radicalização ideológica do pré-1964, neutralizada a propensão intervencionista então existente entre os militares e controlada a inflação – sem esquecer outras reformas relevantes, como a do sistema financeiro, efetivada nos anos 90 –, o tradicional pessimismo sobre as instituições ter-se-ia tornado simplesmente descabido. Quer dizer, se a primeira tese peca por falta, a segunda peca por um enorme excesso.
A noção de democracia hoje quase universalmente aceita é a de um regime político historicamente existente. Como tal, podemos decompô-la em dois elementos. Trata-se, por um lado, de um sistema político em que as autoridades públicas são escolhidas mediante eleições limpas e livres, nas quais a maior parte da população adulta esteja apta a participar. Segundo, uma vez investidas em suas posições governativas, as referidas autoridades exercem suas funções sob restrições e pressões incessantes, ou seja, sujeitas a um processo de contínua fiscalização e, no limite, à possibilidade de serem afastadas.
Quanto ao primeiro requisito – como passageiramente já indiquei –, creio haver no Brasil um consenso bastante razoável. Em si mesmo, o ato de votar não é objeto de maiores restrições, mas a engrenagem da representação política – especialmente o sistema eleitoral e a organização partidária - tem sido questionada, e não sem razão. Por exemplo: os 20 e tantos partidos atualmente representados na Câmara dos Deputados evidenciam a saudável presença do leque de legítimos interesses e opiniões existentes na sociedade, ou, ao contrário, uma farsa monumental, uma pseudorrepresentação de tais interesses e opiniões?
Mas nem precisamos ir tão longe. Em nosso sistema, as autoridades realmente governam sob uma contínua e eficaz fiscalização? As restrições aqui consideradas são, desde logo, as insculpidas na Constituição e nas leis, cuja titularidade cabe em primeiro lugar ao Judiciário e à Procuradoria-Geral da República. Em que pese a atuação altiva e enérgica do juiz Sergio Moro, não há dúvida de que o Brasil é ainda regido por duas Justiças, uma para os poderosos e outra para os batedores de carteira. A diferença entre ambas é que a segunda funciona. Essa realidade é de tempos em tempos reconhecida até por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). E esse ponto, de permanente importância, precisa ser complementado por outro de natureza conjuntural. Oito dos 11 ministros ora em atividade no STF foram nomeados por Lula e Dilma Rousseff. Só os muito crédulos atribuem pouca importância a esse fato.
O enunciado “governar sob restrições incessantes e eficazes” traz evidentemente à baila a questão da transparência e de seu correlato, a accountability, ou seja, a possibilidade de responsabilizar autoridades que eventualmente atuem em desacordo com suas atribuições. Mas o BNDES, por exemplo, só agora, sob a presidência da doutora Maria Silvia Bastos, está cumprindo sua inequívoca obrigação de facultar o acesso da Justiça aos registros de suas operações. Como é público e notório, tais informações foram sonegadas durante um longo período. Trata-se de uma singularidade, um caso isolado, ou de uma síndrome totalmente antagônica ao que se deve esperar numa democracia, ainda mais considerando o volume de recursos movimentado pelo banco e a catadupa de subsídios por ele concedidos a empreendimentos privados?
Bolívar Lamounier
Nem direita, muito menos esquerda
A rigor, no Brasil, não se tem uma direita, muito menos uma esquerda. O que existe, de fato, são aqueles grupos que estão acima (no poder) e o restante, situados abaixo. No meio desses grupos, fica uma grande maioria silenciosa, indiferente e descrenteAri Cunha, "O triste hoje da UnB"
Assim Chicago não aguenta
O enredo do impeachment da companheira afastada está cada vez mais, por assim dizer, ridículo. Quanto mais aparece a floresta de crimes perpetrados pelo imaculado governo petista, mais surgem almas bondosas denunciando um golpe de Estado. A resistência democrática em favor da quadrilha é uma coisa comovente. Nunca antes.
A defesa daquele governo probo e injustiçado encomendou uma perícia para analisar o processo de impeachment. Desde o caso PC Farias o país não tinha uma perícia tão comentada. Na época, a pirueta espetacular foi a tese de que o assassinato do operador de Collor fora crime passional. O Brasil acreditou por um bom tempo nesse delírio, porque o Brasil acredita. Agora, a pirueta é a alegação de que Dilma não pedalou.
Vai ver foram pedaladas passionais — coisa de coração valente. É chato contrariar as almas penadas que amam a historinha do golpe — porque ela lhes permite tirar para dançar o fantasma da ditadura de 64, a assombração mais lucrativa do Brasil. Mas é preciso informar que a tal perícia é mais uma malandragem rebuscada, como aquelas que o companheiro Barroso produz no STF. É claro que não aparece uma assinatura da companheira afastada mandando pedalar, porque a pedalada é justamente não assinar nada — não pagar uma dívida.
Foi assim que Dilma Rousseff tomou o seu dinheiro na marra, prezado leitor, deixando de repassar algumas dezenas de bilhões de reais, segundo o Tribunal de Contas, do Tesouro para o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa. Ou seja: o governo imaculado e golpeado da companheira presidenta forçou instituições controladas por ele a lhe conceder crédito (em quantias monumentais) — e isso é crime fiscal.
Vai ver a perícia realizada no processo de impeachment no Senado esperava encontrar um ato da Sra. Rousseff do tipo “Autorizo meus capangas no Tesouro Nacional a pedalar as dívidas com os bancos públicos”. Ou, quem sabe, a premissa fosse de que, num governo à deriva, ninguém é responsável por nada. Os peritos tiveram um trabalhão para embelezar esse cadáver.
Ainda assim, os legistas coreográficos confirmaram o crime de Dilma na edição dos decretos de crédito suplementar, não autorizados pelo Congresso Nacional. “Ah, então foi só isso?!”, pergunta a claque do golpe. Notem a malandragem intelectual (os malandros do intelecto são um sucesso): um governo delinquente de cabo a rabo, que inventou a contabilidade criativa para ludibriar o contribuinte e detonar a economia popular, vira o autor de uma infração reles — um trombadinha simpático.
Para os impressionantes arautos do golpe, o governo criminoso de Dilma Rousseff é vítima.
A estratégia de reduzir a roubalheira a um soluço contábil serve também para dizer que, se for assim, todos os presidentes sofreriam impeachment. Compreensível. Lula também disse, no mensalão, que caixa dois todo mundo faz. É o mesmo jeitinho de relativizar a trampolinagem. Mas é mentira. Depois de instituída a Lei de Responsabilidade Fiscal, só o governo do PT cometeu esse crime. Até porque, antes dele, o Tesouro Nacional ainda não havia sido promovido a casa da mãe Joana.
E o mais chocante nem é isso. Observe a quantidade de anestésico que um arauto do golpe precisa aplicar em sua própria consciência. O sujeito faz uma acrobacia retórica descomunal para defender a legitimidade de um governo em que todos — todos — os principais integrantes estão na mira da polícia. Por uma manobra de Eduardo Cunha, os crimes da Lava-Jato não entraram no processo de afastamento da pobre companheira golpeada — mas estão todos lá, muito bem expostos no pedido de impeachment.
Ou seja: Eduardo Cunha é o maior aliado da lenda do golpe. Agradeçam de joelhos a esse grande brasileiro, nobres camelôs da mística revolucionária.
Até na abertura da Flip o pós-Dilma foi tratado como uma conjuntura monstruosa. Como dito acima, os malandros do intelecto são um sucesso. Vamos então prestar solidariedade a esses bravos plantonistas da bondade, lembrando a eles que seu querido PT não está sozinho na história. O companheiro Al Capone passou pelo mesmíssimo problema.
Eliot Ness, o golpista da época, pegou o mafioso, gângster, assassino e facínora de Chicago por uma fraude contra o Imposto de Renda. No Brasil de hoje, enquanto os heróis da resistência tentam fazer a fraude das pedaladas sair na urina, seus protegidos vão acrescentando sordidez a um escândalo que parecia já insuperável.
Num surpreendente ramal da Lava-Jato, surge a operação Custo Brasil — e eis que desponta Paulo Bernardo, ministro de Lula e de Dilma, preso pela Polícia Federal. Esse expoente do pobre petismo golpeado pelas elites é acusado de roubar R$ 100 milhões de servidores públicos necessitados. Mas tudo bem: o companheiro Dias Toffoli, que também é um gladiador da justiça social, já providenciou a soltura de mais este guerreiro golpeado pela direita.
Se citarmos toda a coleção de crimes do governo imaculado da Sra. Rousseff, Chicago não aguenta. Mas os arautos do golpe não se abalam. Essa lenda vale ouro.
A defesa daquele governo probo e injustiçado encomendou uma perícia para analisar o processo de impeachment. Desde o caso PC Farias o país não tinha uma perícia tão comentada. Na época, a pirueta espetacular foi a tese de que o assassinato do operador de Collor fora crime passional. O Brasil acreditou por um bom tempo nesse delírio, porque o Brasil acredita. Agora, a pirueta é a alegação de que Dilma não pedalou.
Vai ver foram pedaladas passionais — coisa de coração valente. É chato contrariar as almas penadas que amam a historinha do golpe — porque ela lhes permite tirar para dançar o fantasma da ditadura de 64, a assombração mais lucrativa do Brasil. Mas é preciso informar que a tal perícia é mais uma malandragem rebuscada, como aquelas que o companheiro Barroso produz no STF. É claro que não aparece uma assinatura da companheira afastada mandando pedalar, porque a pedalada é justamente não assinar nada — não pagar uma dívida.
Foi assim que Dilma Rousseff tomou o seu dinheiro na marra, prezado leitor, deixando de repassar algumas dezenas de bilhões de reais, segundo o Tribunal de Contas, do Tesouro para o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa. Ou seja: o governo imaculado e golpeado da companheira presidenta forçou instituições controladas por ele a lhe conceder crédito (em quantias monumentais) — e isso é crime fiscal.
Vai ver a perícia realizada no processo de impeachment no Senado esperava encontrar um ato da Sra. Rousseff do tipo “Autorizo meus capangas no Tesouro Nacional a pedalar as dívidas com os bancos públicos”. Ou, quem sabe, a premissa fosse de que, num governo à deriva, ninguém é responsável por nada. Os peritos tiveram um trabalhão para embelezar esse cadáver.
Ainda assim, os legistas coreográficos confirmaram o crime de Dilma na edição dos decretos de crédito suplementar, não autorizados pelo Congresso Nacional. “Ah, então foi só isso?!”, pergunta a claque do golpe. Notem a malandragem intelectual (os malandros do intelecto são um sucesso): um governo delinquente de cabo a rabo, que inventou a contabilidade criativa para ludibriar o contribuinte e detonar a economia popular, vira o autor de uma infração reles — um trombadinha simpático.
Para os impressionantes arautos do golpe, o governo criminoso de Dilma Rousseff é vítima.
E o mais chocante nem é isso. Observe a quantidade de anestésico que um arauto do golpe precisa aplicar em sua própria consciência. O sujeito faz uma acrobacia retórica descomunal para defender a legitimidade de um governo em que todos — todos — os principais integrantes estão na mira da polícia. Por uma manobra de Eduardo Cunha, os crimes da Lava-Jato não entraram no processo de afastamento da pobre companheira golpeada — mas estão todos lá, muito bem expostos no pedido de impeachment.
Ou seja: Eduardo Cunha é o maior aliado da lenda do golpe. Agradeçam de joelhos a esse grande brasileiro, nobres camelôs da mística revolucionária.
Até na abertura da Flip o pós-Dilma foi tratado como uma conjuntura monstruosa. Como dito acima, os malandros do intelecto são um sucesso. Vamos então prestar solidariedade a esses bravos plantonistas da bondade, lembrando a eles que seu querido PT não está sozinho na história. O companheiro Al Capone passou pelo mesmíssimo problema.
Eliot Ness, o golpista da época, pegou o mafioso, gângster, assassino e facínora de Chicago por uma fraude contra o Imposto de Renda. No Brasil de hoje, enquanto os heróis da resistência tentam fazer a fraude das pedaladas sair na urina, seus protegidos vão acrescentando sordidez a um escândalo que parecia já insuperável.
Num surpreendente ramal da Lava-Jato, surge a operação Custo Brasil — e eis que desponta Paulo Bernardo, ministro de Lula e de Dilma, preso pela Polícia Federal. Esse expoente do pobre petismo golpeado pelas elites é acusado de roubar R$ 100 milhões de servidores públicos necessitados. Mas tudo bem: o companheiro Dias Toffoli, que também é um gladiador da justiça social, já providenciou a soltura de mais este guerreiro golpeado pela direita.
Se citarmos toda a coleção de crimes do governo imaculado da Sra. Rousseff, Chicago não aguenta. Mas os arautos do golpe não se abalam. Essa lenda vale ouro.
Última trincheira da cidadania ou da impunidade?
Foi o ministro Marco Aurélio Mello quem conferiu ao Supremo o atributo de última trincheira da cidadania. Ora, cidadania é a condição do cidadão que desfruta do direito de participar da vida política nacional. Ao ouvir o ministro, vislumbrei, então, esse cidadão ao qual ele se referia. No fragor da batalha contra a corrupção, sujo de terra e fuligem, levava ele à mão um farrapo verde e amarelo. Vi-o arrastando-se pelo chão, noite adentro, até resvalar para o interior da trincheira onde onze homens e suas sentenças o acolheriam no abraço cálido da Justiça. Foi o que a imaginação me proporcionou, mas nem eu acreditei em tal delírio.
Bem ao contrário, o que a realidade mais tem trazido ao conhecimento dos cidadãos brasileiros é um STF convertido em centro das expectativas dos mais destacados membros na hierarquia da corrupção. É lá e em nenhum outro lugar que todos os investigados desejam estacionar seus processos. É ali que os poderosos suplicam. Foi ali que Paulo Bernardo retomou a liberdade. Ali sumiu do mundo dos fatos o crime de obstrução da justiça tentado por Dilma e revelado naquela infame conversa telefônica com Lula. Oito minutos de gravação, disponibilizados no YouTube e já ouvidos por algo como três milhões de cidadãos, simplesmente deixaram de existir. Ali, segundo o site stf.jusbrasil.com.br, trafegam 275 inquéritos e 102 ações penais contra autoridades. É bem provável que muitos desses processos tenham nascido nas investigações e delações ocorridas no âmbito da Lava Jato, onde cerca de 70 "plebeus" já foram condenados. Quantas outras investigações dessa mesma operação, porém, bateram na trave do foro especial por prerrogativa de função e foram desviadas para as espaçosas gavetas do STF, onde o prazo médio de aceitação de uma denúncia é de 617 dias? Por enquanto, o placar mostra 70 x 0. E não é o zero, mas são os 70 que traziam desconforto ao ministro Marco Aurélio quando falou em "justiça de cambulhada".
Centenas de parlamentares e autoridades encrencados no STF contam com as regalias do sigilo, com a prolongada ocultação de seus crimes, com o faustoso usufruto dos bens mal havidos e com a sonhada regalia da prescrição. O ministro Roberto Barroso afirmou, há poucos dias, que foro privilegiado é uma herança aristocrática. E tem razão. Privilégios da nobreza acompanham o direito vigente no Brasil pelo menos desde as Ordenações Manuelinas (1521). Aqui, o cidadão comum sempre soube o seu lugar e sempre reconheceu a existência de uma cidadania superior à sua, chapa branca, de cujas regalias ele, cidadão comum, é detentor do direito de pagar a conta.
É tão benevolente o foro especial por prerrogativa de função, que ganhou, na linguagem plebeia, o nome daquilo que de fato é: foro privilegiado. Talvez o leitor esteja ponderando, coberto de razão, que a extinção dessa iniquidade seja uma prerrogativa do Congresso Nacional, que jamais o eliminará ou moderará, por motivos óbvios. Mas não é bem assim. O STF já tem legislado tanto contra o próprio texto constitucional! Basta-lhe, para isso, apontar inércia do parlamento ou contradições entre o texto da Carta de 1988 e determinado princípio constitucional. Nada o impede, então, de acabar com o foro privilegiado pelo mesmo caminho, invocando, por exemplo, o princípio constitucional da Igualdade. De que vale o Art. 5º proclamar que todos são iguais perante a lei se a uns é reservado o direito de ter seus crimes encobertos por delongas e pelo véu do sigilo, além da possibilidade de receber o impagável benefício da prescrição? A nada serve o Supremo tecer críticas ao foro privilegiado e permanecer servindo à impunidade tanto quanto o Congresso Nacional.
Percival Puggina
Bem ao contrário, o que a realidade mais tem trazido ao conhecimento dos cidadãos brasileiros é um STF convertido em centro das expectativas dos mais destacados membros na hierarquia da corrupção. É lá e em nenhum outro lugar que todos os investigados desejam estacionar seus processos. É ali que os poderosos suplicam. Foi ali que Paulo Bernardo retomou a liberdade. Ali sumiu do mundo dos fatos o crime de obstrução da justiça tentado por Dilma e revelado naquela infame conversa telefônica com Lula. Oito minutos de gravação, disponibilizados no YouTube e já ouvidos por algo como três milhões de cidadãos, simplesmente deixaram de existir. Ali, segundo o site stf.jusbrasil.com.br, trafegam 275 inquéritos e 102 ações penais contra autoridades. É bem provável que muitos desses processos tenham nascido nas investigações e delações ocorridas no âmbito da Lava Jato, onde cerca de 70 "plebeus" já foram condenados. Quantas outras investigações dessa mesma operação, porém, bateram na trave do foro especial por prerrogativa de função e foram desviadas para as espaçosas gavetas do STF, onde o prazo médio de aceitação de uma denúncia é de 617 dias? Por enquanto, o placar mostra 70 x 0. E não é o zero, mas são os 70 que traziam desconforto ao ministro Marco Aurélio quando falou em "justiça de cambulhada".
É tão benevolente o foro especial por prerrogativa de função, que ganhou, na linguagem plebeia, o nome daquilo que de fato é: foro privilegiado. Talvez o leitor esteja ponderando, coberto de razão, que a extinção dessa iniquidade seja uma prerrogativa do Congresso Nacional, que jamais o eliminará ou moderará, por motivos óbvios. Mas não é bem assim. O STF já tem legislado tanto contra o próprio texto constitucional! Basta-lhe, para isso, apontar inércia do parlamento ou contradições entre o texto da Carta de 1988 e determinado princípio constitucional. Nada o impede, então, de acabar com o foro privilegiado pelo mesmo caminho, invocando, por exemplo, o princípio constitucional da Igualdade. De que vale o Art. 5º proclamar que todos são iguais perante a lei se a uns é reservado o direito de ter seus crimes encobertos por delongas e pelo véu do sigilo, além da possibilidade de receber o impagável benefício da prescrição? A nada serve o Supremo tecer críticas ao foro privilegiado e permanecer servindo à impunidade tanto quanto o Congresso Nacional.
Percival Puggina
Profeta do apocalipse
Ele (Temer) se comporta como Fidel Castro, que se instalou em Havana com seus guerrilheiros. Temer parece acreditar que ficará no poder por 70 anos. Ele trocou o comando de todos os postos importantes, dos ministérios, do Banco Central, da Petrobras. Ele é absurdo.
Se a Dilma de fato voltar, vamos precisar de meio ano para contratar e dispensar gente de novo
Lula em entrevista à revista alemã Der Spiegel
Não há pergunta sem resposta
A Polícia Federal escolheu o nome certo da mais recente operação batizada para caracterizar a nova caça aos ladrões: Septicemia. Significa infecção generalizada. Salvo engano, passaporte para o cemitério. A ação contra Carlinhos Cachoeira e sua quadrilha revela que se entrelaçam os diversos tipos de roubalheira e assalto aos cofres públicos. Marginais que recebiam mesadas no mensalão são os mesmos aquinhoados com propinas de empreiteiras distribuídas para celebrar contratos de aluguel de navios, superfaturamento de despesas, compra e venda de favores, recebimento de comissões, falsificação de documentos e mil outros expedientes destinados a enriquecer seus agentes e transformar os serviços públicos em atividades criminosas.
O prejuízo causado ao governo e ao estado nacional mal começa a identificar os meliantes em suas diversas demonstrações de roubalheira e logo se nota a participação dos mesmos bandidos em diversas atuações. Misturam-se. Avançam em todas as formas de falcatruas, num sistema de vasos comunicantes a ponto de confundir os investigadores.
O prejuízo causado ao governo e ao estado nacional mal começa a identificar os meliantes em suas diversas demonstrações de roubalheira e logo se nota a participação dos mesmos bandidos em diversas atuações. Misturam-se. Avançam em todas as formas de falcatruas, num sistema de vasos comunicantes a ponto de confundir os investigadores.
Tome-se o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Está medido em todas. Desde desvios no FI-FGTS até superfaturamento de compras e recebimento de propinas para agilizar processos. Nada que diga respeito ao serviço público está livre de suas incursões. Sem falar na participação na distribuição de dinheiro para as campanhas eleitorais.
Três vezes denunciado ao Supremo Tribunal Federal, mil vezes denunciado como participante de crimes, até agora continua em liberdade e procurando manter seus poderes. Não demora e logo estará atrás das grades, mas persiste como se nada houvesse.
Indaga-se porque recebe tantas atenções e mesuras do poder, até do presidente Michel Temer, e a resposta só pode ser uma: sabe das coisas. Tem informações sobre a participação de meio mundo nas tramoias investigadas. Deve andar ameaçando quantos poderiam prejudicá-lo por saber demais a respeito deles. Quem quiser que conclua, mas não há pergunta sem resposta.
Três vezes denunciado ao Supremo Tribunal Federal, mil vezes denunciado como participante de crimes, até agora continua em liberdade e procurando manter seus poderes. Não demora e logo estará atrás das grades, mas persiste como se nada houvesse.
Indaga-se porque recebe tantas atenções e mesuras do poder, até do presidente Michel Temer, e a resposta só pode ser uma: sabe das coisas. Tem informações sobre a participação de meio mundo nas tramoias investigadas. Deve andar ameaçando quantos poderiam prejudicá-lo por saber demais a respeito deles. Quem quiser que conclua, mas não há pergunta sem resposta.
A mutação bateu na porta
Li nesses dias várias previsões para os próximos anos, e uma que me chamou mais a atenção é a “quarta onda”, creditada ao alemão Udo Gollub. Talvez ele exagere no prazo de quatro anos para tantos impactos, mas o que diz é exatamente parte do que nos espera até 2030.
Em 1998, a Kodak tinha 1.700 funcionários e vendia 85% de todo o papel fotográfico usado no planeta. Em poucos anos, como um balão furado, o setor de impressão fotográfica sumiu. Como bolha de sabão, o gigante foi à falência, seus produtos perderam utilidade.
Outros setores estão fadados ao mesmo destino da Kodak, e um monte de indústrias nos próximos dez anos desaparecerá como máquinas de escrever da Olivetti e da Remington na década de 90. Barras de gelo derretidas e evaporadas ao sol das mudanças.
Claro que isso acontecerá, contudo, como avestruz de cabeça enterrada, a maior parte da humanidade não enxerga nem pensa na onda que vem chegando para revirar como arado setores tradicionais, obrigando a um grande esforço de adaptação não só comportamental. Os canais da economia secular serão assoreados, os agentes e as empresas deverão estar prontos para, juntamente com as facilidades, enfrentar a readaptação do sistema econômico e laboral. Os empregos, que rumo tomarão?
Ninguém imaginaria em 1998, faz notar Gollub, que três anos mais tarde nunca mais se registrariam fotos em papéis especiais nem que se sentiria falta disso. As fotos continuam e se inflacionaram pelo mundo inteiro, assim como filmes de precisão fantástica.
Os táxis eram considerados eternos até o surgimento do Uber, que coloca em discussão novos métodos.
A tecnologia está precipitando-se em nossas vidas. Facilitando, distribuindo sem fronteiras a informação. Parece que a noosfera, de Teilhard de Chardin, uma espécie de alma global e repositório invisível de todos os pensamentos humanos, se realizou no “mundo virtual”.
Os meios de se deslocar pelo ar serão barateados e terão preferência. A energia elétrica será captada abundantemente do sol, dos ventos, das marés, das células de hidrogênio de fusão a frio.
Carros movidos a combustíveis limpos, a eletricidade, e dirigidos por computadores, livrando a atenção do motorista para outras tarefas. Milhões de horas de trabalho disponibilizadas e deslocamentos anulados.
O trabalho manual, a produção industrial e agrícola, a comercialização sofrerão impactos extraordinários. Caberá, assim, à geração que entra agora no mercado de trabalho readaptar o nosso mundo.
A existência passará de 70/80 anos para mais de cem. A saúde terá métodos remotos de diagnóstico e de cura mais precisos que o melhor especialista do mundo, agindo a distância e ao mesmo tempo. Imagina-se um chip em cada ser humano que faz diagnóstico constante pela monitoração das funções corpóreas e até das mentais, sugerindo o que fazer. Os tratamentos de saúde serão mais preventivos que corretivos e ainda automáticos, corrigindo carências e desequilíbrios.
As consultas serão 99% pelo smartphone, e o médico entrará cada vez menos em ação. Os centros de saúde terão uma eficiência ampliada em dezenas de vezes pelos aparelhos impecáveis que estão por vir.
A necessidade de advogados, com os controles e registros automáticos, prevê-se, deve cair a menos da metade. Em alguns países, a queda será de 90%.
A moeda, o dinheiro, terá um duro golpe em favor das trocas e permutas sem passar pelo dólar.
A política terá cada vez menos peso na vida comum, a corrupção terá obstáculos duros como pedras, os serviços públicos serão digitalizados e automatizados.
E nesse mundo de mil maravilhas, se algumas profissões desaparecerão, ainda não se imagina como, o homem, que se dignifica e se sustenta no trabalho, se adaptará. O século XXI apresenta transformações, inacreditáveis até há poucos anos, e nisso está o maior desafio.
Obviamente as nações que saberão se antecipar e se preparar para os tsunamis poderão aproveitar a onda para surfar. Outras, para afogar.
Algumas figuras deverão aparecer para conduzir a humanidade, como Moisés além desse mar Vermelho.
A espiritualidade não envergonhará como hoje e será uma força imprescindível para enfrentar o desafio dessa mutação.
Quando se pensa na enormidade de desafios, eu, pelo menos, encontro o conforto na fé de que as forças divinas não nos abandonarão.
Em 1998, a Kodak tinha 1.700 funcionários e vendia 85% de todo o papel fotográfico usado no planeta. Em poucos anos, como um balão furado, o setor de impressão fotográfica sumiu. Como bolha de sabão, o gigante foi à falência, seus produtos perderam utilidade.
Outros setores estão fadados ao mesmo destino da Kodak, e um monte de indústrias nos próximos dez anos desaparecerá como máquinas de escrever da Olivetti e da Remington na década de 90. Barras de gelo derretidas e evaporadas ao sol das mudanças.
Ninguém imaginaria em 1998, faz notar Gollub, que três anos mais tarde nunca mais se registrariam fotos em papéis especiais nem que se sentiria falta disso. As fotos continuam e se inflacionaram pelo mundo inteiro, assim como filmes de precisão fantástica.
Os táxis eram considerados eternos até o surgimento do Uber, que coloca em discussão novos métodos.
A tecnologia está precipitando-se em nossas vidas. Facilitando, distribuindo sem fronteiras a informação. Parece que a noosfera, de Teilhard de Chardin, uma espécie de alma global e repositório invisível de todos os pensamentos humanos, se realizou no “mundo virtual”.
Os meios de se deslocar pelo ar serão barateados e terão preferência. A energia elétrica será captada abundantemente do sol, dos ventos, das marés, das células de hidrogênio de fusão a frio.
Carros movidos a combustíveis limpos, a eletricidade, e dirigidos por computadores, livrando a atenção do motorista para outras tarefas. Milhões de horas de trabalho disponibilizadas e deslocamentos anulados.
O trabalho manual, a produção industrial e agrícola, a comercialização sofrerão impactos extraordinários. Caberá, assim, à geração que entra agora no mercado de trabalho readaptar o nosso mundo.
A existência passará de 70/80 anos para mais de cem. A saúde terá métodos remotos de diagnóstico e de cura mais precisos que o melhor especialista do mundo, agindo a distância e ao mesmo tempo. Imagina-se um chip em cada ser humano que faz diagnóstico constante pela monitoração das funções corpóreas e até das mentais, sugerindo o que fazer. Os tratamentos de saúde serão mais preventivos que corretivos e ainda automáticos, corrigindo carências e desequilíbrios.
As consultas serão 99% pelo smartphone, e o médico entrará cada vez menos em ação. Os centros de saúde terão uma eficiência ampliada em dezenas de vezes pelos aparelhos impecáveis que estão por vir.
A necessidade de advogados, com os controles e registros automáticos, prevê-se, deve cair a menos da metade. Em alguns países, a queda será de 90%.
A moeda, o dinheiro, terá um duro golpe em favor das trocas e permutas sem passar pelo dólar.
A política terá cada vez menos peso na vida comum, a corrupção terá obstáculos duros como pedras, os serviços públicos serão digitalizados e automatizados.
E nesse mundo de mil maravilhas, se algumas profissões desaparecerão, ainda não se imagina como, o homem, que se dignifica e se sustenta no trabalho, se adaptará. O século XXI apresenta transformações, inacreditáveis até há poucos anos, e nisso está o maior desafio.
Obviamente as nações que saberão se antecipar e se preparar para os tsunamis poderão aproveitar a onda para surfar. Outras, para afogar.
Algumas figuras deverão aparecer para conduzir a humanidade, como Moisés além desse mar Vermelho.
A espiritualidade não envergonhará como hoje e será uma força imprescindível para enfrentar o desafio dessa mutação.
Quando se pensa na enormidade de desafios, eu, pelo menos, encontro o conforto na fé de que as forças divinas não nos abandonarão.
A galinha do vizinho
Dia desses, participando de uma reunião, fui brindado com a seguinte frase: "Amanhã vamos criar um workgroup para estartar a análise do case e providenciar um feedback asap".
Confesso que fiquei a pensar, naquele momento, no que aconteceria se em alguma reunião lá nos Estados Unidos um dos participantes dissesse: "Tomorrow we will create a grupo de trabalho to começar the analysis of the caso and arrange a retorno no menor lapso de tempo possível" - seria, no mínimo, caso de demissão, e talvez até mesmo de internação.
Saindo dali, ao voltar para casa, passei em frente a um dos "Business Center Plaza Bureau Convention Building & Office Tower" da vida. É curioso. Nunca tive a oportunidade de encontrar, seja na Europa ou nos EUA, uma série de edifícios com nomes brasileiros.
Há também os "Medical Health Center Diagnostic Image & Scan" - aliás, sobre estes, há algum tempo um médico amigo me dizia da dificuldade em ensinar o endereço de seu consultório para pacientes que não falam inglês. Também aqui, nunca ouvi falar de algum país de língua inglesa que nos preste tal homenagem em seus prédios.
Quer tirar férias? Vá a algum "Resort Inn Relax Flat Suites Hotels & Room Living Residence Service" - mas cuidado ao passar o endereço para o motorista de táxi, pois pode ser que ele não fale inglês e acabe perdido. Uma vez mais, desconheço onde quadro similar seja visto no exterior.
É este o ponto que gostaria de abordar: o da reciprocidade. O do amor-próprio. O do respeito pela cultura de todo um povo. O do provincianismo que amesquinha. O do sentimento de brasilidade, enfim.
Desde logo advirto: não prego o isolamento, e muito pelo contrário. Temos que nos integrar ao mundo. Devemos, sim, estudar outros idiomas, conhecer outras culturas e procurar assimilar o que elas tiverem de bom. Tudo isto é saudável, e fique bem claro tal aspecto.
Só não compreendo por qual motivo temos nos "desnacionalizado" sob praticamente todos os aspectos. O primeiro deles, já o mencionei - temos abandonado nosso próprio idioma para prestigiar o de outros povos.
Vai um segundo: temos abrido mão do tratamento respeitoso que herdamos dos portugueses para os modos, muitas vezes rudes, que nos chegam pelas mãos da cultura anglo-saxônica. Enquanto isso, confesso não ter encontrado ainda um país que esteja abrindo mão de suas tradições para ficar com as brasileiras.
Segue um terceiro: empresas estrangeiras aqui desembarcam recebidas de braços abertos, adquirindo instrumentos de geração de riqueza de forma quase que maciça: nos últimos anos, 60% das empresas brasileiras negociadas foram parar das mãos de estrangeiros. Nós, que falamos tanto em agronegócio como a salvação do futuro do Brasil, já exportamos 70% de nossa soja pelas mãos de empresas estrangeiras aqui instaladas - e 30% do café que produzimos.
Desconheço, porém, em qual país empresas brasileiras tenham tal envergadura, indo da energia aos transportes, e das telecomunicações à atividade industrial estruturante. A dura verdade é que ao longo das últimas décadas temos sacrificado os empresários brasileiros em prol dos estrangeiros, sem que exista o menor sinal de reciprocidade por parte deles - e muito pelo contrário, que o digam nossos compatriotas rotineiramente discriminados no exterior.
Mas nada disso importa! Afinal, ‘nóis é the country do futuro, celeiro da mankind, um Brazil emergente, um people very smart e consciente, e com nóis nobody pode’.Pedro Valls Feu Rosa
Confesso que fiquei a pensar, naquele momento, no que aconteceria se em alguma reunião lá nos Estados Unidos um dos participantes dissesse: "Tomorrow we will create a grupo de trabalho to começar the analysis of the caso and arrange a retorno no menor lapso de tempo possível" - seria, no mínimo, caso de demissão, e talvez até mesmo de internação.
Saindo dali, ao voltar para casa, passei em frente a um dos "Business Center Plaza Bureau Convention Building & Office Tower" da vida. É curioso. Nunca tive a oportunidade de encontrar, seja na Europa ou nos EUA, uma série de edifícios com nomes brasileiros.
Quer tirar férias? Vá a algum "Resort Inn Relax Flat Suites Hotels & Room Living Residence Service" - mas cuidado ao passar o endereço para o motorista de táxi, pois pode ser que ele não fale inglês e acabe perdido. Uma vez mais, desconheço onde quadro similar seja visto no exterior.
É este o ponto que gostaria de abordar: o da reciprocidade. O do amor-próprio. O do respeito pela cultura de todo um povo. O do provincianismo que amesquinha. O do sentimento de brasilidade, enfim.
Desde logo advirto: não prego o isolamento, e muito pelo contrário. Temos que nos integrar ao mundo. Devemos, sim, estudar outros idiomas, conhecer outras culturas e procurar assimilar o que elas tiverem de bom. Tudo isto é saudável, e fique bem claro tal aspecto.
Só não compreendo por qual motivo temos nos "desnacionalizado" sob praticamente todos os aspectos. O primeiro deles, já o mencionei - temos abandonado nosso próprio idioma para prestigiar o de outros povos.
Vai um segundo: temos abrido mão do tratamento respeitoso que herdamos dos portugueses para os modos, muitas vezes rudes, que nos chegam pelas mãos da cultura anglo-saxônica. Enquanto isso, confesso não ter encontrado ainda um país que esteja abrindo mão de suas tradições para ficar com as brasileiras.
Segue um terceiro: empresas estrangeiras aqui desembarcam recebidas de braços abertos, adquirindo instrumentos de geração de riqueza de forma quase que maciça: nos últimos anos, 60% das empresas brasileiras negociadas foram parar das mãos de estrangeiros. Nós, que falamos tanto em agronegócio como a salvação do futuro do Brasil, já exportamos 70% de nossa soja pelas mãos de empresas estrangeiras aqui instaladas - e 30% do café que produzimos.
Desconheço, porém, em qual país empresas brasileiras tenham tal envergadura, indo da energia aos transportes, e das telecomunicações à atividade industrial estruturante. A dura verdade é que ao longo das últimas décadas temos sacrificado os empresários brasileiros em prol dos estrangeiros, sem que exista o menor sinal de reciprocidade por parte deles - e muito pelo contrário, que o digam nossos compatriotas rotineiramente discriminados no exterior.
Mas nada disso importa! Afinal, ‘nóis é the country do futuro, celeiro da mankind, um Brazil emergente, um people very smart e consciente, e com nóis nobody pode’.Pedro Valls Feu Rosa
Cultura cavalar
E tudo começou em Londrina
Em 1954, o principal líder estudantil e presidente da União Paraibana de Estudantes era o François, de Campina Grande, na Paraíba. Preparando o congresso nacional da UNE (União Nacional dos Estudantes) que seria no Rio, uma comissão foi ao Norte e Nordeste. Em Campina Grande, o François nos garantiu que a maioria da delegação paraibana votaria com a esquerda. E votou. 20 anos depois, em 1974, recebi no Rio um telefonema de Londrina: “Nery, aqui é o Leite Chaves, o François de Campina Grande. Sou candidato a senador pelo MDB do Paraná. Queria que você viesse ao comício de lançamento de minha campanha, para dar um depoimento sobre minha atuação no movimento estudantil, no nosso tempo da UNE”.
Cheguei à tarde. O comício era à noite.No aeroporto,faixas e uma charanga tocando a musica da campanha.Vi logo o François: “François, companheiro!”
François deu um passo à frente, me abraçou e disse ao ouvido: “Nery, não fale em François, pelo amor de Deus. Aqui em Londrina sou o doutor Leite Chaves, advogado. François aqui é cabeleireiro”.
O doutor Leite Chaves, em plena ditadura, fez uma campanha brilhante pela oposição, ganhou e foi um senador valente e exemplar.
Infelizmente em Londrina não havia apenas a banda boa do Leite Chaves, com seus companheiros José Richa prefeito, senador e governador, Alencar Furtado várias vezes deputado, Helio Duque três vezes deputado, Álvaro Dias governador e senador, Luiz Gonzaga e tantos outros. Também havia a banda podre que nasceu lá atrás com José Janene deputado, Alberto Youssef doleiro, Antonio Belinati deputado e duas vezes prefeito cassado.
O Mensalão estava em Londrina com Janene. O Petrolão também está em Londrina com o mesmo Youssef do Mensalão. E reaparece a historia rocambolesca do Janene, depois feito cadáver insepulto. E não é que quem assinou o atestado de óbito do Janene foi o Youssef?
Na “Folha de São Paulo” a Estelita Carazzai e a Marina Dias contam que quando o governo de Lula surfava em popularidade, seu ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann (PT), mulher dele, tinham agenda cheia no Paraná.
Afastado do ministério, Bernardo foi enfim preso e depois solto. À frente do Planejamento entre 2005 e 2010, com o orçamento federal na mão, aproximou-se de prefeitos e deputados. Apesar de eleito para três mandatos, era conhecido apenas em sua base eleitoral, o norte do Paraná, para onde se mudou em 1982. Lá iniciou carreira no sindicalismo, dirigindo o Sindicato dos Bancários de Londrina.
Cheguei à tarde. O comício era à noite.No aeroporto,faixas e uma charanga tocando a musica da campanha.Vi logo o François: “François, companheiro!”
François deu um passo à frente, me abraçou e disse ao ouvido: “Nery, não fale em François, pelo amor de Deus. Aqui em Londrina sou o doutor Leite Chaves, advogado. François aqui é cabeleireiro”.
O doutor Leite Chaves, em plena ditadura, fez uma campanha brilhante pela oposição, ganhou e foi um senador valente e exemplar.
O Mensalão estava em Londrina com Janene. O Petrolão também está em Londrina com o mesmo Youssef do Mensalão. E reaparece a historia rocambolesca do Janene, depois feito cadáver insepulto. E não é que quem assinou o atestado de óbito do Janene foi o Youssef?
Na “Folha de São Paulo” a Estelita Carazzai e a Marina Dias contam que quando o governo de Lula surfava em popularidade, seu ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann (PT), mulher dele, tinham agenda cheia no Paraná.
Afastado do ministério, Bernardo foi enfim preso e depois solto. À frente do Planejamento entre 2005 e 2010, com o orçamento federal na mão, aproximou-se de prefeitos e deputados. Apesar de eleito para três mandatos, era conhecido apenas em sua base eleitoral, o norte do Paraná, para onde se mudou em 1982. Lá iniciou carreira no sindicalismo, dirigindo o Sindicato dos Bancários de Londrina.
Com a mulher, Bernardo construiu uma parceria política. Em 1999, ela o acompanhou para ser secretária de Estado no Mato Grosso do Sul, durante a gestão Zeca do PT – ele assumiu a pasta da Fazenda. Também foi assim em Londrina, em 2001 e 2002, quando foram secretários municipais.
Em 2003, quando voltou à Câmara e ela assumiu a diretoria financeira de Itaipu (onde há dinheiro o PT vai atrás), as carreiras do casal decolaram. Bernardo era um dos principais articuladores das campanhas de Hoffmann. Embora parte da militância torcesse o nariz (logo o narizinho!) para eles, não conseguiram conquistar o eleitor paranaense, avesso ao PT.
Com a rejeição ao governo Dilma e as denúncias envolvendo o PT, o plano foi abaixo. A votação de Hoffmann caiu de 2,2 milhões em 2006, quando concorreu ao Senado, para 881 mil na sua última campanha ao governo, em 2014. A senadora chegou a ser hostilizada no aeroporto de Curitiba. Em maio, ela e Bernardo foram denunciados ao STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de corrupção.
Em 2003, quando voltou à Câmara e ela assumiu a diretoria financeira de Itaipu (onde há dinheiro o PT vai atrás), as carreiras do casal decolaram. Bernardo era um dos principais articuladores das campanhas de Hoffmann. Embora parte da militância torcesse o nariz (logo o narizinho!) para eles, não conseguiram conquistar o eleitor paranaense, avesso ao PT.
Com a rejeição ao governo Dilma e as denúncias envolvendo o PT, o plano foi abaixo. A votação de Hoffmann caiu de 2,2 milhões em 2006, quando concorreu ao Senado, para 881 mil na sua última campanha ao governo, em 2014. A senadora chegou a ser hostilizada no aeroporto de Curitiba. Em maio, ela e Bernardo foram denunciados ao STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de corrupção.
Agora a Lava Jato descobriu o golpe do roubo “miúdo miudinho”, como no “xaxadinho”, sobre os empréstimos consignados dos pobres, pensionistas e aposentados.
Bernardo tinha medo de ser preso desde 10 de abril de 2015, quando o ex-deputado André Vargas era levado à prisão pela operação Lava Jato. Vargas era conhecido como operador de Paulo Bernardo desde que era deputado no Paraná. Quando o ex-secretário de comunicação do PT foi preso, Bernardo achava que seria o próximo. Em 2015, Dilma suspendeu a nomeação de seu ex-ministro das Comunicações para a diretoria-geral brasileira da hidrelétrica Itaipu.
Está na hora de Londrina deixar os Janenes dormirem em paz.
Bernardo tinha medo de ser preso desde 10 de abril de 2015, quando o ex-deputado André Vargas era levado à prisão pela operação Lava Jato. Vargas era conhecido como operador de Paulo Bernardo desde que era deputado no Paraná. Quando o ex-secretário de comunicação do PT foi preso, Bernardo achava que seria o próximo. Em 2015, Dilma suspendeu a nomeação de seu ex-ministro das Comunicações para a diretoria-geral brasileira da hidrelétrica Itaipu.
Está na hora de Londrina deixar os Janenes dormirem em paz.
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