Em 1998, a Kodak tinha 1.700 funcionários e vendia 85% de todo o papel fotográfico usado no planeta. Em poucos anos, como um balão furado, o setor de impressão fotográfica sumiu. Como bolha de sabão, o gigante foi à falência, seus produtos perderam utilidade.
Outros setores estão fadados ao mesmo destino da Kodak, e um monte de indústrias nos próximos dez anos desaparecerá como máquinas de escrever da Olivetti e da Remington na década de 90. Barras de gelo derretidas e evaporadas ao sol das mudanças.
Ninguém imaginaria em 1998, faz notar Gollub, que três anos mais tarde nunca mais se registrariam fotos em papéis especiais nem que se sentiria falta disso. As fotos continuam e se inflacionaram pelo mundo inteiro, assim como filmes de precisão fantástica.
Os táxis eram considerados eternos até o surgimento do Uber, que coloca em discussão novos métodos.
A tecnologia está precipitando-se em nossas vidas. Facilitando, distribuindo sem fronteiras a informação. Parece que a noosfera, de Teilhard de Chardin, uma espécie de alma global e repositório invisível de todos os pensamentos humanos, se realizou no “mundo virtual”.
Os meios de se deslocar pelo ar serão barateados e terão preferência. A energia elétrica será captada abundantemente do sol, dos ventos, das marés, das células de hidrogênio de fusão a frio.
Carros movidos a combustíveis limpos, a eletricidade, e dirigidos por computadores, livrando a atenção do motorista para outras tarefas. Milhões de horas de trabalho disponibilizadas e deslocamentos anulados.
O trabalho manual, a produção industrial e agrícola, a comercialização sofrerão impactos extraordinários. Caberá, assim, à geração que entra agora no mercado de trabalho readaptar o nosso mundo.
A existência passará de 70/80 anos para mais de cem. A saúde terá métodos remotos de diagnóstico e de cura mais precisos que o melhor especialista do mundo, agindo a distância e ao mesmo tempo. Imagina-se um chip em cada ser humano que faz diagnóstico constante pela monitoração das funções corpóreas e até das mentais, sugerindo o que fazer. Os tratamentos de saúde serão mais preventivos que corretivos e ainda automáticos, corrigindo carências e desequilíbrios.
As consultas serão 99% pelo smartphone, e o médico entrará cada vez menos em ação. Os centros de saúde terão uma eficiência ampliada em dezenas de vezes pelos aparelhos impecáveis que estão por vir.
A necessidade de advogados, com os controles e registros automáticos, prevê-se, deve cair a menos da metade. Em alguns países, a queda será de 90%.
A moeda, o dinheiro, terá um duro golpe em favor das trocas e permutas sem passar pelo dólar.
A política terá cada vez menos peso na vida comum, a corrupção terá obstáculos duros como pedras, os serviços públicos serão digitalizados e automatizados.
E nesse mundo de mil maravilhas, se algumas profissões desaparecerão, ainda não se imagina como, o homem, que se dignifica e se sustenta no trabalho, se adaptará. O século XXI apresenta transformações, inacreditáveis até há poucos anos, e nisso está o maior desafio.
Obviamente as nações que saberão se antecipar e se preparar para os tsunamis poderão aproveitar a onda para surfar. Outras, para afogar.
Algumas figuras deverão aparecer para conduzir a humanidade, como Moisés além desse mar Vermelho.
A espiritualidade não envergonhará como hoje e será uma força imprescindível para enfrentar o desafio dessa mutação.
Quando se pensa na enormidade de desafios, eu, pelo menos, encontro o conforto na fé de que as forças divinas não nos abandonarão.
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