quarta-feira, 21 de maio de 2014

Fábrica de presidentes suspeitos


O ex-presidente salvadorenho Francisco Flores Pérez se juntou ao grupo dos outros ex-presidentes constitucionais e governantes de fato da América Central que foram denunciados por suposta corrupção. De um total de 32 homens e mulheres que governaram os seis países centro-americanos entre 1990 e 2010, há 13 que estão sendo ou foram interrogados por supostos atos irregulares e um deles – o guatemalteco Alfonso Portillo Cabrera – já foi extraditado aos Estados Unidos e está preso por “lavagem” de dinheiro e outras acusações.
O histórico dos presidentes e ditadores nos últimos 35 anos é desigual. Há políticos com prestígio e outros, do costarriquenho Oscar Arias Sánchez, que coleciona títulos honoris causa de universidades na América, Europa e Ásia e é um dos mais prestigiados da região, até Efraín Ríos Montt, acusado de genocídio em seu regime despótico de 1982 e 1983, ou o nicaraguense Anastasio Somoza Debayle, herdeiro de uma ditadura instalada em 1934, derrubado em 1979 e assassinado em um ataque com bazuca no Paraguai, em 1980.
A crise judicial envolvendo políticos ou militares que chegaram ao poder por meios legais ou ilegais tem sido uma constante nos últimos anos, e o caso mais recente é o de Flores, que governou de 1999 a 2004. No dia 1º de maio, e no fim de mais de seis meses de tensões na Justiça, a Procuradoria-Geral de El Salvador o acusou de peculato, enriquecimento ilícito e desobediência de particulares, e ordenou a prisão dele. Em 9 de maio, a Polícia Internacional (Interpol) emitiu um alerta vermelho para pedir a prisão de Flores em algum dos seus 190 países associados e colocou a fotografia do ex-mandatário na sua página na Internet.

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