O Brasil caminha para um choque contra um muro sem que a maioria tenha cintos de segurança. O país é pobre. Mas os condutores do processo, suficientemente informados, ricos ou corruptos, querem que se danem uns aos outros. E para o muro vamos.
Dilma demorou dez meses desde que (segundo disse) tomou conhecimento da crise para agir mais incisivamente. Não fosse a perda do grau de investimento há uma semana, é certo que o país continuaria em banho-maria, adiando.
O pacote apresentado agora para economizar R$ 65 bilhões a fim de pagar juros da dívida pública e conter seu aumento é de um improviso pueril. É algo assustador para o nono mês de um governo em xeque-mate desde o seu início.
A reação do líder do Congresso Eduardo Cunha não é menos infantil. Se o novo imposto sobre transações financeiras não passa, o que passaria? Uma reforma ampla da Previdência e das regras do funcionalismo? Isso demandaria meses. Mas nem isso o governo apresentou.
Já os empresários, que se imiscuíram com a “nova matriz econômica” e seus privilégios, lavam as mãos e dizem não a impostos. Querem cortes antes, que dependem do Congresso, que depende de um projeto crível do Executivo, que depende de apoio político.
O Brasil emergente volta ao Terceiro Mundo e vai se tornando irrelevante e um bananal para quem nos vê de fora. Se vier o impeachment, passaremos a algo pitoresco.
O natimorto “plano de ajuste” de Dilma e a infantilidade de nosso comando político vai deixando poucas opções.
Se não puder aumentar impostos ou mudar pontos sensíveis da Constituição, restará ao governo cortar mais fundo programas sociais como Fies, Pronatec, ProUni, Minha Casa Minha Vida e outros benefícios não-constitucionais (Bolsa Família? R$ 25 bi/ano) e os investimentos em infraestrutura/PAC.
Seria uma tragédia, com grande rebuliço social. No caso dos investimentos, adiaria ainda mais a recuperação.
Mas resolveria parte do problema fiscal no curto prazo, até que as crianças briguentas se entendam e aprovem medidas constitucionais para o médio e longo prazos. É isso o que queremos?
Sem uma trajetória de aumento de receitas (via impostos) ou corte de gastos (via aprovação no Congresso), o grande risco é a inflação correr solta mais à frente.
Segundo projeções do FMI, nosso deficit nominal neste ano (8% do PIB) só será menor do que o de países como Iraque, Eritreia e República do Djibuti. A história mostra que há uma relação inexorável entre o aumento do deficit e o descontrole inflacionário.
A reação do líder do Congresso Eduardo Cunha não é menos infantil. Se o novo imposto sobre transações financeiras não passa, o que passaria? Uma reforma ampla da Previdência e das regras do funcionalismo? Isso demandaria meses. Mas nem isso o governo apresentou.
Já os empresários, que se imiscuíram com a “nova matriz econômica” e seus privilégios, lavam as mãos e dizem não a impostos. Querem cortes antes, que dependem do Congresso, que depende de um projeto crível do Executivo, que depende de apoio político.
O Brasil emergente volta ao Terceiro Mundo e vai se tornando irrelevante e um bananal para quem nos vê de fora. Se vier o impeachment, passaremos a algo pitoresco.
O natimorto “plano de ajuste” de Dilma e a infantilidade de nosso comando político vai deixando poucas opções.
Se não puder aumentar impostos ou mudar pontos sensíveis da Constituição, restará ao governo cortar mais fundo programas sociais como Fies, Pronatec, ProUni, Minha Casa Minha Vida e outros benefícios não-constitucionais (Bolsa Família? R$ 25 bi/ano) e os investimentos em infraestrutura/PAC.
Seria uma tragédia, com grande rebuliço social. No caso dos investimentos, adiaria ainda mais a recuperação.
Mas resolveria parte do problema fiscal no curto prazo, até que as crianças briguentas se entendam e aprovem medidas constitucionais para o médio e longo prazos. É isso o que queremos?
Sem uma trajetória de aumento de receitas (via impostos) ou corte de gastos (via aprovação no Congresso), o grande risco é a inflação correr solta mais à frente.
Segundo projeções do FMI, nosso deficit nominal neste ano (8% do PIB) só será menor do que o de países como Iraque, Eritreia e República do Djibuti. A história mostra que há uma relação inexorável entre o aumento do deficit e o descontrole inflacionário.
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