Vive-se
em plena guerra pela água, ao menos entre os governos de São Paulo e do Rio de
Janeiro. Segundo o governador Cabral, em fim de mandato, a "água que
abastece o povo" é intocável. Frase típica de governante farofeiro, que no
próprio estado pouco tratamento dá ao abastecimento. É mais um foguetório para o
“povo”, do qual sai em defesa, mas a quem a empresa estadual de águas vem
negando o abastecimento, ou fazendo as firulas de instalar canos que ainda
viverão anos secos. Ou então, montam a mágica de até construir elevatória em
cidade sem um pingo de água ou em eterna crise de desabastecimento no período Primavera/Verão.
Vila
dos Patos é uma dessas cidades. Com 4%, se chegar a isso, de esgoto – jogado in
natura na lagoa, ou privada pública - e uns 10% de rede de água, vive a
fantasia prometida do Estado. A magia se reforça com a mirabolante buraqueira municipal
que faz propaganda paga pelo erário de se levar água a todo município. Estado e
município continuam a brincar com coisa séria, bancando os bonzinhos com obras
fajutas apenas para garantir votos em eleições sejam elas quais forem. Afinal é
preciso se eleger mesmo que seja a burro-sem-rabo.
E
em meio às batalhas pela água, surge agora a mais nova estrepolia em Vila dos
Patos. O município, se considerando em plenos direitos sobre corpo e alma dos
cidadãos, também se torna “dono” da água no subsolo. Há em vigência um imposto
sobre quem perfurar a partir de agora poço artesiano ou fizer mesmo uma
cacimba. Talvez Vila dos Patos esteja se preparando para criar de vez,
concretamente, a tão propalada Companhia Municipal de Águas com que ameaçou
muito o governo estadual.
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