Maduro chegou ao poder por meio de eleições, assim como Bolsonaro, associou-se aos militares, assim como Bolsonaro, e tenta espelhar-se no presidente russo Vladimir Putin.
O espelho de Bolsonaro foi Donald Trump, que retribuiu festejando-o como o Trump tropical, um tanto caricatural, é verdade. Trump deu-lhe guarida e também aos seus filhos Zero.
Mas Trump foi derrotado. Então, Bolsonaro, à procura de um novo modelo, descobriu Putin e visitou-o para prestar solidariedade à Rússia a poucos dias de ela invadir a Ucrânia já cercada.
“O povo armado jamais será escravo de ninguém”. Quem disse essa frase? Caberia na boca de Maduro, que de comunista não tem nada. Caberia na boca de Putin, que no passado foi comunista.
Quem disse a frase, porém, foi Bolsonaro, que, na feira agropecuária de Maringá, no Paraná, onde esteve à caça de votos que lhe faltam para se reeleger, repetiu-a sob nova versão:
“Somente os ditadores temem o povo armado. Eu quero que todo cidadão de bem possua sua arma de fogo para resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão.”
Não é para isso que ele quer o povo armado. Quer que parte dele organizado como milícias se arme para ajudá-lo a melar as eleições de outubro se as perder.
Para disfarçar suas intenções, depois de acenar com o fantasma do comunismo para meter medo nos seus seguidores, Bolsonaro justificou seu apelo às armas:
“O Brasil tem uma área muito cobiçada que é a Amazônica. E para vocês, família brasileira, a arma de fogo é uma defesa da mesma e um reforço para as nossas Forças Armadas”.
E segue o baile. Ou dito de outra forma: e o golpe avança. Passe adiante.
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