“A prova técnica juntada aos autos mostra que no dia 14/03/2018 às 17h07, quem autoriza a entrada de Élcio Queiroz no condomínio é Ronnie Lessa”, informou a promotora
Em dois depoimentos prestados à Polícia Civil, o porteiro havia dito que telefonou na tarde daquele dia para a casa de Bolsonaro. Um homem, de nome Élcio, pedia licença para entrar.
De dentro da casa de Bolsonaro, a voz de um homem, que o porteiro identificou como sendo a do “seu Jair”, respondeu que Élcio poderia entrar. Élcio e Lessa estão presos por terem matado Marielle Franco.
“As testemunhas prestam depoimento e o Ministério Público checa. Nada passa sem ser checado”, garantiu a promotora. A ser assim, há muito ainda a ser investigado sobre essa história.
Se o porteiro mentiu ou se enganou por que um grupo de procuradores, no último dia 17, foi à Brasília consultar o ministro Dias Toffoli sobre se as investigações deveriam ser federalizadas?
Uma vez que o nome de Bolsonaro fora citado, e como ele tem direito a foro privilegiado, caberia ao Supremo Tribunal Federal investigá-lo. Os procuradores se precipitaram?
Quando voaram à Brasília não sabiam que o porteiro mentira ou se enganara? Nada haviam checado? A checagem só ocorreu de ontem para hoje? Não faz sentido.
Também não faz sentido que, informado pelo governador do Rio no último dia 9 que seu nome fora citado, Bolsonaro até ontem desconhecesse que o porteiro mentira ou se enganara.
Bolsonaro, como ele mesmo admitiu, orientou seu advogado a defendê-lo em entrevista ao Jornal Nacional. Por que o advogado não o defendeu com o argumento de que o porteiro mentira?
O Ministério Público do Rio foi uma das fontes de informação do Jornal Nacional. Por que não informou à Globo que o porteiro mentira? Teria abortado a reportagem, com certeza.
Sobrou para o porteiro mais cedo do que se imaginava. Só falta acusá-lo de ser ligado ao Foro de São Paulo.
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