A presidente Dilma, para começar, tem certeza de poder dar a volta por cima e retomar tanto a eficiência do governo quanto a popularidade? Se disser que sim, estará enganando ela mesmo, além de todo mundo. Até agora não se animou a preparar um programa de ação capaz de devolver confiança à sociedade. Fará o que, de concreto, para interromper o desemprego em massa? Uma terceira via do programa nacional de crescimento, depois do fracasso dos dois primeiros? Ousará mandar reduzir impostos, taxas e tarifas? E a inflação e o custo de vida? Ampliará direitos sociais?
O governo anda aos frangalhos, não se tem notícia de um ministro, sequer Nelson Barbosa, em condições de anunciar mudanças de vulto na política econômica. É como se a estratégia atual fosse copiada do avestruz, aquele que esconde a cabeça na areia em meio à tempestade. Ganha uma passagem aérea só de ida para a capital do Estado Islâmico quem recitar o nome de todos os ministros da administração federal, quanto mais um projeto ou uma obra que seja, de cada um.
O Ano Novo vem sendo escondido no fundo de um buraco, como se ignorá-lo parecesse melhor aos detentores do poder. O diabo é que depois de 2016 virão 2017 e 2018. O Partido dos Trabalhadores não dá sinal de vida, muito menos as centrais sindicais antes funcionando como tijolo de sustentação do muro hoje em ruínas. O empresariado lava as mãos, a classe média desembarcou, a juventude envelheceu e a inteligência ficou burra. A impressão é de estar pregada no portão de entrada do palácio do Planalto a tabuleta de “mudou-se”.
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