Foi ano exaustivo. Sem duvida. Mal dá para esperar o fim. Mesmo que o consenso seja de que a ano que vem não parece trazer boas noticias. Mas é compreensível que a gente aguarde ansiosamente sua chegada. Melhor a perspectiva de melhora improvável do que a certeza de passado ruim. Sentimentos contraditórios. É verdade.
Não foi ano de fatos marcantes, assuntos fascinantes, ou dramas humanos. Foi período vazio de ideias. Deserto de animo. Desapaixonado.
Mês após mês, as noticias foram as mesmas. Os personagens, às vezes, diferentes. Mas de resto, tudo muito parecido. Transformando promessa em mentira. Esperança em desilusão. Sonhos em frustrações. É país que espera janeiro simplesmente para que dezembro acabe.
Seria perda de tampo fazer a retrospectiva do ano. Falta de assunto mesmo. Nos 365 em que viajamos em torno do Sol, não chegamos a lugar algum. Fabricamos incertezas, indefinições, problemas.
Nem dá para se saber direito como chegamos a este ponto. Explicações simples são sempre tentadoras. E frequentemente erradas. Não existem eventos, acidentes, ou fatos isolados que ofereçam explicação satisfatória.
Explicar como chegamos aqui talvez não seja mesmo importante. Possivelmente, o ponto alto do ano foi expor de maneira clara onde estamos. Sem ilusões, maquiagens ou enganos. A realidade apareceu nua, feia, dura. A vida como ela é.
Argumentam alguns que ela ficou assim nos últimos anos. Outros dizem que sempre foi assim, mas não dava para perceber. Discussão inútil. De novo. Perda de tempo e energia. Debate inevitavelmente inconclusivo e certamente improdutivo.
A gente teima em transformar oportunidade em crise. Repetidamente. Sempre. Nossas crises não parecem levar a lugar algum. Não renovam. Não inovam. Nem o elenco muda.
Se crises, como dizem geram oportunidades, a próxima volta em torno do Sol promete muita coisa boa. Mas para isso, a gente precisa aprender com o passado. Ou melhor, parar de viver para ele.
Chega logo, 2016.
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