A inteligência voltada para o mal é pior do que a burrice, dizia o psicanalista Hélio Pellegrino, e a máxima é mais atual do que nunca, embora a burrice honesta, bem intencionada e incompetente, quando no poder, tenha se mostrado igualmente devastadora, como na administração Dilma Rousseff. Eduardo Cunha é o melhor exemplo do pior caso: sua inteligência ágil e sem escrúpulos multiplica sua malignidade e sua capacidade destrutiva de reputações, responsabilidades e instituições.
O que mais irrita em Dilma e seus assessores não é só mentir deslavadamente sobre todos os temas, mas imaginar que alguém possa acreditar naqueles disparates, que zombam da inteligência alheia. Imagino que eles já saibam que ninguém vai acreditar, mas, como é preciso responder a perguntas irrespondíveis, as palavras voam. Vai que cola?
Não há brasileiro vivo ou morto que acredite que daqui pra frente tudo vai ser diferente com Dilma e Temer, como no clássico de Roberto e Erasmo Carlos, que eles vão aprender a ser gente, e seus orgulhos não valerão nada. Quem vai acreditar que eles terão uma relação profícua e fértil enquanto seus partidários se matam uns aos outros?
Mas quem escreve uma carta daquelas, com palavras escolhidas para permanecer, não pode em 24 horas simular uma reconciliação de araque, depois de cinco anos de desprezo, traições, sabotagens e desconfianças mútuas, como se nada tivesse acontecido. E uma pessoa que recebe uma carta daquelas, com aquelas acusações, precisa ter pouca vergonha na cara ou excesso de espírito público, ou de medo do impeachment, para receber o missivista e fingir que eram só palavras ao vento.
Durante cinco anos Temer não apitou nada, mas também não reclamou, só agora descobriu que era decorativo e que ele e seu partido não mandavam nada no governo e na formulação de políticas, só na partilha de cargos e boquinhas. Dá para acreditar num cara assim?
Dilma e Cunha, já se sabe, são mentirosos contumazes, e 70% da população não acreditam em nada que eles dizem e querem vê-los longe do poder.
Quem vai ganhar a guerra de palavras, Dilma, Cunha ou Temer? O perdedor é certo: o Brasil e todos nós.
Nelson Motta
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