quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Governo Dilma Rousseff arde na fogueira armada por seus erros

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O governo Dilma Rousseff arde na fogueira armada por seus erros. Provavelmente, desde muito a República do Brasil não tem uma Presidência tão incompetente como a atual. Em todos os quesitos que devem instruir uma Presidência, o governo é reprovado, e suas intervenções só tendem a agravar a situação. Em suma: é ruim quando parado e trágico quando em movimento.

O momento é tão adverso que quatro importantes próceres do PT acham que não há mais salvação: o ex-presidente Lula, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o ex-governador Tarso Genro e o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que teria comentado que não dá para salvar, ao mesmo tempo, o governo e o PT.

O que faz um governo que herdou um país tão cheio de esperanças e potencialidades desabar de forma tão estrepitosa? Uma soma inacreditável de erros aliados à soberba e à autossuficiência, além de uma total incapacidade de fazer julgamentos corretos e corrigir rumos.

Os acontecimentos das últimas semanas apenas expuseram a imensa fragilidade do Planalto frente aos problemas que atravessa. E, sobretudo, puseram o processo de impeachment como uma possibilidade real no cenário futuro. Hoje próximo dos 45% de chances, de acordo com estimativa da Arko Advice.

Cinco variáveis poderão decidir o futuro da presidente Dilma nos próximos três meses: 1) reforma ministerial e administrativa; 2) corte de gastos e aumento de impostos; 3) decisão do TCU sobre as contas do governo no ano passado; 4) desdobramentos da operação Lava Jato; e 5) convenção do PMDB para decidir a relação do partido com o governo.

As duas primeiras são decisões que dependem da presidente. Nunca, em quatro anos e meio no comando do país, Dilma precisou ser tão competente e pragmática como agora. As duas medidas terão de ser capazes de restabelecer o diálogo com o Congresso Nacional e a confiança do mercado de que o governo está realmente comprometido com o ajuste fiscal.

Na reforma ministerial, Dilma Rousseff deveria adequar o tamanho do seu gabinete à base política. Nesse sentido, haveria que reduzir dramaticamente a participação do PT no governo. Hoje são 12 ministérios que deveriam cair para cerca de seis, no máximo. Terá coragem para enfrentar o desafio?

O julgamento pelo Tribunal de Contas da União das contas de 2014, marcado para meados de outubro, é outro evento importante, pois poderá alimentar o debate sobre o impeachment da presidente. O tema ganhou impulso com a divulgação de uma ação da Caixa Econômica Federal contra o Governo Central, de 2013, por conta das pedaladas fiscais. Mais uma prova dos malfeitos fiscais.

No âmbito da confusão, alguns parlamentares contabilizam 280 votos a favor do afastamento da presidente Dilma. É um número exagerado, que pode flutuar ao sabor das conveniências, da (in)competência política do governo e de eventuais desdobramentos da operação Lava Jato. Mesmo assim é muito preocupante. Significa a confirmação das pedaladas por uma instituição envolvida no caso, quando o Palácio do Planalto assegura que elas jamais existiram.
Por fim, a operação Lava Jato continua agregando tensão ao mundo político. Há enorme expectativa em torno das delações premiadas do intermediário Fernando Baiano, que tem fortes ligações com o PMDB; do empresário Ricardo Pessôa, dono da empreiteira UTC; e do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ligado ao PT. A fogueira arde alta.

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