terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Redução da pobreza estagnada em 2014


Segundo a Cepal, percentual de pessoas em condições de pobreza ficou estável em 28%, enquanto miséria aumentou
A pobreza na América Latina está estagnada há dois anos, segundo dados divulgados ontem pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Destes, 71 milhões, ou 12% dos habitantes da região, estão na extrema pobreza. De acordo com o estudo, 28,1% dos habitantes da região — o equivalente a 167 milhões de pessoas — ainda viviam em condições de pobreza no ano passado, mesmo percentual registrado em 2012.

Já a extrema pobreza na América Latina aumentou de 11,7%, em 2013, para 12%, em 2014. Segundo a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, a alta dos preços dos alimentos e a desaceleração econômica da região são alguns dos fatores para essa estagnação.

— A pobreza persiste sendo um fenômeno estrutural e, desde 2012, a redução da pobreza estancou-se.

Para Alicia, a recuperação da crise financeira internacional “não parece ter sido aproveitada suficientemente para o fortalecimento de políticas de proteção social que diminuam a vulnerabilidade diante dos ciclos econômicos.” Segundo ela, em um cenário de possível redução dos recursos fiscais disponíveis na região, são necessários mais esforços para assegurar as políticas sociais.

No Brasil, de acordo com o organismo regional, a pobreza caiu de 18,6% da população, em 2012, para 18%, em 2013. Já a extrema pobreza aumentou: de 5,4% para 5,9%.

Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, dos cerca de 34 milhões de brasileiros que estão na pobreza, 11 milhões estão em situação de extrema pobreza.

— O aumento dos preços dos alimentos tem impacto forte na indigência no Brasil e na América Latina. Ainda que o mercado de trabalho brasileiro tenha seu dinamismo, este vem diminuindo — disse Mussi.

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