Os alemães "têm a aprender muito conosco" em matéria de meio ambiente, disse o capitão, antes de avisar: "O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores, que vieram para ser advertidos por outros países". O general Augusto Heleno, ministro palaciano e principal conselheiro do presidente, respondeu no atacado. Disse aos chefes de Estado que criticam a política ambiental do Brasil: "Vão procurar a sua turma!"
A frase do general é multiuso. Mas nenhuma de suas utilidades serve aos interesses comerciais do Brasil. Vão procurar a sua turma pode ser lido como "não encham o saco", "desapareçam da minha frente". Se derem ouvidos ao conselho, Merkel, Macron e outros líderes podem interromper as negociações para a celebração de um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Seria um desastre para o Brasil.
O desastre seria ainda maior se Bolsonaro cedesse à tentação de tomar o partido dos Estados Unidos na guerra comercial que o governo de Donald Trump trava com a China. Corre-se o risco de a China, maior parceira comercial do Brasil, mandar Bolsonaro procurar a sua turma. O capitão e o general precisam conter os seus humores. Quando ficam fora de si, exibem o que têm por dentro. E isso não é bom para os negócios.
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