Deve-se cobrar da Justiça um ritmo mais adequado às demandas da sociedade. Disso ninguém discorda. Mas é preciso compreender também que um esquema de corrupção sistêmica montado e aperfeiçoado ao longo de três décadas não se desmonta do dia para a noite. É preciso cautela para não gerar nulidades frustrantes nem dar margem a que os envolvidos aleguem cerceamento de defesa e agressão ao devido processo legal. Já vimos esse filme no processo do mensalão quando o Supremo foi acusado de funcionar como “tribunal de exceção”. Muita gente boa abraçou a tese.
A Lava Jato não tem deixado brechas nesse aspecto, como também não tem dado folga nas investigações, com a revelação praticamente semanal quando não diária de fatos novos. Os vazamentos tão criticados têm sido todos confirmados pela divulgação oficial de depoimentos, a despeito da alegação dos acusados de que são mentiras inventadas pelos delatores interessados em entregar qualquer coisa às autoridades em busca de uma redução de danos. Como se o Ministério Público, policiais federais e juízes estivessem dispostos a engolir lorotas em troca dos benefícios. Se mentirosos há, estão do outro lado do balcão.
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