A corrupção é tão antiga ou quase tão antiga quanto a humanidade – data, pelo menos, dos tempos em que a revolução agrícola diferenciou a sociedade em classes, com um grupo se mantendo no poder graças à força militar e econômica.
A história da corrupção, em qualquer país, começa com a constituição mesma desse mesmo país. O Brasil não foge à regra.
Leia-se a Bíblia, aliás. O Demônio, milênios depois de ter corrompido Eva, tenta corromper o próprio Cristo, como vemos no relato de São Mateus, oferecendo-lhe riquezas e poder – é quando Jesus diz a famosa frase “vade retro” ou “vade, Satana!”.
Ou seja: é uma imbecilidade pensar que se trata de uma especificidade brasileira, a menos que o sujeito ache que Babilônia e Pequim, por exemplo, ficavam no sertão de Pernambuco.
De outra parte, a história da corrupção, em cada povo e país, tem suas particularidades.
Quando digo que hoje atravessamos um momento específico da história da corrupção no Brasil, quero dizer o seguinte.
É claro que o poder sempre recorreu à corrupção. Mas o PT introduziu uma novidade terrível em nosso meio, ao privilegiar a corrupção não mais como uma das ferramentas para chegar e se manter no comando do país, e sim como o INSTRUMENTO CENTRAL da luta política e da permanência no poder.
Melhor: os governos do PT-PMDB, em parceria com a Odebrecht, que chegou a ter isso como coisa estrutural da empresa, num departamento de propinas.
Ou seja: passamos a ter um uso político não só sistemático – mas sistêmico – da corrupção. E a corrupção é grande inimiga até porque, quando for reduzida, mesmo os índices de violência irão despencar.
O que se desviou de dinheiro público no Brasil daria para colocar o país de pé, com serviços públicos de primeira qualidade para o conjunto da população. E a desgraça das nossas cidades é que a corrupção domina o jogo, envolvendo o poder econômico e o poder político.
Agora, o grande problema nacional brasileiro não é a corrupção. São as desigualdades sociais.
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