Tamanha a sujeira que escoa da operação Lava Jato e sucedâneos que melhor faria a presidente Dilma se fosse embora. Nem precisaria pedir para sair. Bastaria não aparecer, nem no Planalto nem no Alvorada. Pode ser que sequer o servidor do cafezinho reparasse. Muito menos os ministros e o PT. Porque Madame não vem dedicando um só minuto de sua agenda à tarefa de governar o país. Concentra todas as atenções a defender-se e a buscar argumentos para negar compromissos com a apuração das sucessivas denúncias de ladroagem e roubalheira praticadas ao longo de seus mandatos. Não que fosse dela a iniciativa de meter a mão nos dinheiros públicos, mas como cada negócio sujo deságua na sua presença como responsável maior pela lambança, acaba dando no mesmo.
Falta ao governo um programa, um plano ou uma diretriz para enfrentar a violenta crise que nos assola. O vazio domina a Praça dos Três Poderes, exceção do resultado das investigações que se sucedem. Todo dia uma nova revelação aparece, demonstrando como se tornou rotina avançar nos recursos públicos. No ministério, no PT, partidos afins e na máquina administrativa, poucos escapam da participação nesse festival de corrupção encenado ao redor das instalações do Poder Executivo, com ramificações no Congresso, nas empresas públicas e privadas e até nos tribunais.
Dilma perdeu as condições de dirigir-se à nação para pedir apoio e solidariedade na medida em que se vai comprovando sua omissão e até sua participação nos desvios de conduta de sua equipe. Perdida parece a batalha do impeachment, mas mesmo que faltem dois ou três votos para sua condenação na Câmara, ela não escapará. Importa menos se estarão conseguindo envolver Michel Temer, mas a impressão é de que ele também não escapa.
Noves fora as estapafúrdias sugestões que surgem para encobrir a confusão, como a adoção do parlamentarismo, a verdade surge óbvia: é preciso começar de novo, com novos personagens e diretrizes. Até o ex-ministro Delfim Netto vê-se agora enredado na teia dos negócios dirigidos por governantes, empreiteiras, parlamentares, doleiros e malandros de toda espécie. A coisa pública tornou-se propriedade privada de quantos ousaram apropriar-se do poder sem outro objetivo senão enriquecer.
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