segunda-feira, 11 de abril de 2016

Está tudo errado

Vejam bem: Não se trata apenas de defender o Governo ou derrubá-lo. A simples troca de Presidente não vai mudar nada. É preciso mudar a maneira como se faz política no Brasil. Como disse a nota da Odebrecht, em um raro momento de transparência, o nosso sistema político-partidário é perverso e nocivo (minhas palavras). Sem mudar esse sistema, com quem quer que seja o Presidente, o governo será igual, o Congresso será igual e a corrupção continuará.

O que temos que mudar é a política esfarelada em mais de trinta partidos, é a apropriação pessoal dos mandatos eletivos, é o “toma-lá-dá-cá”, a desfaçatez e a mesquinharia.

É hora de pensar, de imaginar. Estamos diante de um inevitável período de agitação. Se esse período for gasto em lutas entre defensores e adversários do Governo atual, estaremos errando o alvo. Temos que discutir a maneira de governar o nosso país no futuro.

Temos que transcender as disputas emocionais e imediatas para pensar na construção da democracia. Não devemos dividir-nos. Somos todos brasileiros. Devemos somar-nos e, em vez de querer mudar só o Governo, mudar a estrutura política.

Temos que recomeçar. A curto prazo, o Brasil estará ingovernável e haverá um vácuo de poder. É a hora de uma ação popular destinada a convocar no prazo mais curto possível uma Constituinte Exclusiva para fazer a reforma política que o nosso Congresso não é capaz de fazer. É a hora de encomendar ao Supremo Tribunal Federal/Superior Tribunal Eleitoral a elaboração das regras dessa eleição. Por que não? Não foi o Supremo quem proibiu as doações eleitorais das empresas? Não foi o Supremo quem definiu o rito do impeachment?

Aí então poderemos pensar em um Legislativo e um Executivo que efetivamente representem o nosso povo, com regras decentes de financiamento eleitoral, novos partidos, fidelidade partidária, cláusulas de barreira, enfim em uma verdadeira democracia representativa.

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