Certeza não se tem de nada. Embora derrotada, espera-se, na comissão de deputados criada especialmente para sua deposição, esse primeiro ato pouco define. Faltam ainda a semana que preparará a decisão pelo plenário da Câmara dos Deputados e o ato final no Senado Federal, em sessão a ser dirigida pelo ministro presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Deposta a presidente, assumirá sua cadeira o vice, Michel Temer, também réu nos mesmos processos que fragilizam Dilma (ele também pedalou enquanto presidente interino) e que aguarda, pelas conversas dos corredores, que o juiz Sérgio Moro o chame às falas para explicações sobre propinas. Seu rabo, diz a mídia, também está naquelas gavetas.
Nessa sequência, impedido Michel Temer, caminharemos para que assuma a Presidência da República o deputado Eduardo Cunha, e depois, o senador Renan Calheiros, até chegarmos ao presidente do STF, hoje o ministro Ricardo Lewandowski. É a ordem de sucessão que a Constituição estabelece. Mas, e daí?
Sem reformas, está com quem a solução dos problemas brasileiros que têm levado à sociedade as consequências de uma política econômica errante, que penaliza parcelas significativas da sociedade, especialmente trabalhadores, pequenos empresários, os dependentes da Previdência Social e dos demais serviços públicos? Com a oposição? Qual oposição? “Com que roupa”, perguntaria Noel Rosa. Não foi essa oposição que primeiro gritou contra as reformas fiscais, porque elas não lhes interessavam eleitoralmente? Quem são os nomes aos quais os brasileiros se disporiam a entregar, sem ressalvas, com passado irretocável, com currículo e histórico de competência (e não prontuário policial) a Presidência da República, nos moldes que as ruas e a mídia vêm cunhando como ideal e possível? O jogo está aberto. Façam, senhoras e senhores, suas apostas.
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