segunda-feira, 20 de julho de 2015

Falta novidade na notícia

Vamos combinar que faltam novidades. Não que seja época de pouca noticia. Pelo contrario. Tem mais noticia de sobra. Mas, a noticia não é novidade. Talvez não sejam nem mesmo novas. Tem gosto de pão dormindo. Parece filme repetido. Ou mesmo disco arranhado.


Faz tempo que a gente não acompanha historia com enredo original, trama inteligente, ou pelo mesmo interessante. É tudo a mesma coisa. Os mesmos temas. Os mesmos problemas. E, mais preocupante de tudo, os mesmos personagens.

Duas décadas e meia após conquistarmos o direito de eleger o presidente da republica, a gente nossa historia continua as voltas com os mesmos personagens. O enredo, simples farsa que nem mesmo se traveste de tragédia, não se renova. Os mesmos personagens praticando atos previsíveis em cenas lamentáveis agridem os ouvidos, ferem o olfato, e saltam aos olhos.

Por preguiça ou pura falta de criatividade, até mesmo os argumentos são os mesmos. E na mesma ordem. Começam com a negação dos fatos. Transformam-se em ignorância. Passam pela ausência autoproclamada de responsabilidade. E, atropelados pela realidade gritante, degeneram em acusações e ameaças.

Tudo usando as mesmas palavras. Vem com uma historia de golpismo. Ameaçam com a falta de governabilidade. E, aparentemente a ameaça preferida, levantam o fantasma ou fantoche da crise institucional. É muita falta de inspiração. Ou de criatividade. Ou de tudo junto.

Mas, diante da normalidade e da obviedade dos fatos, a única coisa que salta aos olhos mesmo é a falta de novidades. As instituições, em perfeito funcionamento, jogam luz na triste realidade de que a grande crise é a falta de renovação.

Os personagens deste enredo lamentável estão envelhecidos, fora do seu tempo, obsoletos. Sem que, no entanto, existam novos rostos que inspirem um mínimo de confiança, carisma ou fé em sua competência.

A crise é a completa ausência de cabeças capazes de produzirem ideias viáveis. É deserto de homens e ideias que a gente, cedendo de esperança, não consegue atravessar. Em aridez que mata tudo. Sem oferecer nem mesmo o alivio enganoso da miragem.

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