terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lembra o filminho dos banqueiros?


Quando Neca Setúbal defendeu a autonomia do BC, o PT crucificou Marina Silva e produziu um filme mostrando uma família de trabalhadores de cuja mesa sumia a comida.

Segundo a repórter Claudia Safatle, Nosso Guia fez três sugestões à doutora Dilma para o lugar de Guido Mantega: Henrique Meirelles, Luiz Carlos Trabuco e Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda. Cada um é cada um, mas o simples fato de se colocar Meirelles na roda mostra como as campanhas eleitorais têm uma opção preferencial pela mistificação.

Quando a educadora Neca Setúbal defendeu a autonomia do Banco Central, o PT crucificou Marina Silva e produziu uma peça histórica: um filmezinho mostrava uma família de trabalhadores de cuja mesa sumia a comida, fazendo contraponto com uma reunião de banqueiros sorridentes.

Pudera. A família de Neca Setúbal é grande acionista do maior banco do país, o Itaú, e, nele, seu irmão Roberto é o principal executivo.

Lula deve ter seus motivos para sugerir o nome de Trabuco, presidente do Bradesco, que vem a ser o segundo maior banco. É na entrada de Meirelles na lista de Nosso Guia que a porca torce o rabo. Ex-presidente do Banco de Boston, ele dirigiu o Banco Central de 2003 a 2010, e sua administração foi vista como um dos fatores que mantiveram o barco petista à tona no mundo financeiro.

Neca defendeu a autonomia do Banco Central botando a cara na vitrine. Numa conversa protocolar com o embaixador americano Clifford Sobel, em agosto de 2006, Meirelles fez a mesma coisa, no escurinho do cinema.

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