Esse naturalista suíço manifestou, em meados do século XIX, preconceito sobre os habitantes deste país, mas registrou admiração quanto às proposições do Império, pois a Constituição de 1824 determinava, no inciso XXXII do artigo 179, que o ensino primário gratuito seria oferecido a todas as crianças. Era um avanço para aquela época, mesmo diante dos países europeus. Não tínhamos, entretanto, um sistema educacional consolidado, porque os portugueses não propiciavam acesso à instrução para preservar sua colônia mais importante. Mesmo assim, uma lei de 15 de outubro de 1827 exigia a criação de escola em qualquer cidade, vila e povoado para que o futuro fosse promissor para todos os súditos.
Há muitas evidências de que concluintes do ensino médio não interpretam nem redigem com propriedade, não dominam as operações matemáticas básicas e desconhecem conceitos básicos de geografia, história e ciências. Essas carências têm exigido que professores universitários criem cursos de nivelamento no ensino superior para desenvolver os programas do currículo mínimo; mesmo assim, muitos graduados saem da faculdade sem a preparação adequada ao mercado de trabalho. Há, a cada geração, uma “progressão para trás”, pois as mais importantes universidades têm recebido candidatos ao mestrado e ao doutorado que não se expressam com propriedade em sua área de conhecimento. Assim, muitos diplomados escancaram nossa tradição cartorial quanto à importância de certificados sem a correspondente qualificação de seus portadores, que não se mantêm em seu ofício, indo para ocupações inferiores.
Enquanto isso, as autoridades fazem discursos sobre seu compromisso com a educação e adquirem equipamentos ao gosto de fornecedores. Não tomam providências, entretanto, para que as escolas melhorem, mesmo quando têm notícias dos avanços obtidos pela Coreia do Sul, Finlândia e Irlanda. São os exemplos mais recentes de crescimento espetacular na economia e na qualidade de vida da coletividade.
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