Mais que um barato triplex, a economia nacional sofreu e sofre hoje pelas escolhas estratégicas desgraçadas dos últimos dez anos, feitas pelo governo e direcionadas ao interesse das empreiteiras da Lava Jato.
Triplex é nada, uma gota no oceano e, ainda, uma gota equivocada.
Os financiamentos de campanha e as propinas com mimos, que têm no triplex um exemplo patético, parecem estar na base das ruínas do país.
Os 3% eram o pedágio para passar com 97% de recursos públicos rendendo ganhos exorbitantes.
Um metrô em São Paulo e uma Cidade Administrativa em Minas são facilmente fiscalizáveis, mas para o TCU um metrô em Caracas com R$ 3,3 bilhões de aportes brasileiros e um metrô no Panamá com R$ 2,4 bilhões (obras da Odebrecht) ficam fora, para sempre, de qualquer fiscalização tupiniquim.
Mandar dinheiro para lá é a forma de desviar com a maior facilidade, penalizando no Brasil uma população sedenta de saúde, educação e emprego. Como tirar a comida da mesa de um esfomeado para dar lá fora.
Não se tem dúvida da ilicitude subjacente, pois o governo brasileiro baixou o “sigilo bancário” sobre valores de cerca R$ 200 bilhões aplicados no exterior. Absurdo! Lógica de republiqueta do Caribe que blinda safadezas que custaram o sangramento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o FI-FGTS e o Tesouro Nacional, que emitiu fortunas com taxas de 11% e as investiu por 6%. Justamente o que deveria ser aplicado em finalidades sociais e desenvolvimentistas, aqui, no Brasil.
Fora do país seguiu-se a lógica de obras de infraestrutura, no Brasil de farras nos últimos dez anos. Mais de R$ 1 trilhão foram carreados para estádios da Copa, das Olimpíadas, para o pré-sal, que se mostra uma insensatez, para a transposição, para os frigoríficos da JBS, os devaneios da EBX, as loucuras de Marcelo Odebrecht, que deixaram, agora, um punhado de moscas no ar.
Os metrôs que resolveriam a mobilidade urbana de BH e de outras cidades continuam na fila de espera. O de Caracas nunca será pago, é calote na certa. A saúde permanece de baixíssima qualidade, a educação, insuficiente, o desemprego, o mais penoso do mundo.
A transposição do São Francisco, que fez a festa de 14 empreiteiras, já registra três canais estourados pelo sertão afora, e se garante que os 12 milhões de hectares facilmente irrigáveis em Minas e na Bahia perderam essa possibilidade. As águas já se encontram contingenciadas com um corte neste ano de 15%.
Quando se poderia atender a mesma população de melhor forma com açudes, cisternas e poços poupando R$ 8 bilhões que foram jogados ao vento.
O pré-sal, cavalo-chefe do governo de Lula, foi uma escolha arriscadíssima, sabendo-se que o custos de extração de US$ 45 por barril se oporia aos US$ 10 na península Arábica e em outras bacias rasas do planeta.
Dos balanços da Petrobras aflora, já nas primeiras camadas, que R$ 400 bilhões de financiamento, relacionados ao pré-sal, não rendem um centavo e poderão em breve gerar déficit com as cotações do petróleo baixando de US$ 45 por barril.
Nos últimos anos os precavidos fundos árabes pararam de investir em petróleo e entraram numa corrida maluca para abocanhar o promissor mercado das energias alternativas e sustentáveis.
Sol, vento, água, biomassa, lixo e resíduos urbanos serão insumos de primeira importância, como o hidrogênio e as células de energia, que deixarão o petróleo obsoleto nas profundezas da terra.
Realmente essa história de triplex, no contexto do Brasil, joga no escanteio o que realmente conta.
O TRF-4 de Porto Alegre, instância de recurso de Lula, terá muitos argumentos, na esfera estritamente jurídica, para aliviar e até livrar Lula, concedendo-lhe o título de perseguido por um fato marginal e inexpressivo.
Seria esse apartamento a “Elba” de Lula? Só num julgamento político do Congresso.
Aquele carro popular pago por PC Faria, que motivou a cassação de Fernando Collor, não o condenou na instância judicial.
Esse triplex faz um favor a Lula e concede um discurso à militância lulista estonteada.
Moro conseguiu o que não queria.
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