sexta-feira, 7 de abril de 2017

O Lula sem meio-campo

Assumindo o papel de adversário da reforma previdenciária, o senador Renan Calheiros candidata-se a coveiro do governo Michel Temer, na medida em que o atual presidente da República, mesmo mantendo o mandato, nenhuma herança deixará para o sucessor. Se o próximo presidente vier a ser o Lula, hipótese ainda em suspenso, quem garante a virada na página do retrocesso econômico nacional? A pergunta será quem sucederá a Henrique Meirelles na Fazenda. Não se esperem surpresas maiores no setor. O ex-presidente não rasga dinheiro, provavelmente escreverá outra carta aos brasileiros, tentando substituir por gente nova o time dos petistas históricos, desgastados e até presos.

Essa a dúvida fundamental para o novo período, se vier liderado pelo Primeiro Companheiro: até hoje não despontaram novos contingentes no PT. Quais seriam os substitutos da turma hoje dormindo na cadeia? Não há sinal de que o Lula esteja procurando no Congresso. Nem nas universidades ou no que restou da aliança com a Igreja. Sequer nos sindicatos.

A falta de equipe não será suprida pelas “meninas” do Senado, muito menos pelos “salvados do incêndio”. Quando eleito pela primeira vez, o torneiro-mecânico encontrou uma espécie de âncora empresarial no candidato a vice presidente, logo empenhado na crítica permanente aos juros altos. Hoje, se existe, esse companheiro não apareceu. Há quem aposte em Ciro Gomes, mas ele é inconfiável.

Em suma, apesar de nítido apoio popular, o Lula carece de um time capaz de respaldá-lo. Não tem meio campo. Jamais poderá confiar em Renan Calheiros.

Carlos Chagas

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