Alimentos adulterados matam 3 mil por ano nos EUA
Num momento em que o país se questiona sobre a qualidade dos alimentos que consome — indagação motivada pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal — vale a pena ouvir o que têm a dizer os especialistas Jon Woody e Colin Barthel, do Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana que regula os setores de alimentos e medicamentos. Eles participam, nesta sexta-feira, 07, em Taguatinga, de workshop organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Woody e Barthel destacam que adulterações intencionais em alimentos ocorrem por várias razões, que vão de questões econômicas, sabotagem e falsificações até terrorismo, e todas diferem dos casos acidentais, que resultam de falhas de sistemas de controle. Pelos cálculos dos especialistas, apenas as adulterações motivadas por fraudes econômicas resultam em perdas anuais de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões para as indústrias prejudicadas. Além disso, um em cada seis norte-americanos adoece por ano em decorrência de contaminação de alimentos. O problema resulta em três mil mortes anuais no país.
Esses dados foram apresentados por Woody e Barthel em palestra recente em Florianópolis, Santa Catarina, onde também listaram as ferramentas usadas pelo FDA, como softwares gratuitos disponíveis na internet, e os principais passos que as indústrias devem seguir para atender aos requisitos exigidos pela legislação norte-americana. As regras foram adotadas pelos Estados Unidos, em maio de 2016, para coibir o comércio de alimentos adulterados intencionalmente. O regulamento é o mais recente dos sete adotados desde 2011 a partir do Food Safety Modernization Act, Lei de Modernização da Segurança de Alimentos dos EUA.
As indústrias exportadores têm até julho de 2019 para adotar programas que previnam os riscos de contaminação em produtos. O setor de alimentos representa 30% das exportações industriais no Brasil. As vendas brasileiras do setor para os Estados Unidos em 2016 totalizaram US$ 1,5 bilhão (7,5% do total industrial exportado pelo Brasil).
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