segunda-feira, 20 de junho de 2016

Com a Rede e o PSOL?

Foi Antonio Carlos Magalhães quem definiu Temer como mordomo de filme de terror. O velho era bom de apelido. Rebatizou um então investigativo trapalhão Suplicy, por exemplo, como “o Agente 86”. Mas, quando Temer assumiu, cheguei a pensar: quando nada, teremos um partido de profissionais tocando o barco, até novas eleições. Ledo engano. Os “profissas” batem cabeça o tempo todo. E haja acusação de corrupção.

Mas, aqui, os tempos mudaram – e não foi pouco. Pensando bem, a história político-administrativa do Brasil, das primeiras décadas do século 20 às primeiras do século 21, pode ser dividida, sem risco de erro, em dois grandes períodos. Primeiro, tivemos a época do ROUBA MAS FAZ. Hoje, é a vez do SÓ FAZ ROUBAR.


O período do “rouba mas faz” contou, entre os seus mais lídimos representantes, com políticos-administradores da cepa de Adhemar de Barros (a matriz pós-Estado Novo deles), Antonio Carlos Magalhães e Paulo Maluf, que já deve estar completando aí por volta dos seus 200 e poucos anos de idade.

Já o segundo período, bem mais robusto e produtivo, arrasta partidos inteiros. Seus mais vistosos representantes (ou suas “almas honestas”, se preferirem) estão no PT, no PMDB e no PSDB. Aí, segundo o cara da Transpetro, “não sobra ninguém”. Pode-se mesmo dizer que neste triângulo é que se concentra o tal do CRIME ORGANIZADO no país. Como me diz um amigo, hoje, a bandalheira de Collor-PC Farias, comparativamente, seria coisa para juizado de pequenas causas...

Aliás, nossos artistas e intelectuais precisam abraçar a Lava Jato, abraçar as reformas fundamentais para o país, em vez de se limitar a defender o seu balcão de negócios, fazendo festa no prédio (por que, agora, “palácio”?) Capanema, no Rio.

Vejo também o temor, em alguns analistas políticos que conheço (o sociólogo Werneck Viana é uma exceção lúcida), de que a Lava Jato realmente atinja todo mundo e vá tudo de vez por água abaixo, sobrando apenas a Rede (caso Sirkis e Leal não tenham feito nenhuma peraltice comprometedora) e o PSOL (por falar nisso, parem de pronunciar “pê-sol”: digam a sigla partidária como quem diz “psiu”, ok?).

Ora, se o atual sistema político vai naufragar “in totum” e só vão sobrar a Rede e o PSOL, qual o problema? A gente recomeça, retoma a viagem, com a Rede e o PSOL. Aliás, já ando até cantarolando uma antiga marchinha da década de 1960, em versão atualizada: caminhando contra o vento, com Rede e sem documento, ao PSOL de quase dezembro, eu vou...

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