quarta-feira, 20 de abril de 2016

As 'latitudes' dos votos

Sempre escrevo meus artigos nos fins de semana. E com este não será diferente, apesar do furdunço político em Brasília no domingo. Assim faço porque o resultado do tal impeachment em nada mudará meus costumes. Uma possível troca de Dilma boca porca por Michel Temer, nas circunstâncias atuais, é o mesmo que trocar seis por meia dúzia, a não ser que a Justiça de Curitiba ponha a mão em Lula e sua cambada, inclusive Dilma, por motivos óbvios.

Minha única curiosidade é saber como ficará o “day after”, a troca de bocas... O Michel é um posudo, desses que falam olhando para as próprias mãos, mas sabe ler e escrever e é reconhecido professor de direito constitucional. Já Dilma, guerrilheira sem objetivo, aos 19 anos estava de metralhadora em punho, assaltando bancos para uma causa alienígena. A propósito do tema, até hoje não se sabe o que foi feito dos US$ 2,8 milhões roubados em assalto à casa do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. 


O Brasil, há muito, vive embevecido por tudo o que é diferente. O surgimento no cenário político de um demagogo analfabeto como Lula foi algo diferente. E ele soube explorar esse tipo de diferença, baseado num “coitadismo” de ocasião que pegou o povo brasileiro desprevenido para esse tipo de messianismo.

O alheamento desses políticos que fazem ouvidos moucos para tudo aquilo que não lhes é favorável deu nisso que está aí. O Brasil está na miséria, gastou mais do que tinha no bolso e faz de conta que não sabe de nada. O termo “pedalada”, típico da verve brasileira, significa também, ou principalmente, “irresponsabilidade”, “assalto à mão armada”. Dilma administra o Brasil como fazia em seu tempo de assaltante de banco. E os seguidores fingem que não sabem de nada e afirmam que todo movimento contrário é golpe...

O tempo é implacável, chega para tudo e todos. De tanto falar em golpe, vão acabar achando o que procuram e, aí, como diria o Libório lá da Serra do Anastácio, “vão ver o que é bom pra tosse...”

Reproduzo as palavras ameaçadoras de José Sílvio dos Santos, empresário e presidente do PDT do Distrito Federal, dirigindo-se aos militantes: “Convoco a militância pró-Dilma que vá armada para matar no próximo domingo”. Nós vamos ficar batendo panelas... Acredite nisso, idiota.

E, para terminar, lembro a sessão do egrégio Supremo Tribunal Federal em que, num debate que mais parecia discussão sobre a redondeza das bolas, aquele colegiado deliberava por onde começar a declaração dos votos dos deputados, se pelo Norte ou pelo Sul, e o ministro Barroso, o mais comprido deles, manifestando seu entendimento sobre a questão, explicou que, para ficar acorde com a legislação pertinente, a votação deveria começar pelos Estados do Norte, observado o princípio da alternância dos Estados, bem como suas “latitudes perante as capitais”. E eu pensei com meus botões: “latitudes” ou “platitudes”...

Esses ministros modernos são detalhistas e chatos...

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