sábado, 23 de janeiro de 2016

A temperatura vai subir

Intensa atividade começa a registrar-se a partir da próxima semana no Supremo Tribunal Federal, na Procuradoria Geral da República e na Polícia Federal. Essas instituições não vão esperar o Carnaval para iniciar mais uma operação do Lava Jato, agora voltada para os parlamentares envolvidos nos escândalos da Petrobras. O procurador Rodrigo Janot liberou, semanas atrás, uma lista parcial de deputados e senadores acusados de participação nos desvios de verbas, superfaturamento, distribuição de propinas e demais falcatruas celebradas à sombra da estatal e com a participação de empreiteiras, doleiros e altos funcionários públicos.

Saco-Dilma-Lula-Dirceu
Não começa propriamente a fase das apurações, já iniciada. Em linguagem do surfe, pode-se deduzir estarmos entrando na reta final. O Procurador formalizará as denúncias, os ministros do Supremo abrirão ou não os processos e os policiais federais continuarão suas investigações, já em curso. Seria prematuro supor que pelo menos vinte deputados e cinco senadores estão na alça de mira, até porque valerá o segredo justiça para as peças iniciais e os primeiros passos processuais, mas, como em casos semelhantes, os vazamentos continuarão indo muito bem, obrigado.

O conteúdo principal dessa nova operação fundamenta-se nas delações premiadas colhidas recentemente, sabendo-se que a movimentação na Praça dos Três Poderes a partir de segunda-feira ganhará ritmo mais intenso. Parece óbvio que na semana do carnaval os trabalhos arrefecerão, mas nem tanto. Alguns ministros da mais alta corte nacional de justiça já se encontram em Brasília, o procurador geral comparece todos os dias ao seu gabinete e a Polícia Federal, de resto, jamais interrompeu suas atividades.

Tem-se a informação de que já se movimentam com seus advogados os parlamentares objeto das apurações, empenhados em dissecar as acusações. Não todos, mas muitos, parecem próximos da beira de um ataque de nervos, mesmo pretendendo não passar recibo. Não há necessidade de fulanizá-los, seus nomes tem frequentado o noticiário das delações.

Em suma, este segundo semestre promete, não obstante os recursos e artifícios postos à disposição de Suas Excelências por força da lei. Mas que a temperatura vai subir, é evidente. Além do Congresso, há preocupação, também, no palácio do Planalto, na medida em que muitos dos implicados formam na base do governo e até foram ministros do Lula e de Dilma. Madame mostra-se tranquila, o antecessor um pouco menos.

Carlos Chagas

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