terça-feira, 21 de julho de 2015

Crise? Que crise?

Reza a lenda que benditos os que preferem chamar problema de desafio. Pode parecer pouca coisa, mas a palavra “problema” costuma nos remeter a algo perturbador, de difícil resolução, com jeitão de negatividade. Ao contrário, o desafio nos impele a buscar solução, nos estimula a batalhar rumo à vitória, dá uma sensação de recompensa à vista. O certo é que o mundo sempre será dos que vencem desafios, e não dos que só veem problemas em todo canto. Épocas como a atual distinguem os competentes dos medianos, os sábios dos imaturos e os líderes dos comandados.

Mas, antes de tudo, é preciso identificar os comportamentos inerentes ao ser humano diante do problema que o ameaça. Se pudéssemos classificar por formas de agir, seria algo assim:

1) Amplificador de problemas: Em geral, exagerados, apavorados, preocupados, essas pessoas sempre dão uma dimensão exagerada, uma visão distorcida à realidade. Algo do tipo “seu filho está com uma febre aqui na escola”, e a comadre quase morre do outro lado da linha. “Meu Deus, deve ser a gripe aviária, levem pro hospital”.

2) Multiplicador de problema: Negativistas, angustiados e dramáticos têm o dom de complicar o simples, ou “ver chifre em cabeça de cavalo”. Conseguem, por exemplo, fazer de uma simples festa de aniversário uma tragédia grega. “E se chover, e se faltar comida, e se não vier ninguém?” No final é capaz até de faltar a luz! Como disse, adoram a expressão “e se...”.

3) Sonegador de problemas: Usam a estratégia de se iludir, enganar e desconsiderar o que está à frente. Comum em imaturos, os que só enxergam defeitos nos outros, que adoram justificar, dar desculpas, culpar os outros para não se defrontar com uma realidade desfavorável. “Não sei de que problema você está falando...”.

4) Evitador de problemas: Fogem, evitam e desaparecem diante de situações problemáticas. Têm horror a conflitos, não gostam de se posicionar, terceirizam desafios. Em geral são inseguros, tímidos ou medrosos, do tipo “maria vai com as outras”, de opinião neutra ou até covarde. Do tipo “vocês é que se virem”.

5) Fabricador de problemas: E não é que tem gente que tem o talento de tumultuar, de pesar o ambiente, de adorar ver o “circo pegar fogo”? Onde estão geram confusão, desavença e conflito. Complicam o simples, fazem tempestade em copo d’água. Típico de pessoas agressivas, com transtorno de personalidade, pueris, vaidosas, fofoqueiras, ciumentas ou competitivas.

6) Resolvedor de problemas: Aleluia! Eis o nosso líder, maduro, assertivo, compreensivo, agregador, capacitado a assumir o comando quando a situação está preta, difícil ou caótica. Carrega o dom de enxergar soluções, o talento de ser criativo, equilibrado e faz do estresse um elemento positivo. Cresce com as crises e é empreendedor por natureza. Ter um desses por perto é uma dádiva.

Seja como for, somos de distintas tribos num mundo em transformação. É nítido que muitas coisas estão falindo: política, economia, esquemas financeiros e falsos profetas. O novo se avizinha, e após a tempestade haverá um novo tempo. Ah! Já ia me esquecendo: bem-aventurados os que entendem que viver é resolver desafios reais, e adoecer é ruminar problemas imaginários e sofrimentos antecipatórios. Para tudo há um jeito nesta vida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário