terça-feira, 21 de julho de 2015

Um país em frangalhos


Apareceu coisa mais grave do que a reação de Eduardo Cunha à denúncia que responderá perante o Supremo Tribunal Federal, tendo-se declarado em oposição à presidente Dilma. A Procuradoria da República no Distrito Federal formalizou investigação contra o ex-presidente Lula, por tráfico de influência internacional favorecendo empreiteiras. Ao mesmo tempo presidentes dessas empresas continuarão presos como envolvidos na operação Lava Jato.

Por seu advogado, o primeiro companheiro defende-se, negando haver recebido propina ou comissão para sustentar interesses privados, alegando que suas viagens ao exterior se fizeram para pronunciar palestras sobre o desenvolvimento econômico brasileiro.

Junte-se a essa explosiva equação a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral concluir que dinheiro sujo surripiado da Petrobras serviu para alavancar a campanha da presidente Dilma à reeleição, mais as contas do governo de Madame virem a ser recusadas no Tribunal de Contas da União, e se terá a receita de um país posto em frangalhos. Para cada lado que se olhe emerge o espectro da corrupção. Encontram-se sob suspeita ministros do atual governo, parlamentares, além dos presidentes da Câmara e do Senado. Sem falar em empresários de alto coturno e dirigentes de partidos grandes e pequenos.

Só que a cereja do bolo parece ser o Lula, se não puder livrar-se das acusações de parcerias malfeitas com empreiteiras. Saiu pelo ralo a versão dele ser inatingível. As últimas pesquisas dão conta de que seria derrotado por Aécio Neves numa eleição presidencial. De seu partido, o PT, não tem recebido senão sussurros de solidariedade, coisa que nem isso Dilma consegue.

Em suma, as instituições nacionais andam de cabeça para baixo, restando a indagação de como se comportará a população, ainda mais diante da crise econômica, do desemprego crescente, da sombra da inflação, da redução de direitos trabalhistas, do aumento de impostos, tarifas e, acima de tudo, do custo de vida em ascensão permanente. Em boa coisa não acabará o esgotamento da paciência nacional.

A Câmara enterrou a ampliação de mandatos que seria natural com o fim da reeleição. Perceberam os deputados que o Senado vetaria a redução para cinco anos dos períodos de seus integrantes e, assim, melhor não mudar nada. Só que o fim da reeleição ficou dependurado num galho que vai apodrecendo. Pode ser que os senadores agora decidam pela permanência de dois mandatos consecutivos para presidentes da República, governadores e prefeitos. Vai para as profundezas a reforma política…

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