quinta-feira, 31 de julho de 2025

Notícias de amanhã

Depois de décadas em que veículos de comunicação se vangloriavam em ser o “primeiro a dar as últimas”, é chegada a hora de publicar não as notícias que já ocorreram, mas sim as que acontecerão.

Impossível? Certamente que não. Há tendências que são claras, algumas inevitáveis, outras não. Por exemplo, a notícia “explodiu ontem a quinta bomba atômica disparada neste século XXI” seria falsa, hoje, mas é provável que se torne verdadeira. Afinal, envolve decisões de alguns dos loucos que comandam diversos países, decisões que – esperamos! – podem ser evitadas. Mas, pergunto: e amanhã, será mesmo evitável? Com os países mais ricos e atomicamente armados novamente empenhados na velha corrida armamentista, uns agredindo os outros e dizendo que são estes que agridem?

Evitar que tal “notícia” se torne verdadeira exige, dos dirigentes, sentimento de compaixão e humanidade, o que claramente lhes falta; de outra forma, já não apoiariam os assassinos que dirigem Israel e repetem, contra os palestinos, o holocausto que seus avós sofreram na Europa.


Outras notícias futuras já se anunciam. Por exemplo, “incêndios florestais como os que destruíram Los Angeles dizimaram Atenas e reduziram a cinzas a Acrópole”; “milhares de cariocas impedidos de subir os morros morreram afogados com a súbita elevação do nível do mar”. Que tal essa outra: “A seca na Amazônia neste ano quebrou todos os recordes; jamais havia ocorrido de o rio Amazonas se transformar num filete de água!”

Na sequência desta última possível notícia, veremos, talvez, essa outra: “Os royalties pagos aos governos da região amazônica com a exploração do petróleo na foz do rio não foram suficientes para alimentar a população local que não conseguiu fugir. A fome quase iguala o que sucedeu em Gaza”.

Outra possível notícia, que alguns verão como altamente positiva: “Sucesso de vendas no novo Trump Resort em Gaza: milionários disputam apartamentos com preço mínimo de US$10 milhões”. Associada à esta talvez venha outra: “Crescem os conflitos internos no Egito, Sudão e Arábia Saudita, para onde foram levados os sobreviventes dos campos de extermínio em Gaza”.

Menos provável, embora desejável, é recebermos a informação de que comprovadamente reapareceram neste planeta, vivinhos da silva, desmentidas todas as suspeitas de que isso fosse apenas um truque de inteligência artificial, Jesus, Maomé, Buda, Confúcio e líderes ou fundadores de todas as religiões, inclusive xamãs machos e fêmeas. Todos reunidos, colocaram-se de acordo, superaram divergências e terminaram todos os conflitos e ambições desmedidas, ponto um fim às desigualdades e às fronteiras entre credos e países, origem de ódios e divisões.

Também John Lennon reviveu cantando “imagine que não há paraíso, nem inferno; imagine todos vivendo para o presente; imagine que não há nada que justifique matar, nem morrer…. Imagine uma irmandade geral…”

Utópico? Sem utopia não há progresso real! Ou preferimos a distopia dos primeiros parágrafos?

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