Nós, do Instituto Locomotiva, fizemos uma pesquisa nacional para identificar quem são – e quantos são – esses brasileiros ultraconservadores. Três frases foram apresentadas aos entrevistados:
– “O Estado brasileiro deve ser cristão”
– “Mais pessoas deveriam ter acesso ao porte de armas”
– “Mulheres são melhores para realizar tarefas domésticas”.
Aqueles que concordaram com todas as afirmações são, por assim dizer, os nossos talibãs. E não são poucos: cerca de 6,4 milhões de brasileiros adultos se encaixam no perfil. Você, leitor, leitora, muito provavelmente conhece algum.
Nosso ultraconservador é majoritariamente homem (60%) e estudou no máximo até o ensino médio (78%). A maioria (65%) tem entre 30 e 60 anos.
Esses números impõem um desafio à democracia brasileira. Não porque o conservadorismo seja uma posição política ilegítima. Mas porque, em versão extremada, ele passa a conflitar com valores republicanos fundamentais.
Dois exemplos: 70% dos ultraconservadores consideram que casais do mesmo sexo não devem ter o direito de se casar e 61% acreditam que a polícia deve ser violenta no combate ao crime. São crenças opostas às noções de igualdade e direitos humanos consagradas pela Constituição Federal.
Nos dias de hoje, em que até o nazismo virou “polêmica” em redes sociais, o Brasil precisa encontrar estratégias eficientes para desarmar seus talibãs.
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