quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Nem do outro lado do mundo, Bolsonaro deixa o Brasil em paz

Bolsonaro não seria quem é se não tentasse provocar mais uma crise mesmo estando fora do Brasil. Foi o que fez, direto de Moscou, em uma entrevista à Jovem Pan, sua emissora do coração.

Acusou os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso de se comportar como “adolescentes” com o objetivo de eleger Lula (PT).

Disse, embora sem mencionar diretamente o nome deles:

“Nós vemos que alguns do Supremo, a minoria, é que age na contramão da nossa Constituição. E ali a mensagem clara que fica é que eles têm partido político. Não querem o Bolsonaro lá e querem o outro, que esteve há pouco tempo no xadrez, no xilindró”.


Parou por aí? Não. O Tribunal Superior Eleitoral divulgou um documento de 700 páginas com respostas às 48 perguntas das Forças Armadas sobre o processo eleitoral de outubro próximo.

A propósito, Bolsonaro comentou:

“O pessoal das Forças Armadas, que pertencem à inteligência cibernética, estão analisando esses documentos. Onde vamos concordar, discordar total ou parcialmente”.

Ou seja: insiste em condicionar o processo eleitoral à aprovação militar. Segundo a Constituição, cabe às Forças Armadas defender a Pátria, os Poderes Constituídos e garantir a lei e a ordem, ponto.

À falta de votos suficientes, Bolsonaro quer ganhar no tapetão. É golpe.

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