Argentina e Colômbia se recusaram a sediar a Copa América. Razões obvias: milhares de mortos pela pandemia, longe de ser controlada. O Brasil correu atrás. Por obra de Jair Bolsonaro, em conluio com a direção da CBF, aceitou receber o torneio internacional. Somos de fato um País de vira-latas.
Milhares de pessoas circularão pelas cidades que devem promover os jogos. Ou alguém imagina o brasileiro quietinho em casa esperando o torneio passar? Futebol será apenas mais um pretexto, aglomerações acontecem todos os dias nesse Brasil – festas, praias lotadas.
E no universo paralelo do futebol, pode tudo. Sempre pôde.
Taí um bom momento para assistir El Presidente, na Amazon Prime. Se ainda não viu, não perca. Tudo a ver com política, corrupção e futebol. Tudo a ver com CBF, Conmebol, FIFA, dirigentes, cartolas, patrocinadores. Tudo a ver com essa desnecessária e prejudicial Copa América.
Trama real contando fatos tragicômicos, tão esdrúxulos e delirantes que muitas vezes parece ficção. Não é. Coprodução chilena e colombiana, tem um elenco ótimo, e a direção do premiado Armando Bó, roteirista argentino, vencedor do Oscar por Birdman, com Alejandro Iñarritu.
Na primeira temporada, El Presidente traz os bastidores e denúncias do Fifagate, que, em 2015, envolveu dirigentes de futebol de quase todo o mundo, inclusive (ou principalmente) latinos e brasileiros.
No Fifagate, segundo o FBI, o ex-todo poderoso presidente da CBF Ricardo Teixeira movimentou esquema de propina de mais de US$ 32 milhões de dólares, em contratos da Libertadores e … Copa America.
Del Nero e José Maria Marin, ex-presidentes da CBF depois de Teixeira, também foram denunciamos pelo Ministério Público americano. Teixeira foi banido do futebol, em decisão da FIFA, em novembro de 2020.
Na segunda temporada, em produção, El Presidente vai tratar de corrupção no futebol brasileiro. Escândalos da CBF. Pense só no que vem por ai. A Copa América de 2021 poderá ter papel de destaque na série.
E vai incluir, claro, o tal de Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF por assédio sexual. A Comissão de Ética da entidade existe e começou a trabalhar.
PS: Em 2019, a CBF recebeu nada menos que R$ 43 milhões da Conmebol, após a conquista do titulo pela seleção brasileira. Parte da grana foi distribuída entre atletas e comissão técnica. O restante ficou com a entidade.
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