O Exército respeitava a meritocracia, o preparo individual, a carreira, embora isso não garantisse um bom governo. Pelo menos na ditadura os filhos dos generais-presidentes não se metiam em política e não mandavam nada. Nesse tempo torturavam e matavam fisicamente, agora assassinam reputações e disseminam fake news com exércitos de robôs. A paranoia comunista volta aos tempos da Guerra Fria. Nenhum ministro da Educação da ditadura foi pior e mais ignorante do que Abraham Weintraub. Nenhum general-presidente condecorou milicianos ou tentou emplacar um filho sem qualificações para a embaixada em Washington. A censura de financiamentos públicos para filmes e peças,“em defesa da família”, é mais radical que na ditadura.
Não dá para ter saudades da ditadura, mas mesmo seus piores governos foram melhores que o de Bolsonaro em eficiência e compostura. O Exército sabe disso. O homem está descontrolado. Dá desculpas esfarrapadas e não explica seu xodó pela Polícia Federal do Rio de Janeiro. Pior do que ter o dele é ter o rabo do filho preso, vale tudo para salvá-lo. E se não der?
Imaginem um cenário em que Flávio Bolsonaro, depois do devido processo legal, é condenado por unanimidade no STF e vai preso. O que faria o capitão? Seu governo acabaria? O Exército apoiaria um golpe por causa de Flávio Bolsonaro?
Pouco provável, mas, mesmo assim, mais do que a inviável candidatura de Bolsonaro quando foi lançada. O Brasil é muito louco. De tanto sofrer foi enlouquecendo.
Nelson Motta
Nenhum comentário:
Postar um comentário