Os defensores da hipótese de vida inteligente sempre poderão afirmar que ele venceu a eleição mais disputada do país e que vem presidindo um processo de recuperação econômica, ainda que timidíssimo.
Não faltam, porém, argumentos àqueles que sustentam que Bolsonaro não passa de um despreparado que as ruínas da administração petista aliadas às forças do acaso galgaram à Presidência. A prova mais eloquente disso estaria no fato de o primeiro mandatário levantar incessantemente polêmicas nas quais tem muito mais a perder do que a ganhar.
O caso do divórcio entre o bolsonarismo e o PSL reforça a hipótese da estultice. É possível que tudo não passe de um blefe, mas, se a separação for para valer, fica difícil vislumbrar o que Bolsonaro ganharia. Já a lista das perdas é graúda.
Para início de conversa, parlamentares que seguirem o presidente correriam um sério risco de perder seus mandatos. Mesmo que os advogados encontrem um modo de evitar isso, a debandada deixaria milhões de reais dos fundos partidário e eleitoral com uma sigla que terá rompido com Bolsonaro.
Em termos estruturais, o presidente se afasta ainda mais do projeto de criar uma base partidária razoavelmente sólida, que seria importante tanto para dar sustentação a seu governo como para ajudá-lo numa eventual disputa pela reeleição.
Ou Bolsonaro está tantos passos à frente de todos em suas maquinações políticas que temos dificuldade até para reconhecer-lhe a inteligência, ou temos motivos para temer que ele nem sequer consiga definir quais são seus objetivos, menos ainda a melhor estratégia para alcançá-los. Façam suas apostas.
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