O de 2019 não está muito melhor. Em junho, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo, Vanderléia Inácio, 25 anos, mãe de quatro filhos, sendo o mais velho com oito anos, foi morta com três tiros no rosto em uma festa junina. O crime aconteceu após uma discussão causada por um pedaço de bolo oferecido à esposa do suspeito. Em julho, no Grajaú, também na zona sul de São Paulo, o desempregado Joab Dias Costa, 23 anos, foi desafiado a um jogo de cartas valendo R$ 10. Ganhou. Seu adversário, inconformado, agrediu-o ali mesmo e, semanas depois, matou-o a tiros na rua.
Ainda em julho, em Dourados, a 250 km de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, o policial militar Dijavan dos Santos matou também a tiros o bioquímico Júlio César Cerveira, na sequência de uma discussão sobre lugares marcados num cinema. Os dois, vítima e assassino, estavam acompanhados de seus filhos adolescentes. O filme era “Homem Aranha: Longe de Casa”. O tiroteio aconteceu com a sessão já começada, e o cinema cheio de crianças.
Há poucos dias, em fins de agosto, um PM ordenado a intervir para que se abaixasse o som de uma festa no bairro de Brotas, em Salvador, foi recebido com hostilidade pelo dono da festa e por alguns convidados. Eles tentaram agredi-lo e roubar seu revólver. Com a chegada de reforço policial, tiros foram disparados e houve feridos.
Todo mundo anda armado. Discute-se, briga-se e mata-se por qualquer coisa. A vida vale pouco. Não, nem sempre foi assim.
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