Entre se instalar num Brasil caótico e “sem leis”, até os próprios brasileiros mais desejosos de evolução são atirados para fora do país. Alguns à procura de atividades profissionais, outros pela insegurança e pelo surgimento de um crime cada vez mais organizado e oceânico. Não enxergam aqui e agora o clima, o ambiente, a sintonia daquilo que almejam.
Em comum os Três Poderes constitucionais esgarçaram seus conceitos, sua respeitabilidade, atribuindo-se privilégios que depauperam a base social e se fazem causas do sofrimento, da marginalização, da violência.
Os ideais de fraternidade e justiça não são parte preponderante da disputa pelo poder entre facções partidárias. Quem ganha se dedica a destruir obtusamente os governos eleitos, e as demonstrações dadas nos últimos 20 anos mostram que a tosca lógica é agir pelo “quanto pior, melhor”.
Um país em guerra permanente não vai para a frente.
Qualquer naco de poder, mesmo o mais recôndito, é tomado pelo desejo de enriquecimento, não pela melhoria de vida da população ou por uma pátria mais justa e digna. A paisagem é o mar de lama.
Tomam-se como redentores figuras cujos valores não são exatamente a ética, a moderação, a austeridade, o conhecimento, a experiência, as realizações. Faltam redentores, e facilmente se impõem ao eleitor vendedores de ilusões.
A medida aterradora dos desajustes está nas filas de atendimento de saúde pública, na baixa qualidade de ensino, no alastrar-se de habitações de ínfima qualidade, no uso de drogas, no surgimento de um crime organizado que está condicionando e restringindo a vida das pessoas. Embora não fique claro à população, a causa da desgraça se liga à baixa qualidade das elites, à corrupção dos mensalões, à Justiça confusa, aos privilégios que sangram os cofres. Ao corporativismo que enxerga abusos apenas nos ciscos dos outros.
O que esperar de diferente da falência? Sem ética na administração pública que se materializa nos mensalões, petrolões, no nepotismo, na distribuição de supersalários que nem existem nos delírios dos oligofrênicos.
Extinguiu-se por carência moral a autocrítica, outrora moderadora dos abusos corporativistas, a autorregulamentação serviu para ampliar privilégios sem limites. E, quando explode a divergência, as diatribes mostram desentendimentos de sujos contra mal-lavados. Um erro tenta justificar outros, e os dois lados permanecem explorando quem trabalha e produz de verdade.
Não há injustiça que possa durar por muito tempo, nem exploração que ultrapasse os limites do patrimônio comum. Bem por isso caminhamos para um momento em que as contas terão que ser ajustadas. Uma época em que a verdade deverá salvar a pátria.
Que chegue sem demora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário