Na noite da última quinta-feira, quando o líder do PT se reunia com aliados na sede do Instituto Lula, em São Paulo, um opositor do ex-presidente foi parar no hospital depois de ter sido hostilizado e agredido por militantes petistas. Empurrado, ele acabou batendo a cabeça no para-choque de um caminhão que passava pela rua. A cena é chocante. O manifestante anti-Lula, que havia provocado o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e Márcio Macedo, um dos vices-presidentes do PT, ficou alguns minutos desacordado no asfalto antes de se dirigir ao hospital e ser diagnosticado com traumatismo craniano. Nesta sexta-feira, o deputado federal de extrema-direita, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ferrenho opositor de Lula, protocolou queixa por tentativa de homicídio no Ministério Público de São Paulo contra o ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, do PT de Diadema, acusado de empurrar o manifestante contra o caminhão.
Já no fim da tarde desta sexta-feira, militantes ligados ao MST e Levante Popular da Juventude que se dirigiam à manifestação em apoio a Lula no centro de Belo Horizonte jogaram tinta vermelha no prédio da ministra Cármen Lúcia como forma de protesto pela negação do habeas corpus no STF. Segundo funcionários do edifício, não houve agressões nem quebra-quebra durante o ato. Os manifestantes deixaram as imediações do prédio após a chegada da Polícia Militar. A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) saiu em defesa da ministra do Supremo, entendendo que “não é absolutamente razoável que um magistrado, desde a primeira instância do Judiciário até a Suprema Corte brasileira, veja-se constrangido, punido ou de algum modo violado pelo conteúdo das suas decisões”.
Integrantes do PT que engrossam a concentração no Sindicato dos Metalúrgicos não quiseram fazer comentários sobre os incidentes e episódios violentos. Em nota oficial divulgada no último dia 25 de março, o partido afirmou que “a política do ódio é o oposto da política do PT”. Para manifestar seu repúdio aos atentados sofridos pela caravana de Lula no Sul do país, a executiva nacional do PT ressaltou que “o país não pode conviver com a violência destes setores autoritários, que usam métodos fascistas para calar e interditar aqueles de quem discordam”. Os últimos episódios registrados, no entanto, destoaram dessa filosofia.
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