segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Euforia no Rio

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A explosão de alegria no calçadão de Ipanema, com o movimento matinal de carros da imprensa e da Polícia Federal diante de certos edifícios da avenida Vieira Souto, é equivalente a um grito de gol. É mais um corrupto que está saindo com as mãos para trás e sendo levado pelos agentes para um banco traseiro, no qual zarpará para Benfica. Onde será recebido pelos vizinhos da penitenciária com iguais exclamações de júbilo e votos para que mofe ali para sempre —de preferência, depois de devolver pelo menos parte do dinheiro que roubou.

Por mais que as pessoas de fora se compadeçam do Rio e lamentem a nossa situação —derrocada econômica, política, social e institucional—, temos motivos para estar eufóricos. Há dois anos, essa derrocada já era iminente (nós é que não sabíamos) e seus responsáveis estavam à solta e no poder. Hoje, quase todos estão enjaulados, e o carioca se orgulha de o Rio estar dando exemplo em matéria de desinfecção do aparelho putrefato.
A população está vibrando com a cadeia para Sérgio Cabral (cada nova condenação é pretexto para um churrasco) e para seus ex-secretários de governo, líderes na Assembleia, conselheiros do TCE e cúmplices no empresariado —enfim, da máquina que permitia à quadrilha assaltar sem levantar suspeita. A empolgação aumentou com o recolhimento às grades também de Garotinho, este abrilhantado pelos esperneios do ex-governador, sempre tão plásticos e hilariantes.

O rombo provocado no Rio pelas políticas e ilegalidades que nos apunhalaram custará para reverter, mas só a evacuação de cena desses malandros já provoca enorme euforia no povo. Se duvida, ande pelas nossas ruas.

Ruas estas que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo, mesmo que um dia sejam soltos por um juiz de suas relações, nunca mais poderão pisar.

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