Não é muito diferente dos dezembros dos últimos anos. Olhando para frente, o fim do túnel não aparece. E pelo retrovisor, a mesma paisagem de sempre. Desoladora, triste, cheia de promessas não cumpridas e esperanças deixadas, semimortas, no correr do ano.
Resta, claro, renovar a esperança, fazer e acreditar em promessas, tentar finalmente ver uma luz no fim do túnel. Nesta altura, até a luz do trem nos animaria mais. E lá se vai mais um ano à deriva.
Vem ano, passa ano, e o país continua sem horizonte. E de tanto não ter, a gente nem mais sabe o que é isso. Não lembra mais o que é ter sonhos. Ou como é a vida normal. Incapazes de elevar a própria estatura, nos últimos anos, a cada ano, optamos por rebaixar o teto.
Nossos objetivos ficaram curtos, modestos, medíocres. Resumidos a sobrevivência no curto prazo, ao pagamento das contas no fim do mês, e, com sorte, a chegar a salvo em casa. Parece pouco para uma nação. E quase nada para quem quer construir uma nação.
Não é falta de acontecimentos. No Brasil acontece de tudo. O tempo todo. Tanto que não existe espaço para publicar ou ler sobre os eventos que teimam em nos atropelar diariamente. Apesar da abundância de notícias, faltam novidades. Tudo lembra as mesmas histórias, com os mesmos personagens. Seguimos condenados a repetir os mesmos erros, movimentos e argumentos. Nem Sisifo recebeu castigo pior.
Dezembro chega trazendo nada de novo ou de bom. Apenas a perspective de mais um ano de sacrifício à espera do próximo dezembro quando, ao que tudo indica, escolheremos nas eleições, entre de ideias e personagens que faz tempo deveríamos ter esquecido.
O Brasil de hoje, não escolhe rumos futuros. Apenas cria reedições imperfeitas de passados que não deram certo.
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