– É preciso sonhar acordado. É uma época para sonhadores, mas acordados. Imitamos os modelos antigos, mas nada é igual à antiguidade. Copérnico se protege afirmando que suas teorias planetárias se baseiam no saber antigo, mas não é assim. Elas se justificam no saber antigo. A cada dia aparecem novas máquinas, novas descobertas, inclusive talvez a Terra seja redonda e gire em torno do sol, como sustenta Copérnico. As patentes de invenção enchem os gabinetes de maços de papel, e nenhuma como a imprensa, que permite a libertinagem de reproduzir livros nem sempre convenientes. E a mecânica? Aplica-se a arte militar e, depois, as descobertas passam à indústria civil e ao comércio. Logicamente, os costumes se ressentem. Virtudes antes sagradas se revelam obsoletas ao lado do papel do dinheiro, por exemplo. Quando já se havia visto tanto poder nas mãos dos banqueiros e comerciantes?
Por essa época a informação era um bem intangível, difícil de valorar para a massa. Era uma propriedade quase exclusiva da Igreja, do Estado, e de seus apaniguados, dependendo sempre do contexto, claro.
Tanto é verdade que o Meio (ou veículo) era o confessionário ou os mensageiros e os arautos.
O mensageiro, muitas vezes era morto logo após a entrega da mensagem. Era para que não revelasse a mais ninguém o teor, além do destinatário. E o arauto era aquele designado pelos donos do Poder para anunciar as novas à massa. Eram as mídias da época. O livro era um privilégio restrito aos conventos e acessível apenas aos eleitos pela elite dona do Poder e somente em latim. Escrever era possível, mas daí a tornar seus escritos difundidos era uma tarefa quase impossível.
O próprio Maquiavel só teve sua obra difundida muitos e muitos anos depois. Mesmo implorando aos poderosos da época, em vida jamais encontrou quem lhe desse ouvidos e guarida. Ninguém buscou mais a atenção e os favores do Papa Leão X, um Médici, para seus escritos do que ele. E nunca conseguiu nada. Isso durou até o invento da prensa por Gutenberg, no ano de 1449, em Londres, quando, um século mais tarde, as ideias, definitivamente, abandonaram o curral das elites para circular livremente no meio de quem sabia ler.
Em meados do século XV, a principal mídia, além da Igreja, era a pintura de adoração. A partir daí a educação passou a ser uma necessidade da massa com o advento da burguesia. Deixou de ser privilégio da Igreja, das cortes e dos abastados financeiramente. Alguns séculos depois a Revolução Industrial, com o aparecimento do motor a vapor, nascida também a partir de Londres, completou o resto, com a imperiosa necessidade de estudar para trabalhar.
É aqui que os ingleses viram um marco definitivo na história da evolução da humanidade, como os romanos foram um dia. E nessa trilha o mundo vai girando mais ou menos do mesmo jeito até o final do Século XVIII, quando novas formas de governo se estabelecem e as ideias passam a circular cada vez mais nas mãos e cabeças de mais pessoas através dos meios impressos. Em seguida veio o iluminismo e com ele as revoluções que mudaram a cara do velho mundo.
As tecnologias da informação sempre estiveram na vanguarda. Até que no começo do Século XX o homem pode comprar o aparelho de rádio e entrar definitivamente na era da informação de massa. Mais tarde, algumas décadas depois o aparelho de TV o colocou num mundo onde ele agregou informação e entretenimento, com imagem e consumo. Mas nenhum deles lhe deu interação. Todos os meios, inclusive o padre no confessionário, solapou ao homem o direito de interagir. Essa possibilidade chegou aos tempos atuais com a Internet. O computador colocou a todos, indiscriminadamente, com o mesmo poder do Padre, do Rei, do Presidente, de Maquiavel, de César Bórgia e do Papa em termo de ideias, pensamentos e interação.
É aqui que os ingleses viram um marco definitivo na história da evolução da humanidade, como os romanos foram um dia. E nessa trilha o mundo vai girando mais ou menos do mesmo jeito até o final do Século XVIII, quando novas formas de governo se estabelecem e as ideias passam a circular cada vez mais nas mãos e cabeças de mais pessoas através dos meios impressos. Em seguida veio o iluminismo e com ele as revoluções que mudaram a cara do velho mundo.
As tecnologias da informação sempre estiveram na vanguarda. Até que no começo do Século XX o homem pode comprar o aparelho de rádio e entrar definitivamente na era da informação de massa. Mais tarde, algumas décadas depois o aparelho de TV o colocou num mundo onde ele agregou informação e entretenimento, com imagem e consumo. Mas nenhum deles lhe deu interação. Todos os meios, inclusive o padre no confessionário, solapou ao homem o direito de interagir. Essa possibilidade chegou aos tempos atuais com a Internet. O computador colocou a todos, indiscriminadamente, com o mesmo poder do Padre, do Rei, do Presidente, de Maquiavel, de César Bórgia e do Papa em termo de ideias, pensamentos e interação.
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