Talvez nem o presidente Michel Temer consiga lembrar-se do nome de todos os seus ministros, quanto mais das promessas que cada um elencou ao empossar-se. Há ministros daqueles que a gente confunde a origem e os objetivos, além dos nomes. Desfez-se, se algum dia foi constituída, a equipe que deveria agir em uníssono. Jamais se reuniram, sequer para oferecer ao chefe uma solidariedade fugidia. A maioria poderia nem existir, até mesmo aqueles com gabinete no palácio do Planalto.
Essa decepção contagia o presidente, enfraquece o Congresso e deixa os partidos sem rumo. Por isso voltou a circular a necessidade de ampla reforma ministerial, se possível coincidindo com a divulgação sempre adiada da lista da Odebrecht, no Supremo Tribunal Federal. Seria hora de Temer livrar-se de uns tantos ministros envolvidos nas denúncias e delações, sem alternativas a não ser escapar de supostas acusações.
Para começar, o ideal seria esquecer os partidos com direito a capitanias hereditárias.
O diabo é encontrar um fio condutor para dar unidade a uma nova equipe. Eficiência poderia ser um bom começo, com pouca ou nenhuma interferência das bancadas diversas. Por que dar representação ao PMDB do Senado, por exemplo, ou aos tucanos de Aécio, Geraldo ou Serra?
A nova roupagem ministerial precisaria basear-se na capacidade de cada um dos escolhidos, acima e além dos interesses de grupos ou patotas partidárias.
Terá Michel Temer condições e independência para promover mutação desse quilate? Concordariam os partidos em abrir mão de seus feudos desordenados?
A conclusão é uma só: o presidente governa cada vez mais sozinho, imaginando compor grupos carentes de capacidade e unidade. Breve 2018 estará chegando, com um fator ainda mais perigoso, a desagregação.
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