Enquanto no Brasil a cobiça motivou a turma da Lava Jato a buscar vantagens e ganhos ilegais, apenas para atender desejos e não necessidades, o resultado de estudo realizado na Universidade de Havard sobre o Desenvolvimento Adulto adoça a alma de quem não gasta a vida correndo atrás do dinheiro, bens materiais e fama a qualquer custo. Ao contrário do que corruptos e corruptores podem acreditar, nada disso mantém a saúde, garante vida boa, longa e felicidade pelos anos afora. Pelo contrário, poderão ficar doentes, dementes e morrer mais cedo do que as pessoas que despendem suas energias na manutenção de boas relações com familiares, amigos, amores e a sociedade.
Paralelamente, outra pesquisa revelou que o maior objetivo na vida de 80% dos jovens da geração” Y é ficar rico. E 50% desses jovens adultos admitiram que a fama é o que mais desejam. E a maioria enfatizou como prioridade o trabalho e trabalhar muito para concretizar esses projetos de vida. Para todos eles, essas são as coisas que se devem buscar para ter uma boa existência. Mas isso é o que se pode apurar indagando pessoas sobre seus sonhos num determinado momento das suas vidas e não ao longo dela.
Difícil mesmo, quase impossível, seria conseguir um olhar de 360 graus sobre toda a existência de uma pessoa, obter imagens de sua vida inteira, analisando as escolhas feitas e os resultados que lhe trouxeram. Mas essas dificuldades não impediram a equipe de Harvard de concluir estudo raríssimo, iniciado há 77 anos, somente possível graças à persistência de várias gerações de pesquisadores. Eles acompanharam a trajetória existencial de 724 homens, ano após ano, perguntando-lhes sobre suas vidas domésticas, seus trabalhos, saúde, sem saber como seria o desfecho de cada uma delas.
Em 1938 começaram a analisar as vidas dos integrantes de dois grupos, um que estava no segundo ano da Universidade de Havard e, o outro, de meninos pobres de um bairro de Boston. No primeiro grupo, todos terminaram os estudos durante a segunda guerra e a maioria foi servir no front. Todos os adolescentes menos favorecidos foram entrevistados, fizeram exames médicos e tiveram suas pobres casas visitadas .Alguns tornaram-se operários ,profissionais liberais e um até foi eleito Presidente dos Estados Unidos ,mas nem todos foram bem sucedidos.
Todos os homens dos dois grupos tiveram suas vidas radiografadas, com entrevistas aos filhos, parentes e mulheres sobre quais eram suas maiores preocupações. Atualmente, 60 dos 724 pesquisados continuam vivos, alguns beirando os 90 anos e começa-se a estudar seus mais de 2 mil filhos. A cada dois anos , a equipe de pesquisadores continua a entrevistá-los em suas casas para saber mais e mais sobre seu cotidiano, filmando cenas domésticas e preenchendo questionários com inúmeras questões sobre todos os aspetos das suas vidas.
A lição sobre esses 77 anos de estudos não são sobre riqueza, fama ou excesso de trabalho. Os pesquisadores concluíram que bons relacionamentos mantém as pessoas mais felizes e saudáveis. Uma das lições obtidas com a pesquisa foi que conexões sociais são boas enquanto a solidão mata. Pessoas mais conectadas familiar e socialmente são mais saudáveis e felizes. As mais isolada do que gostariam são menos felizes, a saúde declina precocemente na meia idade,o cérebro se deteriora mais cedo e vivem menos do que os que não são solitários.
Nem fama, nem riqueza nem demasiado trabalho tornou qualquer desses homens mais felizes. Com base em tudo que sabiam deles desde a juventude, os pesquisadores perceberam que não foram seus níveis de colesterol na meia idade que indicaram como seria seu envelhecimento. Os homens que estavam mais felizes nos seus relacionamentos e convivência social aos 50 eram muito mais felizes aos 80. Eles perceberam ainda que as relações saudáveis não protegeram apenas seus corpos mais seus cérebros. A passo que situações de conflito com amigos, familiares e a sociedade conduziram a resultados diferentes. As pessoas que melhor se deram bem na vida foram as que melhor se relacionaram e possuíam o respeito da família, amigos e comunidade, que é exatamente o que falta à turma da Lava Jato. Já notou como alguns dos que se tornaram réus, estão ou foram presos vem apresentando doenças graves, que nenhum dinheiro cura?
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